Um é pouco, dois é bom e três é demais! O dito popular serve para expressar o tamanho da conquista do jornal Estado de Minas na 22ª edição do The European Newspaper Award, um dos mais respeitados do setor editorial do mundo. Pelo terceiro ano consecutivo, o EM se destaca na premiação com cinco conquistas: três capas e duas páginas duplas do suplemento Pensar, além de ser o único jornal brasileiro selecionado na disputa. As capas "Brasil sem rumo" e "A guerra que o Brasil perdeu" foram premiadas na categoria especial Crise do Coronavírus, e a capa "No limite: Incêndio na Serra da Lapinha" venceu na categoria Primeira Página/Notícias Locais.
Os outros dois prêmios foram do suplemento Pensar, publicado às sextas-feiras. As páginas duplas "Como nasce o fascismo", a respeito do livro M - O filho do século, do italiano Antonio Scurati, e "O mistério do fim da existência", sobre o romance Crocodilo, do brasileiro Javier Contreras, asseguraram os primeiros lugares na categoria Especial.
TRABALHO INTENSO O diretor de Redação do jornal e um dos criadores dos trabalhos, Carlos Marcelo Carvalho, destaca o fato de três das cinco premiações terem como conteúdo duas notícias de repercussão mundial: os desencontros da política do governo brasileiro no combate ao coronavírus e as queimadas no país. "Em um ano de trabalho intenso e desafiador para os jornalistas, os prêmios na Europa servem de estímulo para a gente prosseguir em uma das maiores missões de nossa profissão: escrever, no calor da hora, a história."
SINTONIA FINA Já o subeditor de Artes, Júlio Moreira, que participou da criação visual de todos os trabalhos premiados, ressalta que os prêmios reafirmam "o compromisso do jornal com a qualidade do design de notícias, fruto do esforço coletivo, que não foi prejudicado com a necessidade de mudança no ambiente de trabalho por causa da pandemia. O EM é um dos jornais mais premiados do Brasil. Este ano, com um diferencial, pois todas as páginas, com exceção de 'Como nasce o fascismo', foram feitas em home office, o que demonstra uma grande sintonia entre a nossa equipe."
Além de Carlos Marcelo e Júlio Moreira, participaram dos trabalhos outros profissionais da Redação, como Alexandre Cruz, Álvaro Duarte, Bertha Maakaroun, Janey Costa, Paulo Nogueira, Rafael Alves, Renata Neves e o cartunista Quinho.
TRADIÇÃO INTERNACIONAL No ano passado, o EM já havia conquistado quatro prêmios: três na categoria Capa e Cobertura Regional e um na categoria Primeira Página/ Regional. Participaram daquela edição 184 jornais de 25 países de todas as partes do mundo. Ao todo, foram enviadas mais de 4 mil publicações, divididas em 20 categorias.
A primeira página "Brasil volta a copiar o horror" foi publicada em 14 de março de 2019, sobre o massacre feito por dois atiradores em escola em Suzano, no interior de São Paulo, quando 10 pessoas foram executadas. A versão impressa mostra a imagem do atirador e a evolução das mortes por ataques de alunos ou ex-estudantes de instituições de ensino nos Estados Unidos e no Brasil.
MASSAGRE EM ALTAMIRA A cobertura de outro massacre, desta vez no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, onde 57 detentos foram brutalmente mortos durante uma briga de facções, garantiu prêmio na mesma categoria para a capa "O país que banalizou a barbárie". A primeira página, publicada em 30 de julho de 2019, traz a imagem de uma mão ensanguentada, com o mapa do Brasil ao centro.
A terceira premiada foi a "Pátria armada", de 15 de janeiro de 2019, que abordou a assinatura pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, do decreto que permitia a cidadãos a posse de até quatro armas de fogo em casa.
O PREÇO DA PIZZA Em 2016, o Estado de Minas conquistou três prêmios no 18º European Newspaper Award, dois deles por excelência gráfica. O primeiro pela capa anunciando a abertura da exposição do pintor holandês Piet Mondrian em Belo Horizonte, e a segunda pela capa que teve como manchete "O preço da pizza", publicada em 23 de outubro de 2015 e ilustrada com trabalho do artista Quinho. A página faz referência aos gastos da CPI da Petrobras, que terminou sem indiciar ninguém.
VOZES DE MARIANA O terceiro prêmio foi para as fotografias do especial “Vozes de Mariana”. O caderno, com imagens do repórter fotográfico Alexandre Guzanshe, publicou relatos de sobreviventes do rompimento da Barragem de Fundão, em Bento Rodrigues (subdistrito de Mariana), que matou 19 pessoas. O trabalho foi inspirado no mais celebrado livro da escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Alexievich, Prêmio Nobel de Literatura em 2015. Na publicação, de 1997, Svetlana reuniu depoimentos dos que sobreviveram ao terrível desastre nuclear ocorrido em 1986.
Em 2013, na primeira vez em que um país não europeu foi autorizado a concorrer no European Newspaper Award, sendo o Brasil o convidado de honra, o Estado de Minas conquistou 12 prêmios de excelência em sete categorias. Entre os trabalhos reconhecidos estavam capas do jornal, capas de cadernos, ilustrações, infografias, fotografias e páginas sobre temas que marcaram aquele ano, como as manifestações populares de julho, a renúncia de Bento XVI e a escolha do papa Francisco.
TRABALHOS PREMIADOS EM 2020
Categoria Especial: Coronavírus
Sem rumo – 16/5/2020
Alexandre Perez, Carlos Marcelo,
Júlio Moreira, Janey Costa e Rafael Alves
Categoria Especial: Coronavírus
A guerra que o Brasil perdeu – 9/8/2020
Alexandre Perez, Álvaro Duarte,
Carlos Marcelo, Júlio Moreira e Quinho
Categoria: Primeira página/Notícias Locais
No limite – 13/10/2020
Alexandre Perez, Álvaro Duarte,
Carlos Marcelo, Júlio Moreira
e Leandro Couri
Categoria Página Especial
Como nasce o fascismo (Pensar)
14/2/2020 – Júlio Moreira, Carlos
Marcelo, Bertha Maakaroun e Paulo Nogueira
Categoria Página Especial
O mistério do fim da existência (Pensar)
22/5/2020 – Júlio Moreira
e Paulo Nogueira