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Estado de Minas

Autoridades peruanas prometem apuração rápida sobre mortes de brasileiros

Embaixada do Peru diz que ministro das Relações Exteriores do país cobrou rigor na investigação das mortes de mineiro e paulista. MP local não descarta envenenamento


postado em 10/08/2011 06:00 / atualizado em 10/08/2011 06:25

Rua na cidade de Jaén, próxima ao local onde brasileiros morreram: comunidade resiste a hidrelétricas(foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A press)
Rua na cidade de Jaén, próxima ao local onde brasileiros morreram: comunidade resiste a hidrelétricas (foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A press)

Duas semanas depois da morte do engenheiro mineiro Mário Bittencourt, de 61 anos, e do geólogo paulista Mário Guedes, de 57, a embaixada peruana no Brasil se manifestou sobre o caso e prometeu que o país fará todo o esforço para esclarecê-lo. Os dois brasileiros foram achados mortos em mata no Norte do Peru, onde faziam trabalho de topografia para instalação de uma hidrelétrica. Conforme publicou o Estado de Minas, o Ministério Público peruano abriu investigação por homicídio contra dois homens que apareceram na trilha e não descarta que os brasileiros tenham sido envenenados.

O chefe do setor consular da Embaixada do Peru em Brasília, Raúl Meneses, disse nessa terça-feira que o Ministério das Relações Exteriores do país enviou ofício ao Ministério Público do distrito de Cumba, que investiga as mortes, cobrando rápida apuração do caso. “O ministro das Relações Exteriores do Peru, Rafael Ronroncagliolo, quer severidade nas investigações e rapidez na elucidação do caso”, afirmou Meneses.


Funcionários da Leme Engenharia, o mineiro Mário Bittencourt e o paulista Mário Guedes, que morava em Uberlândia, foram à área perto de Pión para prestar consultoria à Companhia Energética Vera Cruz, da qual faz parte a empresa peruana S&Z Engenharia. Os dois chegaram a Lima na madrugada de sábado, 23 de julho, e passaram por Chiclayo e Jaén antes de chegar ao local da pesquisa topográfica. Na segunda-feira, 25, começaram uma caminhada em localidade conhecida como Pozo Negro, a cerca de 800 quilômetros de Lima, junto com dois profissionais peruanos. Por volta das 12h, Bittencourt teria sentido dor na perna e decidido parar. O resto do grupo seguiu caminhando, até que Guedes também parou. Quando os peruanos voltaram, os dois brasileiros tinham desaparecido. Os corpos foram encontrados apenas na quarta-feira, dois dias depois.


Suspeitos


A promotora provincial de Cumba, Mariela Gurreonero, abriu investigação contra os peruanos Juan Zorrilla Bravo e Jesús Sánchez com base em depoimentos dos dois pesquisadores que acompanharam Mário Guedes e Mário Bittencourt no trabalho de topografia. Zorrilla Bravo, um líder comunitário contrário à instalação de hidrelétricas na região, teria confundido peruanos que faziam buscas dos brasileiros. Sánchez teria oferecido água ao grupo em uma cabana no início da trilha. Segundo depoimentos, Bittencourt tomou sua água imediatamente. Familiares  dos brasileiros acreditam que as mortes misteriosas podem ser mais um episódio dos conflitos locais contra a instalação de usina hidrelétrica na região.


Os laudos cadavéricos identificaram edemas cerebral e pulmonar e amostras de tecidos das vítimas estão em análise em laboratório de Lima, no Peru, no Instituto Médico-Legal (IML) de Brasília e em Belo Horizonte. O Itamaraty considera a morte dos brasileiros um caso de polícia e não um problema diplomático, e garantiu que acompanha investigações e aguarda resultados dos exames toxicológicos.


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