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Estado de Minas EFEITOS DA PANDEMIA

COVID-19: jovens de classes C e D deixam os estudos para ajudar em casa

Pesquisa mostra que 42,9% dos entrevistados disseram que seus filhos pararam ou pretendem parar de estudar


05/01/2022 18:22 - atualizado 05/01/2022 18:50

Carteira de Trabalho
Com a crise econômica, agravada pela pandemia da COVID-19, cresce o número de jovens das classes C e D que abandonam os estudos para ajudar os pais (foto: Márcia Folleto/Agência Brasil)
Diante da crise econômica, agravada pela pandemia da COVID-19, as famílias da classe C e D estão vendo seus jovens desistirem de estudar para ajudar em casa. É o que revela a 2ª Pesquisa Go2Mob/FirstCom Pós-Vacina COVID-19, feita pela Go2Mob e a FirstCom Comunicação e divulgada nesta quarta-feira (5/1).

 

Entre as pessoas que participaram do levantamento, 42,9% disseram que seus filhos pararam ou pretendem parar de estudar para ajudar em casa. O número é maior em relação ao registrado na primeira edição da pesquisa, feita em março de 2021, quando 31% dos entrevistados fizeram esta afirmação.

Já o número de pessoas que perderam o emprego depois da pandemia se manteve praticamente o mesmo de março para outubro. Na primeira edição, 50,6% disseram ter sido dispensados. Já na segunda, esse índice passou para 50,7%, sendo que, dentro deste grupo, 73,3% ainda não conseguiram recolocação no mercado de trabalho.

Em relação ao Auxílio Emergencial, na primeira edição do levantamento, em março, 46,9% dos entrevistados declararam ter recebido o recurso em 2020. Já na segunda rodada do benefício – paga no decorrer de 2021 –, esse número caiu para 37,9%.

Dos que receberam a extensão do auxílio, a maior parte usou o dinheiro para comprar alimentos (31,1%) e pagar dívidas (11,4%). Os participantes também disseram ter comprado remédios (9,8%) e produtos de higiene e limpeza (9,5%). Apenas 2,7% gastaram com atividades de lazer e 2,3% conseguiram poupar os valores recebidos.

"Nossa pesquisa demonstrou um dado triste e preocupante: o forte impacto da pandemia no desemprego levou a um aumento da evasão escolar de jovens que precisaram largar os estudos para ajudar em casa. Com este cenário de queda de renda, o pouco recurso disponível através do auxílio emergencial foi direcionado principalmente para suprir necessidades básicas e saldar dívidas", observa Alexandre Ramalho, CEO da Go2Mob.

"Os dados deste segundo levantamento demonstram que a vacinação ainda não teve um reflexo tão positivo na retomada de geração de empregos, um cenário que poderá melhorar dependendo de como a pandemia vai se comportar nos próximos meses", acrescenta Luis Claudio Allan, CEO da FirstCom Comunicação.

Feita nos dias 30 de setembro e 1º de outubro de 2021, a pesquisa contou com a participação de 4.520 brasileiros das classes C e D, dos 26 estados e do Distrito Federal. Os participantes responderam, por celular, perguntas sobre economia, emprego, saúde, vacinação, educação e consumo.

Otimismo apesar da crise


Mesmo em um cenário de incertezas, os entrevistados se mostraram otimistas: 68,6% deles afirmaram acreditar que a economia do país vai melhorar depois da completa vacinação da população e do fim da pandemia. Já para 27%, a situação não deve melhorar, nem piorar. Apenas 4,4% acham que vai piorar.

Dentre os 49,3% dos trabalhadores das classes C e D que disseram não ter perdido o emprego depois da pandemia, somente 12,9% afirmaram estar trabalhando em home office. Quando questionados se irão continuar exercendo suas atividades de forma remota no futuro, 63,9% responderam que sim.

Entre os entrevistados, 28,7% afirmaram ter filhos em idade escolar. Destes, 65,7% disseram que as crianças e adolescentes já voltaram para a escola. Quando questionados se concordam com o retorno às aulas antes da vacinação e do fim da pandemia, 62,9% responderam que sim.
 
Ainda no grupo com filhos em idade escolar, 34,3% disseram que os estudantes ainda não retornaram às aulas presenciais e 19% declararam que os jovens não estão conseguindo acompanhar as aulas em casa. 

Os motivos apontados para essa dificuldade foram:

  • falta de acesso à internet (45,1%), 
  • problemas para se concentrar nas aulas online (37,2%)  
  • ausência de computadores ou celulares para eles estudarem (17,7%)

Com as restrições de circulação para barrar a disseminação do coronavírus, 34,1% dos entrevistados iniciaram ou aumentaram o hábito de comprar pela Internet. Dentro deste grupo, 85,1% disseram usar o celular e 14,9% o computador para fazerem suas compras. Mesmo após o fim da pandemia, 81,8% pretendem continuar comprando on-line.

No ranking dos produtos mais comprados pela internet foram citados:

  • alimentos (18,5%), 
  • roupas (11,4%), 
  • medicamentos (8,7%), 
  • produtos de higiene e limpeza (7,9%), 
  • cosméticos (6,5%), 
  • eletrônicos (7,2%), 
  • celular (5,7%) 
  • eletrodomésticos (4,3%)
 

Maioria é a favor do passaporte de vacinação 


Quando perguntados se concordavam com a exigência do passaporte de vacinação para o acesso a lugares públicos, como estádios de futebol, shoppings centers e shows, 58,1% dos entrevistados responderam que sim.

A porcentagem dos que são contra a medida ficou em 19,7%. Outros 22,2% assinalaram a opção “não sei”. Sobre a possibilidade de as empresas exigirem o comprovante de vacinação para que os colaboradores possam voltar a trabalhar presencialmente nos escritórios, 61,1% afirmaram que são a favor.

Ainda sobre o tema vacinação, 76,3% dos entrevistados disseram já ter tomado pelo menos uma dose do imunizante contra a COVID-19. Destes, 85,2% declararam que vão continuar com distanciamento social e uso de máscara e álcool gel, mesmo depois de serem completamente vacinados.
 
Em relação aos hábitos sociais depois da flexibilização da quarentena:

  • 65,5% afirmaram que só saem de casa quando necessário, 
  • 19,4% saem frequentemente 
  • 15% disseram que ainda estão totalmente isolados
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria


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