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Estado de Minas QUEDA NA ECONOMIA

PIB de Minas Gerais tem queda de 0,2% no terceiro trimestre de 2021

Estimado em R$ 209,7 bilhões, ele representa 9,5% do PIB nacional


13/12/2021 18:32 - atualizado 13/12/2021 19:06

Notas de dinheiro no valor de R$ 50 e R$ 100
A queda no nível de atividade econômica no estado está relacionada com a atividade de energia e saneamento, do setor agropecuário e da indústria de transformação (foto: Reprodução)
O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais teve uma pequena queda (-0,2%), no terceiro trimestre de 2021, pouco maior que no âmbito nacional, -0,1%, em relação ao trimestre anterior. Os dados foram divulgados na tarde desta segunda-feira (13/12), pela Fundação João Pinheiro (FJP).

No caso brasileiro, houve crescimento econômico constatado com ajuste sazonal somente no primeiro trimestre de 2021 (1,3%), seguido por dois trimestres consecutivos com resultados desfavoráveis. 

Já em Minas Gerais, a variação positiva do índice de volume do PIB se deu, preferencialmente, no segundo trimestre deste ano (1,4%), tendo em vista que, no primeiro trimestre de 2021, a economia mineira cresceu apenas 0,4%.

De acordo com a FJP, a explicação para a pequena queda no nível de atividade econômica observada no cenário estadual e no nacional no terceiro trimestre de 2021 está, sobretudo, no comportamento desfavorável em termos da evolução do índice de volume do Valor Adicionado Bruto (VAB) da atividade de energia e saneamento, do setor agropecuário e da indústria de transformação.

Setores


A atividade de energia e saneamento no estado teve grande queda do volume de VAB no terceiro trimestre de 2021 em comparação com o trimestre imediatamente anterior (-9,1%). A redução na geração de eletricidade foi determinante para o desempenho negativo. Ela ocorreu pelo fato de os principais reservatórios das usinas hidrelétricas de Minas terem atingido baixo volume útil.

O volume total de energia elétrica gerada no estado no terceiro trimestre de 2021 foi 9,7% menor do que o observado no segundo trimestre do ano e 41,0% inferior ao do terceiro trimestre de 2020.

A agropecuária também foi determinante para a queda do índice de volume do produto agregado em julho, agosto e setembro de 2021. O volume de VAB agropecuário teve queda de 10,1% no estado e 8,0% no cenário nacional quando a comparação é feita entre o terceiro trimestre de 2021 e o trimestre imediatamente anterior.

A dissipação do efeito positivo do aumento na produção da safra de soja também confirma a intensidade da queda no nível produtivo da atividade no terceiro trimestre de 2021. Além disso, o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também indica redução na quantidade produzida em Minas Gerais de outros cultivos relevantes da pauta agrícola estadual e/ou com proporção importante na colheita no terceiro trimestre. Entre elas estão a segunda safra do milho, a terceira safra da batata-inglesa, além do cultivo da cana-de-açúcar e do sorgo.

A indústria de transformação também contribuiu para o resultado negativo do índice de volume do PIB mineiro e brasileiro no terceiro trimestre de 2021. Em função do encarecimento dos insumos (inclusive energia elétrica), o volume de VAB da manufatura caiu 2,6% em Minas Gerais e 1% em âmbito nacional, comparando o terceiro trimestre de 2021 com o segundo trimestre do ano.

Em Minas Gerais, a indústria extrativa mineral cresceu 2,3% na comparação do terceiro trimestre de 2021 com o trimestre imediatamente anterior. A construção civil teve crescimento de 3,9% na mesma base de comparação. No Brasil, ao contrário, a indústria de extração mineral apresentou ligeira queda (-0,4%). Já a construção civil teve crescimento equivalente ao observado em nível estadual (3,9%) na mesma base de comparação.

O agrupamento formado pelos “outros serviços”, conjunto de atividades e serviços vinculados, principalmente, ao comportamento das famílias, teve alta no terceiro trimestre de 2021 em relação ao trimestre imediatamente anterior (6,3%). Esses serviços foram favorecidos pelo avanço da vacinação contra a COVID-19 e o consequente aumento da mobilidade com a reabertura da economia.

De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, em Minas Gerais, houve crescimento no volume de serviços relacionados às atividades turísticas e o resultado favorável dos serviços profissionais, administrativos e complementares no trimestre de referência. No Brasil, o volume dos “outros serviços” cresceu 2,3% no trimestre de referência.

Avanço da vacinação 


Para o pesquisador da FJP, Raimundo Leal, o fato econômico mais importante do terceiro trimestre no Brasil e em Minas foi o avanço da vacinação e a diminuição da percepção de risco com relação à COVID por parte da população. 
“Devido a esses fatores, houve uma mudança na demanda da população de produtos físicos pela demanda de serviços. E em resposta a essa maior demanda, a produção de serviços aumentou tanto na economia mineira quanto na brasileira”, explica.

Já a indústria da transformação, segundo Leal, além do problema relacionado à menor demanda, o setor também foi afetado pela questão do suprimento. “As cadeias globais de suprimento continuam com gargalos na oferta de insumos essenciais como semicondutores e isso teve consequências na produção, por exemplo de automóveis”, destaca.

“Por último, com relação à agropecuária, é sempre bom lembrar que a colheita de café ocorre com muito mais intensidade exatamente nesse período. E esse ano de 2021, um ano ímpar, é um ano de redução na produtividade do café e isso impacta a agropecuária de Minas Gerais devido ao peso que o café tem na nossa produção”, conclui.

O comércio ficou praticamente estagnado no terceiro trimestre de 2021 em relação ao segundo trimestre do ano. No Brasil, o volume associado às margens de comércio recuou 0,4% na mesma base de comparação. Em Minas Gerais, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) apontou queda no volume de vendas de móveis e eletrodomésticos, de livros, jornais, revistas e papelaria, de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e de combustíveis e lubrificantes.

Houve, porém, crescimento nas vendas de tecidos, vestuário e calçados, de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e de veículos, motocicletas, partes e peças. No Brasil, venda de livros, jornais, revistas e papelaria e de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foram os segmentos que apresentaram taxas negativas de variação mais expressivas no terceiro trimestre de 2021 em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A administração pública teve taxas de crescimento mais expressivas na série com ajuste sazonal no terceiro e no quarto trimestre de 2020. A partir de 2021, os resultados demonstram que a atividade retornou para o seu padrão de comportamento observado ao longo da série com taxas de variação mais condizentes com seu padrão histórico. 

Nesse sentido, no terceiro trimestre de 2021 e em comparação com os três meses anteriores (abril, maio e junho), a atividade de administração pública apresentou crescimento de 0,3% em Minas Gerais e de 0,8% em âmbito nacional.

Valores  


O PIB de Minas Gerais no terceiro trimestre de 2021 foi estimado em R$ 209,7 bilhões e representou 9,5% do PIB nacional no trimestre de referência. 

O ganho de participação do PIB mineiro no produto agregado brasileiro nos dois últimos trimestres (segundo e terceiro trimestres de 2021) esteve associado, principalmente, à evolução favorável nos preços das principais commodities agrícolas, produtos siderúrgicos e minerais (a despeito da sinalização de diminuição na cotação internacional do minério de ferro em setembro de 2021 em razão da diminuição da demanda chinesa) presentes no território mineiro.

Do valor do PIB estimado no trimestre de referência, de R$ 209,7 bilhões, R$ 24,4 bilhões dizem respeito aos impostos indiretos líquidos de subsídios e R$ 185,3 bilhões ao Valor Adicionado Bruto (VAB). 

Em Minas Gerais, na composição setorial relativa ao terceiro trimestre de 2021, o VAB agropecuário foi responsável por R$ 12,8 bilhões (6,9% do total); o da indústria, por R$ 61,6 bilhões (33,2% do total); e o dos serviços, por R$ 110,9 bilhões (59,8% do total).


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