Nessa quarta-feira (17/08) foram divulgados os finalistas do concurso, que, além do fotojornalismo, contempla trabalhos nas categorias Jornalismo em Texto, Vídeo e Jornalismo em Áudio.
A série de reportagens A Força do Pequi, que reúne o conjunto de fotos escolhido como finalista do Prêmio Sebrae, foi publicada no período de 12 a 14 de setembro de 2021.
O trabalho jornalístico mostrou que o pequi tornou-se protagonista de uma luta travada entre três estados – Minas Gerais, Goiás e Tocantins – para associar seu território ao valor cultural e socioeconômico do fruto que simboliza a diversidade do Cerrado, gera emprego e renda para milhares de pessoas em áreas pobres e castigadas pela aridez no país.
A “disputa” foi deflagrada com a apresentação de três propostas no Congresso Nacional, por parlamentares dos três estados envolvidos, em torno da “paternidade” do “fruto símbolo do Cerrado”. Uma das propostas visa o reconhecimento de Montes Claros, no Norte de Minas, como “a capital nacional do pequi”.
A série de reportagens revelou que o pequi é responsável por uma grande cadeia produtiva que garante renda e o sustento de milhares de moradores dos pequenos municípios do Norte de Minas. Para isso, o Estado de Minas visitou comunidades rurais da região, ouviu pequenos produtores e consultou técnicos e especialistas na atividade para mostrar a dimensão da “indústria do pequi”, que se multiplicou nos últimos anos.
O trabalho jornalístico destacou que o fruto símbolo do Cerrado teve valor agregado, graças às graças às inovações tecnológicas, que permitiram a venda do pequi congelado e o beneficiamento da matéria-prima. Surgiram vários derivados, como a polpa, farinha, óleo, castanha e pequi em conserva. No mercado, já existe até “cerveja de pequi”, sendo que a espécie do extrativismo também é usada como matéria-prima para produtos medicinais.
Ao mesmo tempo em que ganhou fama devido à disputa de três estados em torno da sua produção, o comércio de pequi permanece feito com pouco registro oficial, à base da informalidade. O fruto faz parte da chamada economia invisível, que virou tábua de salvação para milhões de pessoas superarem a pandemia.
A reportagem visitou o município de Japonvar, onde os 8,3 mil habitantes, a renda local e o comércio estão diretamente relacionados ao pequi. Na cidade, de acordo com estudo da Empresa de Extensão Rural e Assistência Técnica de Minas Gerais (Emater-MG), 63% da população local cata o fruto no mato ou revende o produto durante a safra.
Classificado em 17º lugar na ultima edição (2022) do ranking dos Jornalistas Brasileiros Mais Premiados da História, da publicação Jornalistas & Cia, o repórter Luiz Ribeiro também esteve entre os ganhadores do Prêmio Sebrae de Jornalismo/Etapa estadual no ano passado.