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Estado de Minas RESSARCIMENTO

Governo de Minas faz acordo de R$ 42,7 milhões com construtora por fraudes

Negociação assinada nesta segunda-feira (7/11) foi feita em conjunto pela CGE, AGE e MPMG; empresa cometeu atos ilícitos em obras públicas


07/11/2022 15:00 - atualizado 07/11/2022 18:07

Membros do governo mineiro e de órgãos públicos sentados em uma mesa durante coletiva de imprensa da Cidade Administrativa
Construtora fraudou obras na Cidade Administrativa e na Cemig (foto: Mariana Costa/EM/D.A. Press)
O governo de Minas Gerais assinou nesta segunda-feira (7/11) um acordo de leniência com a construtora Coesa S.A., atual denominação da OAS S.A., por fraudes em obras públicas na construção da Cidade Administrativa e em contratos relacionados a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), entre 2008 e 2010.  

 

A empresa, que procurou o governo por conta própria, deverá pagar R$ 42,7 milhões pelos acordos de leniência e de não persecução civil. O valor deverá ser dividido em 19 parcelas anuais corrigidas pela taxa Selic. As negociações foram feitas em conjunto pela Controladoria-Geral do Estado (CGE), Advocacia-Geral de Minas Gerais (AGE) e o Ministério Público estadual (MPMG).

 

Segundo o governo de Minas, os valores a serem ressarcidos foram calculados de forma minuciosa e técnica pela Comissão de Negociação. O montante total previsto nos dois acordos corresponde a pagamentos a título de ressarcimento ao erário, multa civil da Lei de Improbidade Administrativa e de dano moral coletivo. 

 

Destinação dos recursos 

Os acordos, porém, não excluem a empresa de ressarcir a administração pública de eventuais prejuízos aos cofres que vierem a ser apurados e nem prejudica investigações em curso.  

 

Além disso, os valores pagos pelo ressarcimento aos cofres públicos serão destinados integralmente aos entes lesados, no percentual de suas participações no acordo. A multa civil será destinada ao Tesouro Estadual e os valores pagos a título de dano moral coletivo serão revertidos para o Fundo Especial do Estado do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (FUNEMP). 

 

Além do pagamento dos valores acordados, a construtora se comprometeu a continuar aperfeiçoando e monitorando suas políticas de governança, que inclui mecanismos de controle e fiscalização. Em caso de não pagamento ou descumprimento do acordo pela empresa, os benefícios acordados serão integralmente perdidos, com vencimento e execução antecipada da dívida, entre outras penalidades. 

 

Atenuar penalidades

O controlador-geral do estado, Rodrigo Fontenelle, explica que a empresa procura o governo para atenuar as penalidades decorrentes da fraude. “Talvez a maior é ser impedida de contratar com o poder público.”

 

Ele destaca que, por parte da administração pública, as vantagens do acordo são o ressarcimento dos valores e a alavancagem investigativa. “Conseguimos informações que não teríamos se a empresa não tivesse nos procurado e relatado os atos lesivos.”

 

Fontenelle lembra que o valor do acordo é relativo aos contratos da construtora com o governo do estado. “Foram diversos contratos dentro da Cidade Administrativa e é o segundo acordo de leniência relacionado à Cidade Administrativa.”   

 

Em agosto do ano passado, a Andrade Gutierrez também fechou um acordo de leniência com o governo de Minas para devolver R$ 128,9 milhões aos cofres públicos pelos mesmos motivos. 

 

O advogado-geral do estado, Sérgio Pessoa, ressalta que os processos criminais não são paralisados. “A apuração da corrupção é complexa. Foram apontados desvios e destinação de recursos impróprios para a construção e intervenções realizadas na Cidade Administrativa.”

 

Pessoa destaca que o acordo de leniência serve como um mecanismo pedagógico para que as empresas que atuem no estado de Minas Gerais estejam dentro da legalidade.


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