Recursos

A maior parte dos recursos não sacados são de pequenas quantias.

Jackson Romanelli/EM
O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (7/6) que ainda há R$ 7,08 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro aguardando saque pelos brasileiros. Até o momento, apenas R$ 3,93 bilhões foram devolvidos por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), de um total de R$ 11,01 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras.

Dos 38.876.360 correntistas incluídos no programa desde seu início em fevereiro do ano passado, somente 13.970.528 (35,93%) resgataram valores. Dentre os que já fizeram o saque, 13.477.382 são pessoas físicas e 493.146 são pessoas jurídicas. Entretanto, 36.120.242 pessoas físicas e 2.756.118 pessoas jurídicas ainda não realizaram o resgate de seus valores.
A maior parte dos recursos não sacados pertence a pessoas e empresas com direito a pequenas quantias. Beneficiários com valores a receber de até R$ 10 representam 62,68% do total, enquanto aqueles com valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,24% dos correntistas. Somente 1,78% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

Após ficar inativo por quase um ano, o SVR retomou suas atividades em março, apresentando novas fontes de recursos, sistema de agendamento atualizado e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em março, o BC registrou R$ 505 milhões resgatados, valor que diminuiu para R$ 259 milhões em abril.

Novidades para o público

 
Na nova etapa do SVR, há importantes novidades, como a impressão de telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Além disso, foi implementada uma sala de espera virtual, permitindo que todos os usuários consultem seus valores no mesmo dia, sem necessidade de agendamento por ano de nascimento ou fundação da empresa.

Outra melhoria é a consulta a valores de pessoas falecidas, com acesso para herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais. O sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há maior transparência para titulares de contas conjuntas, permitindo que ambos visualizem informações como valor, data e CPF de quem realizou o pedido de resgate.

Além disso, foram acrescentadas fontes de recursos esquecidos que não constavam nos lotes do ano passado, como contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

O SVR engloba valores disponíveis para saque no ano passado, como contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

O Banco Central alerta os correntistas quanto a possíveis golpes de estelionatários que afirmam intermediar resgates de valores esquecidos. O órgão destaca que todos os serviços do SVR são gratuitos e que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou confirmar dados pessoais. Apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão, e o BC solicita que ninguém forneça senhas, esclarecendo que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de solicitação.