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Estado de Minas Inverno

Mergulho na essência

Marca mineira investe em novo estilo e modelo de negócios para atender à demanda atual do mercado de moda


28/02/2021 04:00

(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)


Os showrooms das marcas do bairro Prado estão em movimento desde o final de janeiro, mas foi agora, após os feriados do carnaval, que a maioria delas concentrou os lançamentos para o inverno 21. Sob o impacto do momento, em um mercado oscilante, as labels demonstram que continuam acreditando na retomada dos negócios, mesmo com todos os percalços encontrados, como a ausência das feiras e o temor dos lojistas de virem a Belo Horizonte devido à Covid-19.
Mais do que isso, investiram em coleções mais comerciais sim, mas bonitas e robustas, com várias opções de modelos e, ponto comum em todas elas, a presença de cores, que vão dos tonss apastelados aos vibrantes. “É um inverno colorido, sem variantes do preto e sem a gama dos terrosos, de uma maneira geral”, confirma o estilista Virgílio Andrade.
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 
 
Sabe-se que essa cartela vem das inspirações internacionais para a estação, mas metaforicamente funciona como um convite à alegria, sobrepondo-se ao período por que o mundo inteiro está passando. Uma espécie de positividade na moda. “Os compradores estão gostando da proposta de tons que remetem ao verão, principalmente os lojistas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que se abastecem na cidade. Combina bem com o clima dessas regiões”, analisa. Na família dos verdes, o esmeralda continua imperando, mas a novidade é a chegada do verde néon, com sua explosão de luz.
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 
 
Uma pitada de romantismo bucólico invade a moda, assim como os apelos da vida simples do campo, tema que foi desdobrado em várias histórias e contado por várias confecções mineiras. O que significa que as mangas bufantes e os babados, looks fluidos e leves, seguem inverno adentro como oferta para os consumidores. “Outra novidade é o comprimento, que está sendo chamado de over mídi, que nada mais é que o antigo longuete, fazendo companhia para os mídis e para os longos”, pontua Virgílio. Como diferencial, ele aponta os bordados em linha e em richelieu para ornar as peças.
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 
 
Na coleção da Kalandra, por exemplo, os vestidos e saias longas e mídis ocupam grande parte das araras. Ela foi uma das marcas que tiveram que mudar de rota com o advento da epidemia. Especializada em festa e casual chic, a ausência das comemorações importantes, particularmente casamentos e formaturas, a levaram a uma guinada completa, passando a ofertar roupas mais casuais e urbanas.
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 
 
Para conseguir seu objetivo, as irmãs Ana Flávia e Carol Castro convidaram o estilista Antônio Diniz para comandar a transformação com a recomendação de que não se perdesse de vista o DNA segundo o qual a grife sempre foi reconhecida. “Estou surpreendida com o resultado do trabalho e recebendo aprovação dos lojistas, que compreenderam a transição e a adequação ao momento atual. O efeito foi impactante. Além do mais, abri novos clientes, embora a venda esteja muito difícil”, confessa a empresária. 
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 
 
Mas ela está ciente de que esse é um problema de mercado no qual o presencial está sendo substituído pela tecnologia. A comercialização envolve envio dos pdfs das coleções, vídeos e muita troca de whatsapp com os compradores em detrimento do tête à tête e todas as suas vantagens. “É muito bom olhar no olho nas pessoas, verificar suas reações, propor alternativa na hora certa, argumentar. A venda on-line é mais racional”, enfatiza.
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 
 
Outra novidade na Kalandra é a pronta-entrega. A empresa sempre apresentou suas coleções nas feiras de pedidos. Sair da venda programada para ofertar roupas já prontas foi outro grande desafio. “Estamos vivendo essa experiência pela primeira vez e ela exige agilidade. Para os que querem fazer pedido dos modelos que não estão na pronta-entrega naquele  momento, oferecemos entrega rápida, no máximo 30 dias”, ressalta Ana Flávia. Para completar, a marca, que ficou conhecida pelo estilo plus size, agora se concentra também em grades menores.
 
O que continua em voga é a vocação para a qualidade, particularmente observada nos tecidos, como a tricoline, algodão com seda, têxteis com toques de seda, tules especiais. Dois florais delicados surgem na estamparia junto a um animal print estilizado em combinação de verde com lilás. A mistura de duas ou três nuances de tons em uma mesma peça também está presente na coleção.
 
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
(foto: KalanDRA/DIVULGAÇÃO)
 

Dresses “Como estamos passando por muitas mudanças, desta vez privilegiamos os vestidos, que sempre foram o carro-chefe da Kalandra. Fizemos também algumas saias, mas deixamos as calças, por exemplo, para uma próxima etapa, assim como a alfaiataria, os tecidos mais encorpados. Escolhemos os mais leves e fluidos, próprios para serem usados no dia a dia, com uma sandália rasteira. À noite, um salto já muda o look.” Entretanto, checando bem, alguns modelos são bem chiquezinhos, carregam uma certa pompa e circunstância e atravessam ocasiões bem elegantes sem fazer feio.
Não é à toa que a coleção se chama Essência: ao mesmo tempo em que traduz a necessidade de escapismo e reflexão, incitando a busca para se viver o momento, a Kalandra mergulhou na sua origem para efetuar a profunda mudança em seu mood. Segundo a label, testar fronteiras, buscar o equilíbrio, consumir experiências e viver o agora são os sentimentos essenciais a serem contemplados.
 
A verdade é que, depois de um ano de pandemia, novos comportamentos do consumidor já podem ser observados: a casualidade é o caminho desse tempo, o que não exclui o desejo de celebrações. A história demonstra que, após as catástrofes, as mulheres adoraram as novidades das novas estéticas e as adotaram num piscar de olhos. Que o diga monsieur Dior. Ana Flávia não exclui a possibilidade da volta das roupas de festas mais trabalhadas em bordados e outros ornamentos no futuro, como contrapartida das incertezas e sofrimentos por que a humanidade está passando agora. 


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