Nubank

O Nubank garante que o serviço prestado em seus produtos não será prejudicado

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Nubank, maior banco digital brasileiro, emitiu uma nota nesta quarta-feira (7/6) informando a demissão de 296 colaboradores como parte de um processo de reestruturação interna. Em março, a empresa contava com 7,8 mil funcionários. A reestruturação ocorre em meio a um cenário de demissões em massa em empresas de tecnologia e startups no Brasil e no mundo.

A área de operações foi a mais afetada pelos cortes, com o objetivo de centralizar e manter o ritmo de crescimento do Nubank. A nota informa que algumas funções e posições tornaram-se redundantes. A empresa compromete-se a pagar as rescisões devidas, extensão de benefícios de saúde e auxílio na busca por um novo emprego aos funcionários afetados.

Leia: Dinheiro sumiu? Clientes do Nubank reclamam na web que saldo desapareceu

O Nubank garante que o serviço prestado em seus produtos não será prejudicado e, no momento, não há previsão de outras reestruturações. A empresa continua contratando normalmente em outras áreas de negócios, de acordo com as necessidades e desempenho dos empregados.
Além das demissões desta quarta-feira, ocorreram cortes pontuais no Nubank nos últimos meses, relatados em redes sociais como o LinkedIn. A empresa sempre justificou os cortes como medidas de eficiência. As demissões acontecem pouco antes de o Nubank iniciar um patrocínio milionário no Jornal Nacional, da TV Globo, com inserções planejadas até janeiro de 2024.

Fundado em 2013, o Nubank é um dos principais players no mercado de tecnologia financeira no Brasil, tendo recebido investimentos milionários e aberto capital na Bolsa americana em 2021. No primeiro trimestre deste ano, o banco digital registrou lucro líquido ajustado de US$ 182,4 milhões, 18 vezes maior que o registrado em 2022, de US$ 13 milhões. Atualmente, a empresa possui 80 milhões de clientes e busca expandir seus serviços para Colômbia e México.

O fenômeno das demissões em startups não é exclusivo do Brasil e tem sido chamado de 'inverno das startups' após a onda de crescimento impulsionada pela digitalização durante a pandemia. Especialistas apontam que as demissões são um ajuste necessário diante da alta nos preços globais e da guerra na Ucrânia, que afeta a cadeia produtiva mundial e o apetite dos investidores por risco. Startups em fase avançada de desenvolvimento, conhecidas como 'late stage', têm sido especialmente afetadas, já que precisam preservar caixa para sobreviver em meio à dificuldade de levantar capital.