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Estado de Minas XADREZ UNIVERSITÁRIO

Sisu: como vencer o 'leilão' de vagas do ensino superior

Até sexta-feira (18/2), estudantes que fizeram o Enem disputam quase 222 mil vagas em mais de 6 mil cursos de graduação no país


16/02/2022 06:00 - atualizado 16/02/2022 08:15

Emanuelle Severino
Nota mil na redação, Emanuelle Severino tem no radar o curso de medicina da UFMG e já montou sua estratégia para o Sisu: "Sinto que este ano vou entrar" (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Está aberta a maior seleção para instituições de ensino superior do país.  Candidatos ao mundo universitário têm até depois de amanhã, sexta-feira, para mexer suas peças num tabuleiro que envolve quase 222 mil vagas para mais de 6 mil cursos de graduação, em 125 instituições públicas. Em Minas Gerais, as vagas estão distribuídas nas 11 universidades federais, em quatro institutos federais, no Cefet e duas universidades estaduais. Não deixar para a última hora, acompanhar diariamente as mudanças do jogo e estar atento às notas de corte fazem parte da estratégia para não ficar de fora da graduação.
 
As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) podem ser feitas até as 23h59 de sexta-feira, no horário de Brasília, exclusivamente pela internet. Mais de 84,5% das vagas ofertadas são para as instituições federais (universidades e institutos). Podem participar do Sisu todos os estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2021 e não tiraram zero na redação. A exceção fica para estudantes treineiros, que participaram da avaliação sem ter concluído o ensino médio. Este ano, as inscrições podem ser feitas pelo Acesso Único (https://acessounico.mec.gov.br), que reúne todas as formas de acesso ao ensino superior promovidas pelo Ministério da Educação (MEC).
 
Diretor-executivo de unidades escolares do grupo Bernoulli Educação, Marcos Raggazzi compara o Sisu a um “leilão eletrônico de vagas”. “São vagas que serão distribuídas no Brasil e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) deseja leiloá-las, ou seja, quem tiver a maior nota leva a vaga. Como não é possível fazer isso num espaço físico, acontece na plataforma do Sisu”, explica. Ele lembra que nos cinco dias em que a plataforma fica disponível os candidatos podem modificar suas opções quantas vezes quiserem, para simular os resultados. O sistema vai considerar a última opção preenchida, no quarto dia. Ele destaca que as simulações são fundamentais para o aluno entender o valor de cada vaga e, assim, ter em mãos várias opções.
 
O professor alerta para dois erros a se evitar: fazer uma única aposta e só se inscrever no último dia. E a dica de ouro: fazer simulações da nota durante todos esses dias. Isso porque o sistema é dinâmico e diário. Ele processa na madrugada as opções marcadas naquele dia, permitindo aos futuros calouros verem, no dia seguinte, se seria ou não aprovado. Isso pode ser feito nos três dias sucessivamente e só no quarto dia é que valerá a opção final do aluno. É preciso considerar também que as instituições usam a notas do Enem com critérios diferentes. “Algumas avaliam pela média das áreas cobradas, outras podem dar pesos diferentes às notas. Durante os três dias de inscrição, a nota de corte oscila, por causa da entrada e saída de alunos com notas diferentes em uma mesma quantidade de vagas. É importante acompanhar essa movimentação”, afirma.

Estratégia


É o que pretende fazer a ex-aluna do pré-vestibular Bernoulli Emanuelle Severino, de 20 anos, que tem no radar o curso de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Aluna nota mil em redação, ela se lançou ontem na corrida do Sisu. Pôs a nota e aguardava com ansiedade a parcial do primeiro dia. “Sinto que este ano vou entrar, mas sempre dá aquele medo”, diz. Sua estratégia está traçada e terá como segunda opção uma federal do interior do estado: “Vou avaliar minhas chances olhando mais pelas minhas posições no sistema que pela nota em si e, no último dia, validar as opções”.
 
No caso dos menos decididos, na dúvida entre quais instituições priorizar como primeira e segunda opções, a orientação é entrar no site de cada uma delas para buscar informações sobre as notas de corte dos últimos três anos e, assim, ter uma base para aumentar as chances de conseguir a vaga. Consultar informações das instituições é essencial também no caso de alunos que estão muito próximos da nota de corte delimitada pelo Sisu e, logo, com chances de ficar de fora. “Quando o aluno está muito próximo da nota de corte e é o último dia do Sisu, é bom pesquisar na universidade de predileção quantas pessoas ela chamou na lista de espera. Por exemplo, se nos últimos cinco anos chamou cinco pessoas e ele está na 10ª posição de uma possível lista de espera, provavelmente não será chamado e o ideal é que se inscreva em outra universidade. Mas, se chamou 40, vale permanecer naquela opção, mesmo não tendo tanta folga assim.”

Duas vezes nota 1.000

Eles foram poucos em todo o país a conseguir algo considerado um verdadeiro feito no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): cravar nota 1.000 na redação, uma das provas-chave da avaliação. Ir bem nela é garantir boa parte do caminho rumo ao ensino superior. Isso porque a prova mais aguardada da avaliação é, ao lado da matemática, considerada decisiva, por sozinha representar a totalidade dos pontos distribuídos em cada uma das cinco áreas do conhecimento. E mais difícil que fechar a produção de texto é obter nota máxima duas vezes.
 
Essa foi a façanha de Carolina Cantoni de Almeida Barros, de 21 anos. Em 2019, ela havia tirado nota 1.000 e dois anos depois, repetiu a dose. “Não acreditei que o raio tinha caído duas vezes no mesmo lugar”, conta. Para ela, a nota é fruto da produção de muitos textos e do investimento em temas desafiadores, que fogem do senso comum. “Foquei em temas que não estavam na mídia. O deste ano me assustou à primeira vista, mas minha preparação me ajudou a lidar com isso”, relata a jovem, candidata a uma vaga em medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
 
Para seu terceiro concurso para medicina, Carolina se mudou de Juiz de Fora para estudar em Belo Horizonte, no Bernoulli. Ela está ansiosa para ver a primeira prévia do Sisu, hoje. “Estou confiante que desta vez deu certo. A sensação é de ter tirado o peso do mundo das costas. Para alunos mais antigos como eu, que tento pela terceira vez, a preparação é muito extensa, ainda mais num contexto de pandemia. A parte emocional do processo é muito dura.”
 

Repescagem


Os não aprovados na primeira chamada do Sisu devem ficar atentos aos prazos da lista de espera, que será disponibilizada unicamente a candidatos que não foram selecionados na primeira nem segunda opções. Esses não podem manifestar interesse, independentemente de terem ou não feito matrícula. Já o candidato apto poderá se manifestar para a primeira ou segunda opção de curso escolhido em sua inscrição no Sistema de Seleção Unificada. O acompanhamento das chamadas da lista de espera é feito diretamente no site da faculdade.


Para se dar bem no Sisu

Dicas e prazos a cumprir

» Faça simulações ao longo de toda a semana

» Procure saber como as instituições de ensino calculam as notas para fazer uma escolha estratégica

» Consulte os sites das instituições antes de optar

» Valide suas escolhas no último dia
» Fique atento aos prazos! Candidato selecionado na 1ª ou 2ª opção só terá essa oportunidade de fazer matrícula e não poderá entrar na lista de espera.

» Não perca os prazos:
» Inscrições: até sexta-feira
» Resultado: 22 de fevereiro
» Matrícula: 23 de fevereiro a 8 de março
» Lista de espera: 22 de fevereiro a 8 de março

» Para manifestar interesse em participar da lista de espera: A partir de 10 de março, ocorrerá a convocação dos selecionados por meio da lista de espera.

Fontes: Marcos Raggazzi/ Bernoulli e Ministério da Educação 


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