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Estado de Minas ENEM 2020

Enem 2020: entenda o cálculo para se dar bem em matemática

A dica é se concentrar nas questões fáceis, que o aluno precisa acertar, sob pena de perder mais pontos


21/01/2021 06:00 - atualizado 21/01/2021 12:10

Expectativa de professores é que 21 das 45 questões de matemática sejam fáceis e 18 tenham média dificuldade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 3/8/18)
Expectativa de professores é que 21 das 45 questões de matemática sejam fáceis e 18 tenham média dificuldade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 3/8/18)


Numa prova em que cálculos são a grande estrela, nada melhor que os próprios números para desvendar os segredos da matemática no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Preparado para as estatísticas? Pois bem, na matéria historicamente bicho-papão dos alunos, quantas questões, num total de 45, você pensa serem difíceis? Não vale falar 45... A resposta correta é: normalmente, uma pequena parte delas. Surpreso? Tem mais: matemática tem peso decisivo, por ser, ao lado da redação, as únicas, por si só, a valer mil. Entre os testes de múltipla escolha, é o único no qual o participante pode passar a barreira dos 900 pontos ou cravar 700 acertando menos de metade da prova.

O raio-x da prova de matemática, que será aplicada domingo junto com ciências da natureza, é resultado de pesquisa realizada por um grupo de professores em cima das 10 últimas edições do Enem para fazer uma leitura mais precisa da prova. Eles se debruçaram sobre os exames de 2010 a 2019 para levantar, por exemplo, quantas questões fáceis, médias e difíceis foram cobradas nesse período. “Nossa análise mostra que o participante deve ver este ano, em média, seis difíceis, 21 fáceis e 18 médias”, afirma o professor de matemática do pré-vestibular e do 3º ano do ensino médio do Colégio Bernoulli, Sérgio Gonçalves de Moraes, um dos integrantes do grupo.
 
Ele lembra, no entanto, que “quem” calibra a dificuldade é a teoria de resposta ao item (TRI), nos pré-testes do Enem, feitos com estudantes do ensino médio. “Não significa que o aluno vai achar difícil uma questão que a TRI elaborou como tal, mas a dificuldade vem do fato de muita gente ter pego essa questão no pré-teste e tido dificuldade”, explica. “Alguns assuntos são classificados pela TRI como difíceis, como logaritmo. Quando é pré-testado, os meninos veem esse assunto e pulam, muita gente chuta. Foi classificada assim, mas, às vezes, nem difícil é”, diz.

Por isso, segundo Sérgio, vale uma estratégia de ouro ensinada na escola ou nos cursos preparatórios: tentar buscar na prova quais são as questões difíceis. “Quando o aluno se depara com uma questão que não entende depois da segunda leitura, ela tem que ser considerada difícil e não pode perder muito tempo ali. Tem que se mandar logo. Acertar duas fáceis e errar essa difícil é muito mais valioso”, ressalta, lembrando que a TRI “condena” quem acerta difícil e erra uma questão muito fácil. “Vai perder muito ponto.”

O professor do Bernoulli dá exemplos da edição 2019. Em todo o Brasil, a menor nota de quem teve 10 acertos foi 361 e a maior, 637. “Duas pessoas acertaram a mesma quantidade de questões: uma tirou 361 e outra quase o dobro. Provavelmente, a pessoa que tirou muito pouco chutou de maneira aleatória, acertou dificílima e errou questão banal. O outro acertou todas as fáceis e mostrou, assim, que sabe como se resolve o item”, explica. Já quem teve 20 acertos ficou com nota entre 491 e 739 pontos. “É possível fazer menos da metade e ter em torno de 700 pontos. O aluno tem que se concentrar nas fáceis, que precisa acertar. Se errar as difíceis, a TRI vai tirar ponto, mas, se errar fácil, vai tirar muito mais”, avisa.

O levantamento verificou ainda as faixas de pontuação. Em matemática, a maioria das pessoas que tiver 22 acertos terá nota em torno de 700. A ruptura para 800 pontos se dá com mais ou menos 32 acertos. Já a ruptura de 900 ocorre com mais de 40 itens assinalados como corretos. Sérgio destaca que nas outras áreas esses números são bem menores. Em linguagens, por exemplo, é necessário praticamente fechar a prova para tirar 800, cravando 44 a 45 questões. Em humanas, essa pontuação também só é obtida acima de 42 acertos. “Ninguém faz 900 em humanas ou ciências da natureza. Só em redação e matemática é possível tirar 900. Nenhuma outra. Se fechar linguagem não tira essa nota”, destaca o professor. Sendo ela mesma uma área, matemática tem nome e peso. Ela sozinha vale mil, como redação. As outras áreas têm a mesma pontuação máxima, mas dividem entre si esse total, como física, química e biologia, em ciências da natureza. “Por isso, para ser aprovado em curso concorrido, tem que ir bem na matemática.”

Em meio a tantos números, a pesquisa não poderia deixar de lado os principais conteúdos do Enem. Foram analisadas 450 questões das 10 últimas edições, o que permitiu fazer um ranking com os “Top five” – os cinco assuntos no topo da preferência do Enem e que abordam mais da metade da prova. O campeão (cerca de 20% da prova ou nove itens) é razão e proporção, seguida por estatística e geometria plana (quatro ou cinco questões cada). Em quarto lugar aparece porcentagem e, em quinto, geometria espacial (cerca de quatro itens cada). O resto é dividido em uma ou duas questões, ficando as calibradas como difíceis a cargo da trigonometria, logaritmo e geometria analítica. Entre aquelas tidas como fáceis, itens relacionados a tabelas, estatística e médias. “Probabilidade também cai, mas não tanto quanto o Top five”, diz Sérgio de Moraes.

Revisão


Luiz Felipe aposta na recompensa do esforço: %u201CO trabalho já foi feito. Resta esperar para fazer uma excelente prova%u201D(foto: Arquivo pessoal)
Luiz Felipe aposta na recompensa do esforço: %u201CO trabalho já foi feito. Resta esperar para fazer uma excelente prova%u201D (foto: Arquivo pessoal)
O estudante Luiz Felipe Barcelos Gonçalves, de 18 anos, recém-formado no ensino médio pelo Bernoulli, não mediu esforços na preparação. Com mais facilidade na área de humanas, se concentrou em 2020 para aprender bem os conteúdos de matemática e biológicas com resultados bem melhores, segundo ele, nesse 3º ano. Esta semana, está aproveitando a revisão oferecida pelo colégio para perpassar eixos e conteúdos e, em caso de dúvida de última hora, se agarrar aos plantões ou professores a postos em plataforma virtual.

Desde março em casa, ele assistia às aulas ao vivo das 7h às 12h20 e, à tarde, se dedicava a uma rotina de exercícios até de noite. Os pais, que continuaram trabalhando fora, tiveram cuidados redobrados contra a COVID-19 para não prejudicar o filho vestibulando e a outra filha. Nessas semanas de Enem, Luiz Felipe está até o último momento focado nos estudos, mas também na saúde. Tanto que topou dar entrevista por telefone. Neste momento, sair só para vestibulares e Enem, uma vez que ficar doente é fora de questão.

No primeiro domingo do Enem, o medo em relação às normas de segurança da aplicação se dissipou ao encontrar uma sala com mais faltosos que presentes. “Isso mostrou o quanto as pessoas estavam inseguras com os protocolos e, realmente, se tivesse ido todo mundo, a sala ficaria consideravelmente cheia”, conta. “Fiz Fuvest, Unicamp e Ciências Médicas. Em todos, as salas estavam preparadas de forma a receber um número de candidatos que garantiria a segurança sanitária. Já o Enem vacilou um pouco nesse aspecto.”

Passados tantos transtornos e desafios, é hora agora de encarar o último deles. “Vejo com mais receio algumas matérias da matemática, como análise combinatória e geometria espacial, mas sei que me preparei bem. Surtar e começar a duvidar de mim mesmo só vai prejudicar. O trabalho já foi feito. Resta esperar para fazer uma excelente prova e ser recompensado com aprovação no Sisu (Sistema de Seleção Unificado).”

Não perca o foco


» Identifique questões fáceis, médias e difíceis
» Não perca tempo nas difíceis
» Leia o enunciado com calma e fique atento ao comando da questão para saber exatamente o que está sendo perguntado
» A questão é extremamente objetiva: tem comando, pergunta e resposta. Não precisa ler cada alternativa e ver se ela está certa
» Atenção aos distratores: alternativas que são possíveis respostas, mas estão erradas por não responder ao comando. Todo item considerado bom tem bons distratores

FONTE: Sérgio Gonçalves de Moraes/ Bernoulli
 

Barrados terão direito a reaplicação


A juíza federal Marisa Claudia Gonçalvez Cucio, da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, negou pedido da Defensoria Pública da União para que fosse cancelado o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para domingo. No entanto, determinou a reaplicação dos testes para candidatos barrados no primeiro dia de provas, no domingo passado, devido à lotação de salas. No calendário do Enem, a reaplicação, inicialmente prevista para quem não comparecesse ao exame por estar com doenças infectocontagiosas, entre elas a COVID-19, está marcada para os dias 23 e 24 de fevereiro.

Apesar da ausência de mais da metade dos inscritos em todo o Brasil, o que representou uma taxa de abstenção recorde, o Enem 2020 teve salas lotadas e candidatos já nos locais de prova impedidos de fazer o exame. Antes da realização do exame no último domingo, o instituto preparou um protocolo em que reduzia a capacidade das salas para tentar evitar a transmissão de COVID-19.

"Esse infeliz planejamento pode ter prejudicado inúmeros alunos, os quais devem ter garantido o direito de realizar as provas, e o Inep, a obrigação de reaplicá-las nos dias 23 e 24 de fevereiro, data já prevista no edital para reaplicação de provas e para realização das provas no estado do Amazonas e demais cidades onde não houve aplicação da prova em razão de situações regionais decorrentes da pandemia", diz a juíza em sua decisão.

Um comunicado enviado pelo Inep na última terça (19) afirmava que os candidatos que foram barrados no primeiro dia deverão prestar normalmente as provas do próximo domingo (24). A decisão judicial aponta o direito de reaplicação aos dois dias de Enem. O texto divulgado dizia que "o inscrito deverá solicitar apenas a reaplicação das provas que ocorreram no dia em que se sentiu prejudicado. Portanto, cabe ressaltar que o participante poderá realizar, normalmente, as provas do próximo domingo, 24 de janeiro, caso tenha sofrido com questões logísticas no primeiro dia de aplicação".


Aulão gratuito


O cursinho Mestres da Matemática, especializado no preparatório da área para vestibulares e Enem, promove hoje, das 14h às 18h, o Aulão dos mestres, uma revisão de todos os assuntos de matemática para o exame. Ele é gratuito e aberto a todos os estudantes. Os professores vão resolver questões estilo Enem e a aula ficará salva na plataforma até domingo: https://mestresdamatematica.com.br/.


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