tanque de gasolina sendo abastecido

Próximas semanas serão de adaptação do mercado e reajustes de preços

Gladyston Rodrigues/EM/DA. Press

 
Após anúncio da Petrobras de fim da paridade de preços do petróleo com dólar e com o mercado internacional, o litro da gasolina deve ter queda de, no mínimo, R$ 0,40. Em BH, estima-se que a baixa seja de R$ 0,67. As variações impactam diretamente na inflação e no custo de vida da cidade, consequentemente, no bolso do cidadão.

Segundo Diogo Santos, economista do Ipead, a tendência é que essa medida freie a inflação na capital mineira e, consequentemente, o custo de vida. “Ainda não conseguimos expressar números e dados concretos, mas a depender do repasse integral dos valores da Petrobras e da organização das empresas no mercado, a tendência é de controlar a inflação”, explicou o economista. 
 
 
 
Ele explicou que, após o aumento do preço da passagem de ônibus na cidade, maio registrou uma inflação maior, com aumento de 0,86%. Até abril deste ano, a inflação havia desacelerado. 

As próximas semanas serão de reajustes de preço pelas empresas, que vão estar em fase de troca de estoques mensais, ou seja, os estoques de maior custo acabando e os de menor custo chegando. “Ao final do mês de maio já será possível ter uma visão inicial de o que vai acontecer com a inflação, contudo, apenas no final de junho será possível ter dados concretos”, explicou o especialista do Ipead. 


Consumidor final


Para o consumidor final, a recomendação é sempre pesquisar o preço antes de realizar a compra, visto que, durante as próximas semanas, os valores de cada estabelecimento vão variar muito. “Como a queda no preço dos combustíveis promete ser significativa, haverá impacto no cliente final, já que deve alterar o custo das mercadorias. Porém, tudo depende de como cada empresa se administra e vai reagir às quedas”, concluiu o economista. 
 

Entenda
 
A Petrobras anunciou o fim da paridade de preços do petróleo com o dólar e o mercado internacional. A declaração foi dada em coletiva de imprensa do presidente da petroleira, Jean Paul Prates, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. 

Durante sua fala, Prates esclareceu que a empresa não irá abandonar a referência internacional, mas sim a paridade de importação. "É bom enfatizar que referência não é paridade de importação, é referência internacional. Portanto, isso significa que, evidentemente, quando o mercado lá fora estiver aquecido e o petróleo e seus derivados com preços fora do comum, consolidadamente mais altos, isso será refletido no Brasil, porque 'abrasileirar' os preços, significa levar as nossas vantagens em conta, porém sem tirar o Brasil do contexto internacional, evidentemente", explicou.

De acordo com o ministro, estava na hora de "abrasileirar" o preço dos combustíveis. "Era hora de sinalizar de forma clara que o governo Lula vai cobrar de todas as empresas que cumpram com o seu papel social, compreendendo que elas têm que ser competitivas, lucrativas e atrativas para os investidores. De forma alguma, a Petrobras deixará de ser atrativa para os investidores", declarou.

É previsto que, a partir desta quarta-feira (17/5), nas refinarias, a gasolina reduza, no mínimo, R$ 0,40 por litro. Já o diesel, R$ 0,44 por litro, e o gás de cozinha, R$ 8,97.
 
*Estagiária sob supervisão