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Estado de Minas ENTREVISTA

'Minha seleção é o Cruzeiro', diz Marlon, em entrevista ao No Ataque

Boas atuações já rendem elogios e sondagens ao lateral-esquerdo, mas Marlon garante estar focado só no time celeste


13/08/2023 04:00 - atualizado 12/08/2023 22:31
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Marlon comemora gol
Marlon acredita que, se a equipe não tivesse tropeçado tanto, estaria no G-6 do Campeonato Brasileiro (foto: Staff Images/Cruzeiro)


Destaque defensivo do Cruzeiro na Série A do Campeonato Brasileiro, o lateral-esquerdo Marlon, do Cruzeiro, tem colhido os frutos da boa fase. Em entrevista exclusiva ao portal No Ataque, do Estado de Minas, ele falou sobre o momento, sondagens do exterior e chance de Seleção Brasileira. Também comentou as primeiras impressões no clube – chegou quando o time atravessava período de turbulência, ainda sob o comando de Paulo Pezzolano. Depois, a Raposa retomou a boa fase e fez grandes partidas nas primeiras rodadas do Nacional. Contudo, tem oscilado nos últimos jogos, principalmente como mandante. São boas partidas contra os candidatos ao título, mas dificuldades contra os times de menor expressão. Esse foi um dos temas abordados por Marlon, que comparou o desempenho do Cruzeiro ao personagem Robin Hood, um “fora da lei” que roubava da nobreza para dar aos pobres.

Você chegou ao Cruzeiro em meio a muita turbulência com Pezzolano, durante o Campeonato Mineiro. O que passou na sua cabeça nos primeiros meses de trabalho?
“Quando vim, sabia o desafio. Pelo tamanho do clube, muitas vezes você não se surpreende, mas tenta assimilar certos golpes e momentos bons que vivencia todos os dias. Tem toda uma expectativa do torcedor, e sempre batemos nisso, quem veio está ciente do que é representar o Cruzeiro e o que eles esperam. O começo teve pressão, mas quem almeja estar em times grandes e disputar coisas grandes precisa estar preparado.”

Você e Bruno Rodrigues estavam entrosados pela esquerda, mas a dobradinha foi desfeita por causa da lesão do atacante. Coincidentemente, o Cruzeiro não venceu sem ele. Qual o impacto da saída do Bruno Rodrigues?
“O Arthur (Gomes) chegou muito bem, ficamos felizes com a chegada dele. Ainda tem os meninos que estavam há mais tempo. Mas eu e o Bruno, por temos jogado juntos, temos boa liga. A gente se entende muito bem e temos amizade fora do campo também, isso soma bastante. O Bruno faz falta porque é um jogador que agrega bastante, mas, quem entrou, entrou bem. Isso é muito bom para nós, porque acirra a competição.”

Você fala da concorrência no Cruzeiro de modo geral, mas qual o jogador que mais lhe impressionou?
“A gente tem bons meninos e os experientes também, que dão essa ajuda nos bastidores. É difícil nomear só um. Não só por ser meu amigo, mas gosto muito de falar do William por todo o histórico (de lesões) dele, pelo que passou, e o momento que vive.”

Por que o Cruzeiro faz bons jogos contra os grandes, mas tem vacilado contra os de menor expressão?
“O Brasileiro tem 20 equipes, mas duas ou três sempre vão ter mais problemas. Então, são 16 ou 17 times de alto nível, que competem muito. Até aproveitar para parabenizar o Cuiabá, que muitos falam que é uma equipe pequena, mas que está batendo de frente com todo mundo, buscando resultados, e está ali por merecimento. Nós mesmos tropeçamos contra o Cuiabá, contra o Fortaleza, que na teoria eram equipes que perderiam para o Cruzeiro. E contra adversários que, na teoria, apresentam mais dificuldade, desempenhamos bom futebol.  Conversamos sobre isso no vestiário, temos que parar de ser Robin Hood, de entregar e tirar só dos mais difíceis. Se não tivéssemos tropeçado tanto, estaríamos no G-6.”

Qual jogador do Campeonato Brasileiro você elege como o mais difícil de ser marcado? 
“Nós, da defesa, temos embates fortes em todos os jogos. Você pega pontas habilidosos, com muitos recursos. Vamos enfrentar o Palmeiras agora, que tem três jogadores de frente muito bons e de muitos recursos. Dudu, Artur e Rony têm o 'um para um' e muita intensidade. Enfrentamos o São Paulo, que tem o Wellington Rato, que incomoda bastante. É canhoto, e para o marcador é difícil quando ele cai do lado direito. O Internacional tem o Vanderson e o Maurício, que são muito agudos. Mas vou ficar com a dupla do Palmeiras: Artur e Dudu. São muito incisivos.”

Seu nome foi especulado em um clube russo no início da janela de transferências. O que de fato chegou para você e para o Cruzeiro?
“Quando a gente consegue boas performances, sempre tem sondagens. Em qualquer trabalho, quando você desempenha bom papel, é reconhecido. Chegou uma situação, mas que não caminhou, nada concreto, foi uma sondagem. Meu empresário me passou, mas até falei para o pessoal: ‘Acabei de chegar e vocês já querem me mandar embora?’ (risos). Tenho contrato até o final do ano que vem e estou muito feliz. Estou no meu melhor momento profissional e, se eu estou nele, é porque o Cruzeiro me proporcionou isso, Pepa e meus companheiros. Seria muito leviano já ir embora depois de quatro meses. Fico feliz com o reconhecimento do futebol russo e de qualquer outro lugar. Diz que estou fazendo bom trabalho no Cruzeiro. Só que minha cabeça e comprometimento são com o clube que apostou em mim. Estava no Campeonato Turco, que é muito disputado, mas não é da primeira prateleira, e o Cruzeiro foi lá e me buscou. Se hoje estou bem, é graças ao Cruzeiro.”.

Seu bom desempenho o credencia como um dos melhores laterais-esquerdos do Brasileiro. Acha que se mantiver o nível pode pintar em uma convocação do Fernando Diniz para a Seleção Brasileira?
“Fazendo uma boa temporada, por que não? Estou trabalhando para isso, mas a Seleção é consequência do trabalho. O Fernando (Diniz) é um treinador que já me conhece, a gente já trabalhou no Fluminense por duas vezes. Mas minha seleção hoje é o Cruzeiro, só vou para a Seleção Brasileira se fizer bom trabalho aqui. Tenho que colocar como prioridades meu clube e meus companheiros. Sinceramente, não fico pensando na Seleção Brasileira, vivo o dia a dia no Cruzeiro. Chegar à Série A é difícil e se manter é mais ainda. Só me preocupo em me aprimorar e entregar um bom futebol. O que vier depois é consequência. Deixo as pessoas falarem se eu mereço ou não. É o meu trabalho que vai dizer.”

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