“A semana do 11 de setembro de 2001 era minha última na Casa Branca, porque tinha sido transferida para o Departamento de Estado, para trabalhar com o secretário Colin Powell. Estava tomando café com uma colega em um pequeno restaurante reservado para os funcionários que trabalham diretamente com o presidente, que fica no subsolo da Ala Oeste. Era por volta das 8h30 quando alguém chegou contando que um avião tinha se chocado contra uma das torres gêmeas. Achei que não era nada sério e que se tratava de um avião pequeno. Antes mesmo de o outro avião se chocar com o prédio, alguns agentes apareceram e pediram que a área fosse evacuada, mas ainda não era um alerta total. Poucos minutos depois, recebemos um aviso do comando para tirar todo o pessoal do prédio.
Foi tudo chocante e confuso. Mas me lembro de ter ficado calma. Naquele dia, não mostrei muitas emoções. Mantive o controle, porque estava trabalhando. Apesar de estar trabalhando há muito tempo na Casa Branca, nunca tinha visto aquilo. Ali, em Washington, a sensação era de que estávamos no lugar mais protegido. E os ataques mostraram o quão vulnerável era a capital. E depois disso mudou tudo, e as primeiras mudanças foram na Casa Branca, com um aumento muito grande da segurança. O jeito de ver as coisas e o estilo de vida das pessoas mudaram, e nunca mais deve ser o mesmo.
Quando isso aconteceu, meu pai estava morando com a gente, e ele já estava bastante velho. Morreu dois meses depois do 11 de Setembro. E ele veio da Itália para cá com nada e disse na época: ‘Nunca imaginei que uma coisa dessa fosse acontecer com os EUA’. E agora, eu, de uma nova geração, com meus filhos, eles nunca vão conhecer a inocência que eu conheci. Ficamos mais conscientes da nossa vulnerabilidade depois dos ataques, mas também não queremos ficar presos nisso e queremos continuar vivendo. Se não for assim, será dizer que o terrorismo ganhou, e eu não acredito nisso.”