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Estado de Minas

Descaso, abandono e falta de recursos ameaçam pelo menos 50 imóveis tombados em Minas

Com a temporada de chuvas, a situação se agrava e muitos podem desmoronar


postado em 30/11/2014 06:00 / atualizado em 30/11/2014 09:23

Casarão fechado na Rua Direita, em Ouro Preto. Sem restauração, imóvel apresenta trincas e rachaduras(foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)
Casarão fechado na Rua Direita, em Ouro Preto. Sem restauração, imóvel apresenta trincas e rachaduras (foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)


Mariana e Sabará – Madeiras e telhas seculares, paredes de adobe e conjuntos arquitetônicos preciosos pedem socorro em Minas. Bens tombados de cidades que contam a história do estado e do desenvolvimento do Brasil cedem à ação do tempo e à falta de manutenção e reforma. E têm pela frente mais um desafio. Longe de serem restaurados, precisam vencer a temporada chuvosa, até março de 2015. O problema é que, em parte dos casos, igrejas, casarões, teatros, sobrados e outros imóveis de arquitetura barroca, rococó e neoclássica já beiram o colapso e lutam para não se transformar em ruínas. Levantamento feito pelo Estado de Minas em seis cidades históricas do estado mostra a dimensão do problema. São pelo menos 50 imóveis em estágio de degradação em Sabará, Santa Luzia, Mariana, Ouro Preto, São João del-Rei e Oliveira.


O alento para a situação de abandono que bens tombados enfrentam em Minas só deve vir depois da temporada de chuvas. As obras para restauração de bens em oito municípios contemplados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas estão previstas para ter início em meados de 2015. Serão beneficiadas pelo programa Sabará, Mariana, Ouro Preto, Diamantina, Serro, Congonhas e São João del-Rei, além de Belo Horizonte. Até lá, somente medidas emergenciais serão tomadas.


Ver galeria . 17 Fotos A casa Conde de Assumar, no centro histórico de Mariana, provavelmente foi construida em 1715 e está interditada por descisão judicial.Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
A casa Conde de Assumar, no centro histórico de Mariana, provavelmente foi construida em 1715 e está interditada por descisão judicial. (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
E, temendo a chuva, órgãos de defesa do patrimônio tentam correr contra o tempo a fim de evitar que construções históricas desabem. Em Sabará, o Ministério Público de Minas Gerais solicitou ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural que nove imóveis fossem vistoriados para análise do estado de conservação. Na lista, que inclui capelas, igrejas, casas particulares e prédios públicos, chama atenção o risco estrutural da sede da prefeitura. Pelo laudo da Defesa Civil Municipal, o casarão, construído em 1773, na Rua Dom Pedro II, no Centro, apresenta fissuras e trincas que aumentam a olhos vistos nas paredes de adobe, afundamento do teto do primeiro andar por excesso de peso do nível superior, goteiras, infiltrações e risco de acidentes por expansão não planejada da rede elétrica.
Em laudo elaborado em 29 de setembro, a Defesa Civil atestou que o imóvel põe em risco a integridade física dos funcionários e visitantes e deve ser desocupado. Até agora, 50% dos serviços municipais já foram transferidos.

IGREJA SEM TETO
Em Mariana, há cerca de três meses, parte do teto da torre direita da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, no distrito de Camargos, caiu e um buraco expõe as paredes à água da chuva. Assim como outras matrizes do município de Mariana, datadas dos séculos 18 e 19, o templo está bastante danificado. De acordo com a chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de Mariana, Isabel Niconielo, o órgão emitirá um parecer à paróquia para que seja providenciada cobertura com lona, por causa do período chuvoso.
Na sede do município, a Casa do Conde de Assumar já viu suas paredes de adobe trincarem e até mesmo desmoronarem por falta de manutenção. O telhado está cedendo e o piso de madeira, praticamente destruído. Há um ano, o Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG, recomendou à prefeitura a elaboração de um projeto para obras emergenciais, com execução imediata. Mas o imóvel está em avançado estágio de degradação.  


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