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Estado de Minas

Pacientes com doença grave estão há dois meses sem remédio fornecido pelo estado

A Secretaria de Saúde de Minas afirma que houve atraso do fornecedor e que o problema deve ser resolvido ainda neste mês. Em contrapartida, a Associação Mineira de Hipertensão Pulmonar (Amihap) entrará com uma ação judicial contra o estado


postado em 26/03/2014 16:09 / atualizado em 26/03/2014 16:15

Pacientes portadores de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), doença grave que pode levar à morte em caso de tratamento inadequado, vêm sofrendo com a falta de medicamento. Distribuído gratuitamente pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), o remédio está em falta nas farmácias regionais desde fevereiro. O governo afirma que houve atraso do fornecedor e que o problema deve ser resolvido ainda neste mês. Em contrapartida, a Associação Mineira de Hipertensão Pulmonar (Amihap) entrará com uma ação judicial contra o estado.

A doença é caracterizada por um aumento progressivo na resistência vascular pulmonar levando à sobrecarga e posterior falência do ventrículo direito. Isso leva a morte prematura do paciente. O tratamento é feito com dois medicamentos o Bosentana e o Sildenafil. As pessoas que são portadoras da HAP têm dificuldade para andar, subir escadas e até tomar banho. É o caso de Terezinha Costa Nogueira, de 66 anos.

Desde 2010, a idosa recebe o medicamento da Secretaria de Saúde, porém desde o final do ano passado, vem sofrendo com a falta do remédio. “É uma doença rara que pouca gente conhece. Sem esse medicamento, não posso subir a escada, nem andar muito. Com o remédio ajuda bastante e consigo fazer algumas dessas coisas. Desde de novembro o medicamento começou a faltar. A situação parecia ter sido resolvida, mas, agora, estou a dois meses sem o remédio”, afirma Terezinha Nogueira.

Antes de começar tomar o Bosentana 125 mg, ela tinha que fazer uso de oxigênio na maior parte do dia. “Com o remédio uso o oxigênio apenas para dormir. Agora, voltei a usar por mais de 15 horas por dia”, comentou a idosa. Em fevereiro ela conseguiu na farmácia regional o Bosentana 62,5 mg, mas não adiantou muito, já que sua dose é metade do outro e também dura apenas 15 dias.

O problema não é apenas de Terezinha. Diariamente, a Associação Mineira de Hipertensão Pulmonar (Amihap) recebe reclamações por parte de pacientes que também não conseguem o medicamento. “Infelizmente é uma doença grave que sem o tratamento adequado leva a óbito. Noss a preocupação é que sem o medicamento os pacientes sofram o efeito rebote da doença e os sintomas voltem de uma maneira muito forte e acabe levando as pessoas a morte”, diz o presidente da Amihap, Rodrigo Luciano Vilaça.

Para tentar resolver o problema, a Amihap pediu uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir o assunto. Também deve entrar com uma ação judicial contra a Secretaria de Saúde. “Fomos até a Comissão de Direitos Humanos e da Saúde para que tenhamos uma resposta sobre a falta de medicamentos. Também vamos entrar com uma ação judicial, porque o estado não está cumprindo com o que prometeu”, conta Viaça.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que houve o desabastecimento pontual no início do mês de março por atraso na entrega do medicamento bosentana 125mg pelo fornecedor, devendo ser regularizado ainda este mês. Conforme o documento, o remédio quando o remédio for entregue ele será distribuído imediatamente a todas as farmácias regionais.

Atualmente, segundo a SES, aproximadamente 300 pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar são atendidos pelo governo, que fornece os medicamentos sildenafil de 20 mg e bosentana de 62,5 e 125 mg.


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