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Estado de Minas

Novo laudo não desvenda morte de mineiro no Peru

Segundo o IML de Belo Horizonte, não foi possível determinar a causa da morte, mas os especialistas eliminaram causas naturais e envenenamento


postado em 01/09/2011 11:21 / atualizado em 01/09/2011 11:57

Mais uma vez exames não apontaram a causa da morte do engenheiro mineiro Mário Bittencourt encontrado sem vida no Peru. O diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, José Mauro de Moraes, descartou a morte por causas naturais e eliminou, em partes, a possibilidade de envenenamento. O corpo do engenheiro foi examinado na capital a pedido de parentes. Para a conclusão das investigações sobre a causa da morte, ainda falta o laudo das autoridades peruanas.

De acordo com os resultados apresentados, o engenheiro mineiro não morreu por infarto, insuficiência cardíaca ou por qualquer causa violenta como tiro, espancamento, asfixia, enforcamento e esganadura. De acordo com Moares, o corpo não apresentava marcas. Os especialistas fizeram um raio x minucioso e não encontraram sinais de hemorragia ou fraturas.
Segundo o IML, não há como determinar se houve sufocamento, porque essa causa não deixaria marcas no corpo. O que se pode afirmar, segundo Moraes, é que não havia sinais de luta corporal.

Um abelha foi encontrada na base da língua de Bittencourt. Especialista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) avaliaram o inseto e concluíram que não é um animal venenoso. A espécie costuma visitar corpos em decomposição.

Os exames descartaram, também, alguns venenos e medicamentos, mas a contaminação por substâncias orgânicas (ervas, veneno de cobra, entre outros) não é possível determinar. De acordo com o IML, o corpo estava em avançado estado de decomposição e veio do Peru com produtos químicos usados no embalsamento. Essas substâncias podem prejudicar a análise.

Os peritos brasileiros acreditam que exames feitos no Peru possam ser mais conclusivos, pois os peritos recolheram fragmentos do couro cabeludo, tecidos pulmonar, cardíaco, hepático e biles. A perícia do país vizinho também teve acesso ao corpo pouco tempo depois da morte, o que facilita as análises.

Bittencourt estava acompanhado do geólogo paulista Mário Gramani Guedes. Eles eram funcionários da empresa Leme Engenharia, com sede em Belo Horizonte, e faziam levantamento sobre a possibilidade de instalação de uma usina hidrelétrica à beira do rio Marañón, próximo à Jaén, em Pión. Os brasileiros desapareceram em 25 de julho, em momentos diferentes, mas os corpos foram localizados dois dias depois, a 200 metros de distância um do outro.

O IML de Brasília divulgou na quarta o resultado das análises histopatológicas e do exame toxicológico, que afasta a hipótese de envenenamento – em parte. O material para análise foi enviado a BH e também Brasília a pedido dos parentes. O dois laudos serão encaminhados à Fiscalía Provincial de Cumba, órgão semelhante ao Ministério Público, responsável pelas investigações.

ENTENDA O CASO

23 de julho
O engenheiro mineiro Mário Augusto Soares Bittencourt, de 61 anos, e o geólogo paulista Mário Gramani Guedes , de 57 anos, desembarcaram em Lima e seguiram de avião para Chiclayo, no Norte do país, e de lá, de carro, para Jaén, a 600 quilômetros.
Eles foram fazer estudos de viabilidade para construção de uma usina hidrelétrica na região da floresta amazônica peruana.

25 de julho
O trabalho de campo começou cedo. A dupla brasileira, um engenheiro e um geólogo peruanos caminharam por uma estrada abandonada por cerca de duas horas e meia. Segundo o depoimento dos peruanos, Bittencourt sentiu dor no joelho e se sentou à beira da estrada.
Guedes e os colegas seguiram por um trecho de subida. Quando voltaram, meia hora depois, o engenheiro mineiro já não estava mais lá. Guedes, então, decidiu esperar no local pelos peruanos, que tentaram acesso por outra trilha para chegar ao Rio Marañon.

Os peruanos contaram à polícia que retornaram uma hora depois e Guedes também não estava no local. Segundo eles, a impressão foi de que os dois brasileiros teriam retornado para o carro e estacionado no início da estrada, onde o motorista os aguardava.

De acordo com o inquérito peruano, os funcionários da SZ Engenharia só perceberam o desaparecimento quando um outro colega, responsável pela logística, levou água aos pesquisadores e comentou que não havia cruzado com os brasileiros na estrada.

27 de julho
Os dois corpos foram encontrados pela polícia peruana às 8h, a 100 metros da estrada principal, em área de cerrado. A distância entre os dois era de 200 metros. Nada foi roubado e não havia marcas de violência, segundo a polícia.

Segundo o engenheiro e o geólogo peruanos, dois camponeses são investigados pela morte de Bittencourt e Guedes. Um deles, Juan Zorrilla Bravo, é líder comunitário e participou de manifestações contra usinas hidrelétricas. Ele teria atrapalhado as equipes de busca, conforme depoimento dos peruanos. O outro, Jésus Sanchéz, teria oferecido água aos brasileiros no início da caminhada.

Os corpos foram examinados no Peru, mas não havia indícios de violência. A pedido das famílias, amostras foram trazidas para serem analisadas no Brasil. Na semana passada, autoridades peruanas fizeram reconstituição, com a participação de Zorrilla. Os acusados já prestaram depoimento e negam


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