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Estado de Minas MODA

Grife mineira com identidade jovem

Conhecida pelas roupas com atitude, marca belo-horizontina entra no sétimo ano com uma moda mais madura e elegante, trabalhando, de maneira inédita, com shapes de alfaiataria


postado em 18/08/2019 04:00 / atualizado em 14/08/2019 21:23

(foto: Estúdio Bingo/Divulgação)
(foto: Estúdio Bingo/Divulgação)


Sem rodeios, o DJ Vitor Sobrinho avisa: estamos aqui para questionar a imposição de padrões. Fundador da Nephew, marca de streetwear com sete anos de estrada, o belo-horizontino consegue conversar como poucos com o público jovem ao fazer moda com uma identidade questionadora, rebelde, irônica e um tanto quanto subversiva. “Só queremos que as pessoas questionem mais o mundo em que vivemos. Para isso, ajudamos cada um a fazer sua revolução diária”, destaca.
Para criar a Nephew, Vitor se inspirou em nomes do streetwear que conheceu nos Estados Unidos, onde morou por um ano e meio. Segundo o DJ, marcas como The Hundreds (da Califórnia) e Supreme (de Nova York) estavam ligadas a um lifestyle e conversavam com os jovens de maneira diferente. “Percebi que em BH, principalmente, existia brecha para uma marca mais questionadora, que falasse sobre música, política e tudo o que vivemos no nosso dia a dia. Tinha as marcas gringas, mas o cara não está aqui para entender o que está se passando na vida do jovem”, observa.
 
Com identidade forte, que mistura um pouco de rebeldia, subversão e ironia, a Nephew não passa despercebida. Em uma das camisetas, a frase “Don't be influenced by influencers” (em português, Não seja influenciado por influenciadores, uma referência aos formadores de opinião das redes sociais) confirma que a marca não poupa questionamentos. O hip-hop está entre as principais influências. “Hoje os maiores ditadores de tendências são os rappers. Eles influenciam muito a moda”, aponta Vitor.
 
Quem acompanha a Nephew percebe o seu amadurecimento. Inicialmente focada em camisetas, a marca foi aos poucos levando a sua identidade para outros shapes e tecidos, com o objetivo de vestir os clientes da cabeça aos pés. Nesta coleção, Vitor deu uma virada ainda mais ousada ao investir em alfaiataria. “Quis mostrar esse amadurecimento da marca. Então, busquei modelagens que nunca tinha feito antes, com uma pegada mais oversized, bem confortável”, aponta.
 
A nova experiência resultou em uma coleção mais elegante, com blazer, sobretudo, jaqueta, camisa, bermuda e calça cropped (que deixa os sapatos em destaque). “A alfaiataria está entrando cada vez mais no streetwear. Além de mostrar a tendência, consigo abraçar outro público, que não se veste com moletom ou malha, oferecendo uma roupa que dá para trabalhar e sair depois”, analisa.
 
Vitor apostou em padronagens clássicas, como listras, risca de giz e xadrez, mas um toque de personalidade, seja na presença de cores chamativas ou na mistura de estampas. Mas são os tons escuros que predominam na coleção, entre eles preto, cinza, bordô, azul-marinho e vermelho.
A marca trouxe para os dias frios blusas de gola rolê e saias de veludo, seguindo referências dos anos 1990. Além disso, trabalhou pela primeira vez com o tricô e a pelúcia. As camisetas, que continuam a ser o forte da Nephew, também entraram na onda da década que tanto tem influenciado a moda de hoje. “Criamos modelos que lembram aquelas camisetas que o seu tio trouxe para você dos Estados Unidos. A ideia é parecer suvenir”, diverte-se.

NOVO PÚBLICO A logomania continua, mas deixou de ser uma constante na marca. Acostumada a exibir o seu nome em todos os cantos, da gola da blusa ao cós da calça, a Nephew preferiu ser mais discreta nesta coleção, já que está de olho em um novo público. “Não quisemos reforçar tanto o peso da marca. Pensamos em peças mais básicas, até para ser mais democráticos.”
 
A Nephew nasceu como marca masculina, mas, logo no primeiro ano, Vitor percebeu que muitas mulheres compravam as roupas e decidiu incluir o público feminino. “Queremos atingir aquelas pessoas, homem ou mulher, com espírito jovem, que, na maioria das vezes, gostam muito de música, têm atitude, questionam o que está acontecendo ao seu redor e estão ligadas nas tendências. Compram porque sabem que a roupa é fresh e já se antecipam”, pontua.
 
Hoje a Nephew tem quatro lojas próprias, três em Belo Horizonte e uma em São Paulo. A primeira fica no Bairro Prado e divide espaço com a fábrica, de onde saem as peças de malharia e moletom. Vitor desistiu de trabalhar com revenda para ficar mais próximo do seu público. Dessa forma, ele também quer incentivar o consumo local. “Não penso em uma marca gigante, com mil lojas. Quero oferecer uma roupa mais limitada, mais exclusiva, que quem gosta vai saber onde comprar.”
Em setembro, a marca deve inaugurar mais uma loja. Será no LayBack Park, em Nova Lima, empreendimento do skatista Pedro Barros, que leva o nome da sua cerveja.


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