(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas FEMININO

Leveza é a palavra de ordem nas coleções de Marrô e M. Rodarte

Shapes fluidos e femininos marcam as coleções moda festa deste verão


17/10/2021 04:00 - atualizado 17/10/2021 09:39

Vestido Rosa
Shapes fluidos e femininos (foto: Marrô/divulgação)


Marina Rodarte sabe contar a história da indústria da moda em Belo Horizonte como ninguém. Começou no setor junto com os pioneiros dos anos 1980, na base da intuição e do trabalho, e ao longo do tempo foi deslindando os segredos do ofício, da pesquisa ao desenvolvimento das coleções. Primeiro com a marca Sabor Tropical, presente em todas as feiras promovidas em Belo Horizonte e fora do estado.
 
outono-inverno
A etiqueta vai do casual à festa (foto: Marrô/divulgação)
 
 
A etiqueta, como se falava na época, ia do casual à festa, com ampla opções para os clientes. Eram mostruários imensos, elaborados para três lançamentos oficiais: outono-inverno, primavera-verão e, fechando a temporada, o alto-verão, voltada especialmente para o calor, praia, celebrações, festas de fim de ano. E, para registrar esses momentos, como era comum também, os clientes eram brindados com caprichados catálogos que sintetizavam os temas e registravam os melhores looks escolhidos pela equipe. Ele era a grande peça de divulgação de um ciclo em que não havia internet e que a comunicação era essencialmente gráfica.
 
Vestido verde
A estilista destaca é natural. "Além do conforto" (foto: Marrô/divulgação)
 
 
Focada, avessa às badalações, Marina sempre teve uma grande capacidade de se adaptar ao mercado, sabendo se reinventar em várias ocasiões, driblando planos econômicos, contornando crises e até dando guinadas bruscas e promovendo mudanças de rota à medida que o tempo passava. Na sua paixão e fidelidade à moda, arrastou consigo o filho, Rafael Nader, que se tornou seu apoio e seu braço direito.
 
Florais
Marrô, com uma pegada mais fresca e focada na linha coquetel (foto: Marrô/divulgação)
 
 
Foi assim, como observadores da cena fashion, que, em determinado ponto, decidiram entrar na área de festas. Lançaram a M. Rodarte dispostos a explorar um novo nicho que nascia em Belo Horizonte, chamando a atenção do Brasil para a produção mineira. Há cinco anos, capitaneada pelo desejo de Rafael, nascia a Marrô , com uma pegada mais fresca e focada na linha coquetel. “As duas marcas são diferentes, mas se complementam. É o que a gente sabe fazer, uma roupa trabalhada, bem-feita, para ocasiões importantes”, explica Marina.
 
E foi exatamente esse segmento o mais afetado pela pandemia. “Nós saímos das feiras com ótimos pedidos para entregar, vieram os cancelamentos, chegamos a ficar três meses fechados, tentando segurar nossos funcionários e ver como poderíamos seguir”, conta a empresária.
 
Na falta de um porto seguro, ela resolveu absorver a produção da M. Rodarte, que seria endereçada aos clientes, ciente de que a roupa de festa é atemporal e que poderia ser canalizada comercialmente mais tarde. “Resolvemos retornar com a Marrô e, agora, estamos constatando a volta das comemorações e já colhendo bons resultados”, ela assegura.
Retomada Ciente de que a situação exige que os empresários corram riscos, entre final de setembro e princípio de agosto resolveu participar com as duas labels de uma feira em São Paulo. “Pensei em investir em formas mais fluidas, amplas, esvoaçantes, em sistema de pronta-entrega. Como só havia a gente do setor de festa, nós estouramos. Vendemos o que levamos e tivemos que abrir para pedidos. Participamos do BH à Porter, realizado de 4 a 8 de outubro, e, agora, estamos ansiosos pelo Minas Trend, preparando as coleções. É um evento muito importante para a empresa, comercializamos lá cerca de 60% da produção”, afirma.
 
Marina é representante legítima de várias outras marcas que se viram privadas de vender seus produtos nos eventos de moda, há quase dois anos. “É um mercado muito volátil, que muda a cada seis meses e isso já nos deixa bastante vulneráveis.Não sabemos se o cliente vai honrar o pedido, não há nenhuma cláusula que garanta segurança nesse tipo de comércio. Então, é preciso ser muito resistente e conservar o entusiasmo para seguir em frente”.
 
No seu caso, a crença em dias mais positivos se apoia na revisão de vários momentos históricos, como os do pós-guerra, em que a moda voltou a florescer e, com isso, veio a normalização do consumo. “O social faz muita falta, as pessoas estão ansiosas pela retomada de sua vida”, reitera.
Para atrair seus clientes, as últimas coleções cápsulas da M. Rodarte e da Marrô vieram com uma cartela vibrante, repleta de cor. Segundo Larissa Villanova, estilista do Grupo Rodarte há cinco anos, a palavra de ordem é leveza, o que envolve não só um estilo de moda, mas expressa um desejo da humanidade nesse período tão sofrido. “Percebemos que estar confortável em uma silhueta fluida era a fórmula preferida do momento”, assegura. Criar texturas na transparência, explorar os detalhes manuais e as técnicas da moulage foram outros artifícios usados na criação das peças.
 
Ela consegue explicar bem as diferenças e semelhanças entre as marcas. “Existe um DNA comum a cada uma, mas estamos sempre acrescentando um toque de transformação a cada temporada. Na M. Rodarte, por exemplo, utilizamos tecidos lisos e investimos muito nos franzidos e nos drapeados. Os bordados continuam, já que sempre foram o carro-chefe, mas agora com bases mais leves e mais delicados”.
 
Já na Marrô, segundo Larissa, predominam as estampas - flores e folhas foram exploradas na técnica da aquarela, o que dá às imagens um aspecto mais aguado. “Nessa coleção predominam também os recortes na cintura, a valorização da pele por meio de looks com aberturas nas partes de cima, laterais de mangas, por exemplo”. Ela cita ainda como característica da label o mix de tecidos, como tule e chiffon, com efeitos 3D, e os volumes que as peças exibem.
 
Além da leveza, outra palavra que a estilista destaca é natural. “Além do conforto, as pessoas estão querendo ficar mais perto da natureza e as mulheres pedem roupas elegantes e leves para continuarem sendo lindas e elegantes”, sintetiza. A campanha das marcas expressa esses conceitos nas fotos feitas por Gustavo Marx. A equipe de criação contratou a artista plástica Julia Bianchi para pintar um painel simultaneamente à realização do ensaio fotográfico. O resultado imagético é impactante.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)