A Copa do Mundo do Catar se aproxima. Pela primeira vez na história, a competição será disputada no mês de novembro. A mudança ocorreu principalmente por causa do clima do país árabe. Em julho - mês tradicional da disputada - as temperaturas alcançam 50ºC na região (verão), enquanto que entre novembro e dezembro gira em torno de 27ºC (outono). Esse mundial já é considerado o mais caro da história, com o país, um dos maiores exportadores de gás natural do mundo, investindo cerca de US$ 220 bilhões de dólares. Ou seja, quase 15 vezes mais que o Brasil em 2014. Em contrapartida, o Catar estima uma receita de US$ 20 bilhões de dólares em seu Produto Interno Bruto. O país espera receber 1,5 milhão de pessoas e se consolidar como destino turístico após a Copa.
FATURAMENTO RECORDE As cifras são astronômicas também na contabilidade da Fifa. Recentemente, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, revelou que a entidade que comanda o futebol mundial espera receita recorde de cerca de US$ 6,4 bilhões com patrocinadores e vendas dos direitos de transmissão. Um valor de US$ 20 milhões a mais que na Copa do Mundo da Rússia/2018. Entre as novidades, a entidade, pela primeira vez, terá uma parceria com a Budweiser para montar os Fun Fest, que são os espaços para assistir aos jogos ao redor do mundo.
As empresas patrocinadoras também esperam faturamento recorde. Com os diretos adquiridos, poderão explorar as marcas exclusivas da competição. As campanhas já estão no ar e, à medida em que a competição se aproxima, serão intensificadas. No Brasil, apesar da inflação, a expectativa é de aumento significativo de vendas de produtos como álbuns de figurinhas, camisas do Brasil e artigos esportivos relacionados. Os bares também esperam aumento de receitas com promoções e a instalação de telões nos dias de jogos da Copa.
COPA DOS PEQUENOS Existe também outra realidade da Copa, sem cifras bilionárias, sem compras exclusividades, mas que também faz o capital girar e reforça o caixa dos menos favorecidos. É o Mundial dos pequenos negócios brasileiros. A competição pode ser o respiro que muitos esperam para as despesas do final de ano (a Copa termina em 18 de dezembro, uma semana antes do Natal). Esses pequenos e médios varejistas terão uma janela de oportunidades para vender seus produtos e serviços.
NATAL Por outro lado, o evento também pode impactar nas festas de fim de ano e até mesmo das férias escolares. Com a novidade do novo período desta Copa, as campanhas de final de ano e o marketing para vendas natalinas podem ser prejudicadas. Por isso, é preciso avaliar bem as oportunidades e tentar unir os eventos com bastante criatividade.
Alguns segmentos vivem grande expectativa. Para empresas que trabalham com brindes personalizados, a Copa do Mundo será uma grande oportunidade para aumentar o faturamento. O verde e amarelo já começa a tomar conta das vitrines das lojas especializadas, com camisetas - considerado o carro-chefe -, copos, baldes de pipoca e kits personalizados para empresas que querem fazer com que os funcionários entrem no clima da competição.
PLANEJAMENTO A outros segmentos, no entanto, recomenda-se prudência nos investimentos. Um bom planejamento com reforço na comunicação será necessário. Ter clareza de quem é seu cliente, oferecer novidades, contratar uma boa campanha de publicidade farão com que seu retorno seja seguro e maior. Além do novo período de disputa, que coloca a Copa muito próxima do Natal, o país vive em estado de inflação e estará sob os efeitos pós-eleições, quando se sabe que, historicamente, a economia se altera sensivelmente no país.
O Brasil está no Grupo G junto com Suíça, Sérvia e Camarões. A estreia brasileira acontece no dia 24 de novembro. Enfim, que finalmente venha o hexa!