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Estado de Minas Fashion Week

SPFW N55 traz a diversidade para o centro da passarela

Evento busca mostrar a moda como bandeira de inclusão e versatilidade


04/06/2023 04:00 - atualizado 02/06/2023 15:24
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Marta De Divitiis
São Paulo - Especial para o Feminino & Masculino

 
 
Apartamento 03
Apartamento 03 (foto: Ze Takahashi / agfotosite)

 
A 55º edição da SPFW - São Paulo Fashion Week - aconteceu de 25 a 28 de maio e, repetindo a temporada anterior, em três diferentes endereços: no Senac Lapa FAU, na Lapa pela manhã; no Shopping Iguatemi, à tarde e no Komplexo Tempo, na Mooca, à noite. Na segunda-feira, dia 22, João Pimenta, fez uma pré-abertura da mostra, apresentando coleção comemorativa de seus 20 anos de trabalho, num desfile no Theatro Municipal de São Paulo, no centro da capital paulista. No total  foram 41 desfiles, sendo 31 presenciais e 10 Fashion Filmes (apresentados numa das salas de cinema do Shopping Iguatemi).
 
A pluralidade de modelos, já consolidada desde a edição passada, se estendeu a outras regiões quanto às marcas. Entre os estreantes dois cearenses (Marina Bitu e David Lee), um baiano (Gefferson Vila Nova) e a carioca The Paradise, ao lado da marca paulistana Forca Studio. Paulo Borges tenta mostrar a moda do evento, como vetor de causas sociais como a inclusão e a diversidade, numa curadoria que tem se afastado das edições iniciais, quando grandes marcas comerciais ali se apresentavam. Hoje as marcas, em sua maioria, são pequenas e algumas com apelo comercial menor.
 
Menino Rei
Menino Rei (foto: Ze Takahashi / @agfotosite)
 
 
Academia de Belas Artes,
pinturas infantis e sensualidade

Entre os mineiros presentes, o Apartamento 03 se destacou com uma moda altamente elaborada. Inspirado no artista plástico negro Estevão Silva, que entrou em 1847 numa academia de Belas Artes, Luis Claudio trouxe para a passarela peças com aplicação de flores e pássaros em tecidos. Plissados e laminados, alternados com brancos em pantalonas, paletós e vestidos, numa alfaiataria impecável.
Ronaldo Silvestre veio com a coleção Futuro do Presente, tendo nas estampas pintadas pelas crianças do Projeto Crescer Sustentável, do Instituto Iti, matéria-prima. Elas vieram em tops, jaquetas e vestidos, alguns com sobreposição de tule preto.
 
Led, comemorando 10 anos de existência, trouxe para a passarela uma sensualidade latente. Recortes, fendas, transparências e o animal print revisitado, aqui e ali. Correntes como acessórios e um casting bastante diverso, com modelos trans reforçaram o tema.
 
Lino Villaventura
Lino Villaventura (foto: Ze Takahashi / @agfotosite)
 


Localiza desfila novos 
uniformes no Komplexo Tempo

A empresa mineira Localiza, de locação de veículos, apresentou na passarela coleção resultante de um concurso realizado para escolha de novos uniformes (uma das ações em comemoração aos 50 anos da empresa). A estilista vencedora, Bruna Cacique, formada há 5 anos na UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais – vê o concurso como um divisor de águas em sua carreira. “Foi uma realização muito grande para mim; fiquei muito satisfeita durante todo o processo e a equipe da empresa me acolheu muito bem,” disse.
 
Na coleção, detalhes como o logo da empresa foram colocados  em bolsos, pespontos diferentes, em tecidos como sarja, nylon e outros, tecnológicos. A designer, colocou elementos de moda atemporais, buscando funcionalidade e conforto em peças as mais variadas: macacões, saias e blusas, conjuntos de camisetas, calças e bermudas e até mesmo opções para funcionárias grávidas. Vários empregados da Localiza estiveram na passarela ao lado de modelos profissionais.
 
Antonio Augusto Santos Júnior, diretor de marketing da Localiza, explica que a marca passou por um rebranding no sentido de se adequar aos novos tempos, passando os valores já consolidados, de confiabilidade e segurança. “Trazer a coleção para o SPFW é importante, uma vez que a moda comunica nossos valores”, justificou.
 
Patricia Vieira
Patricia Vieira (foto: Marcelo Soubhia/ag fotosite)
 


Desdobramentos de tendências 
apontadas anteriormente

Nessa temporada a passarela não trouxe novidades exuberantes. O que mais se viu foi uma continuação do que os estilistas apresentaram antes -  laminados, brilhos, modelagens confortáveis, acrescidos de tonalidades vibrantes. O estreante David Lee trouxe uma paleta multicolorida, em peças de crochê. O marrom e suas sub tonalidades vieram para ficar, trazendo ares de terra batida, de chão de terreiro e de aconchego. O vermelho vivo surgiu imponente na Santa Resistência e as estampas étnicas deram vida à passarela da Meninos Rei, vieram com um quê de psicodélico em The Paradise e multicolorido na coleção de Isaac Silva. Igor Dadona trouxe uma profusão de flores em sobretudo de linhas arredondadas. Quase todas as marcas apresentaram looks monocromáticos, como Gefferson Vila Nova, Apartamento 03 e Greg Joey. Os tons terrosos marcaram peças da Dendezeiro e apareceram nos beges da Thear, com coleção inspirada na obra de Cora Coralina.
Os brilhos se destacaram em Walério Araújo, que homenageou a ex-modelo e apresentadora Elke Maravilha, em sutis paetês em tom pastel e até vibrantes looks roxos. Patricia Viera trabalhou lindamente o couro metalizado em aplicações que se assemelhavam a escamas, em vestidos sofisticados. Apartamento 03 trouxe o laminado em paletós e saias plissadas. As franjas de João Pimenta, em canutilhos, trouxeram brilho discreto, assim como o bordado sobre renda.

Modelagens confortáveis e a sensualidade das transparências e recortes vazados

Mesmo que de forma mais luxuosa, como em Fernanda Yamamoto, o conforto apareceu muito. Na estreante Foz, se fez presente na modelagem solta, quase básica. Já em Greg Joey tanto no feminino como no masculino, na amplidão das formas. Rafael Caetano trouxe conforto nos tecidos leves e modelagem ampla em tecidos como o cetim. Forca Studio na camiseta, nos shorts e calças de alfaiataria, embora tenha flertado com uma sensualidade com ares Techno que nos remete às baladas noturnas.
 
As transparências surgiram de forma bem sutis em Fernanda Yamamoto, em outras mais explícitas como na mineira LED e na Ponto Firme. João Pimenta trouxe a transparência das rendas rebordadas, levando-a para o território masculino. Mnisis colocou transparência em tops, assim como recortes vazados e Marina Bitu buscou a transparência de forma discreta, em detalhes localizados, como num costume entremeado de transparências como num patchwork. Weider Silverio trouxe recortes vazados num top de fuxicos, emprestando uma sensualidade contida.
 
O projeto Cria Costura, aceleradora criativa, apresentou uma exposição no Komplexo Tempo, com peças elaboradas na terceira edição do programa, realizado na Brasilândia e Cidade Tiradentes. O programa, criado pelo INMODE- Instituto Nacional de Moda, Design e Economia Criativa, e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, identifica e promove talentos, transformando competências técnicas de costura em habilidades de valor agregado. 


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