Gilmar estava sendo procurado desde a última segunda-feira, quando desapareceu com o filho do casal, um menino de 7 anos. No dia seguinte, o corpo de Fernanda, que estava sumida desde a quinta-feira, dia 20, foi localizado enterrado em um lote vago que fica em frente ao imóvel onde vivia o casal, às margens da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Guarani, na Região Norte de Belo Horizonte. O crime teria sido motivado porque a mulher queria se separar do motoboy.
De acordo com a Polícia Militar, após receber a denúncia de que o suspeito estava escondido na casa da mãe, na Rua Guararapes, no Pindorama, os militares do 34º Batalhão foram para o local. A mãe do motoboy, Clarisse Vitor Paixão, tentou atrasar a entrada dos militares no imóvel para que o filho fugisse. Para isso, ela deu um golpe na cabeça de um policial, que ficou com um corte na testa. Gilmar resistiu à prisão e machucou o pé, mas acabou dominado. Com ele foi encontrada uma bucha e uma porção de maconha.
De acordo com o aspirante Christian Del Cantoni, o suspeito confessou o assassinato da manicure ao ser preso. “Ele disse que bateu nela com um cano de ferro. Sobre ter enterrado o corpo dela ela também confirma, mas não deu muitos detalhes sobre como fez”, conta o militar. Ainda segundo o policial, Gilmar demonstrou arrependimento. O suspeito ainda chegou a colocar a culpa do crime na família da vítima que seria responsável pelas constantes brigas entre o casal.
O motoboy foi levado para a sede do 34º Batalhão da PM, no Bairro e depois encaminhado para a Central de Flagrantes (Ceflan) do Bairro Floresta, Leste da capital, onde o delegado de plantão vai definir a situação dele. A mãe do suspeito vai responder por lesão corporal pela agressão ao militar.
Confissão
Na noite de quarta-feira, o motoboy postou a seguinte mensagem em seu perfil no Facebook: “Gostaria de pedir perdão s todos pelo acontecido, não premeditei nada, quem realmente me conhece, sabe o quanto passei por esse amor, q acabou em trajedia Deus sabe quanto tenho sofrido e sofrerei, muita pressao psicológica e falta d Espiritualidade, aconteceu o pior, me perdoem, orem por mim, filho e família dela … (sic)." Na mesma postagem, Gilmar revelou que pretendia se entregar à polícia na sexta-feira e disse que era “infernizado” pela vítima.
Horas antes de fazer a postagem na internet, o motoboy, segundo a assessoria de imprensa da Delegacia Especializada em Localização de Pessoas Desaparecidas de Belo Horizonte, ligou para o delegado que investigava o desaparecimento da manicure e confessou o homicídio. Ele ainda relatou como tudo aconteceu e disse que iria se entregar. O filho do casal foi localizado na mesma data e, segundo a polícia, está bem.
O suspeito já tem passagem pela polícia, inclusive responde por dois homicídios e um crime de ameaça. Nesta sexta-feira, ele será julgado no Fórum de Contagem, na Grande BH, pela morte de Emerson Lúcio da Silva, ocorrida em 2006.
A suspeita da Polícia Civil é de que a manicure tenha sido morta entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira da semana passada. No dia em que desapareceu, Fernanda tinha uma consulta com um dentista pela manhã, além de clientes agendadas, mas não apareceu para os compromissos. Segundo o cunhado da vítima, foi Gilmar quem procurou a família da mulher para relatar o desaparecimento.
Até o corpo de Fernanda ser encontrado, o suspeito chegou a postar mensagens sobre o sumiço da mulher. “Oh meu Pai amado ten-de misericórdia, envia o anjo trás ela de volta, onde quer que esteja, precisamos muito de vc Fernanda nagia, oque tem m dado forças é a mão d Senhor, e meu tesouro... (sic).”.
Já na terça-feira, uma denúncia anônima informou à polícia que a mulher estava morta e o corpo havia sido enterrado no lote em frente à residência do casal. No local, a terra estava remexida e bombeiros confirmaram se tratar de uma cova, onde havia um corpo. O corpo encontrado no local seguiu para o IML onde passa por exames. (Com informações de Andréa Silva e Cristiane Silva)