As famílias do engenheiro mineiro Mário Bittencourt, de 61 anos, e do geólogo paulista Mário Guedes, de 57, encontrados mortos em uma trilha no Norte do Peru, em 27 de julho, pressionam o Itamaraty para que a reconstituição do caso tenha a presença de um representante do governo brasileiro. Depois de considerar como oficial a possibilidade de que os brasileiros tenham sido asfixiados, o governo peruano agendou, para amanhã, uma acareação entre as pessoas que estiveram no local na data do desaparecimento e das mortes. Os envolvidos vão reemorar o que ocorreu na selva peruana, onde os brasileiros faziam levantamento topográfico para a construção de uma usina hidrelétrica. O pedido dos familiares foi feito faz parte de ofício e inclui ainda a solicitação de envio de uma cópia do laudo completo da autópsia às famílias.
“Até então, não há ninguém que possa nos representar durante a reconstituição. Preocupados com isso, fizemos um comunicado às autoridades do Itamaraty em Brasília e também da Embaixada do Brasil no Peru”, contou o engenheiro Felipe Bittencourt, de 30 anos, sobrinho de Mário Bittencourt e porta-voz da família. Segundo ele, os requerimentos ainda não foram respondidos. “Ainda não sabemos se seremos atendidos, mas estamos aguardado, diante da importância de ter alguém nosso lá”, afirmou.
Suspeitas Depois de ter sido levantada a suspeita de que os brasileiros teriam sido vítimas de envenenamento, a hipótese de sufocamento também foi sugerida pelo Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte como causa da morte. A possibilidade de que ambos tivessem sofrido hipotermia ou consequências da altitude foi prontamente rebatida pelos familiares de Bittencourt e Guedes, diante da temperatura alta no dia do sumiço e da altitude relativamente baixa na zona do incidente.