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Estado de Minas IMPACTO NO BOLSO

Cesta básica em BH tem o maior aumento em capitais; confira detalhes

Na contramão da queda registrada em 12 das 17 capitais analisadas em estudo, alta na cesta na capital mineira foi de 1,88% entre agosto e setembro


13/10/2022 19:55 - atualizado 14/10/2022 00:45

Registro do Mercado Distrital do Cruzeiro, em BH, em 6 de outubro
Registro do Mercado Distrital do Cruzeiro, em BH, em 6 de outubro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press/Arquivo)


Estado de Minas 

Conforme novo levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Belo Horizonte foi a capital brasileira que teve o maior aumento do preço da cesta básica, registrando alta de 1,88% entre agosto e setembro em itens de alimentação e higiene considerados indispensáveis à população.

O dado vai na contramão da queda registrada em 12 das 17 capitais analisadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. 
 
Na sequência dos aumentos mais expressivos, no mesmo período, aparecem Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%). Por outro lado, as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%).

 
A cesta mais cara do país está em São Paulo: R$ 750,74. Em seguida, aparecem Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14). Na capital mineira, o valor é de R$ 650,16, sendo necessárias 118 horas de trabalho para arcar com essa despesa – que, inclusive, representa 57,99% do salário mínimo de R$ 1.212. 
 
Vale destacar que a comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2021 e setembro de 2022, mostrou, segundo o Dieese, que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 8,41%, em Vitória, e 18,51%, em Recife.

Considerando somente este ano, o custo da cesta apresentou elevação em todas as 17 capitais pesquisadas pelo departamento. Os destaques vão para as variações em Belém (11,78%), Campo Grande (10,87%), Brasília (10,56%), Goiânia (10,29%) e João Pessoa (10,08%).
 

Comportamento dos preços dos produtos 


O óleo de soja registrou -0,86% em Belo Horizonte em agosto e setembro. Na outra ponta, com a redução mais expressiva nesses dois meses, está João Pessoa: -10,51%. Por outro lado, no acumulado de 12 meses, o valor do item subiu em todas as capitais, com destaque para São Paulo (16,21%) e Florianópolis (15,25%).

“As cotações do grão caíram no Brasil e nos Estados Unidos. O maior volume de óleo de soja ofertado pela Argentina e a menor demanda interna pelo produto também propiciaram a queda nos preços”, explica o Dieese. 
 
Já a batata teve o preço elevado em todas as cidades da região Centro-Sul. As altas mais expressivas foram registradas em Belo Horizonte (20,10%), Campo Grande (16,34%), Rio de Janeiro (16,02%) e Porto Alegre (11,91%). No acumulado de 12 meses, todas as cidades apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (39,77%) e Vitória (34,75%).
 
Coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, o preço do feijão preto também foi menor entre agosto e setembro em Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Vitória e no Rio de Janeiro, com variação de -5,04% em Florianópolis e -0,75%, em Curitiba. Em 12 meses, os valores recuaram em todas as cidades, com destaque para Vitória (-17,06%). As altas cotações do feijão e a menor demanda reduziram o valor no varejo.
 
O preço do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 13 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (-6,27%), Salvador (-2,72%) e Rio de Janeiro (-2,37%). As altas mais expressivas foram registradas em Florianópolis (0,99%) e Campo Grande (0,82%). “A exportação de carne bovina teve bom desempenho, em especial para a China. No entanto, a demanda interna permaneceu enfraquecida, devido ao menor poder de compra da população brasileira”, pontua o Dieese. 
 
Por fim, houve aumento no valor médio do quilo da manteiga em 14 das 17 capitais analisadas. As taxas variaram entre 0,19%, em Brasília, e 5,44%, em Campo Grande. As diminuições foram registradas em João Pessoa (-2,88%), Florianópolis (-1,38%) e Belém (-1,10%).
 

Cesta básica versus salário mínimo

 
Conforme explica o levantamento do Dieese, existe uma determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Com base nisso, a pesquisa estimou que o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.306,97 – ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212. 
 
Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.298,91 e também correspondeu a 5,20 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.657,66 – ou 5,14 vezes o valor vigente à época: R$ 1.100. 

Em setembro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 118 horas e 14 minutos, menor do que o registrado em agosto, de 119 horas e 8 minutos. Em setembro de 2021, a jornada necessária era de 115 horas e 2 minutos.
 
“Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro de 2022, 58,10% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, pouco menos do que em agosto, quando precisou usar 58,54%. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100, o percentual ficou em 56,53%”, destaca trecho do estudo.
 
O levantamento completo está disponível no site oficial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 




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