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Estado de Minas

Pandemia muda comportamentos e atributos de decisão quando o tema é carro

Com o coronavírus, muita coisa se transformou também quanto aos hábitos de consumo. É o que fica evidente em diferentes segmentos do mercado


25/10/2021 10:48

Clientes comprando um carro
Consumidor 4.0 é mais exigente e conectado. É preciso se reinventar e criar estratégias para oferecê-lo uma experiência positiva e completa (foto: Anthony Shkraba/Pexels)

Desde o início da pandemia até hoje, é notável a avalanche de mudanças que vêm ocorrendo em vários aspectos da vida cotidiana. Muita coisa que alterou também os hábitos de consumo. É o que fica evidente em diferentes segmentos do mercado, e o que acontece também quando o assunto é venda e compra de carros. As ferramentas digitais são impulsionadas, e a migração para o ambiente virtual é uma das direções que ficam mais claras no momento. Mas outras transformações, menos óbvias, vêm influenciando na formação de um novo perfil de pessoas que levam seus veículos a revendas a fim de negociá-los.

O consumidor 4.0 é mais exigente e conectado, e oferecê-lo uma experiência positiva dentro desse cenário toma força de lei. É a partir daí que também as estratégias de alcance precisam ser reinventadas. "Mas o contato físico ainda é muito relevante para a decisão pelo negócio. É interessante considerar a integração entre os diferentes canais para oferecer uma experiência, de fato, completa, ao longo da jornada do cliente", pondera o diretor comercial da AutoMAIA Veículos, revenda de veículos seminovos em Belo Horizonte, Flávio Maia. "Não adianta achar, então, que o consumidor seguirá os modelos válidos antes da pandemia. É preciso se readaptar", continua.

As mudanças no comportamento do consumidor são diversas, mas isso não significa que as chances para as transações sejam menores. Para os mais preparados, ao contrário, são portas abertas para múltiplas possibilidades. "Todo o movimento é para seguir como referência no mercado. Novos perfis e novos anseios também impactam os negócios", diz Flávio Maia.

Vender o carro usado pode ser uma boa alternativa para quem precisa trocar seu automóvel ou gerar um capital extra. O troco na troca, também chamado downgrade, tem sido a escolha de muita gente que quer oferecer o carro para adquirir um mais barato ou mais simples, e esse é um dos comportamentos observados nas revendas.

"É uma solução para ter um dinheirinho no bolso, ainda mais em tempo de crise. Outra situação é a opção por automóveis que demandem menos custo de manutenção, isso se considerarmos que os insumos para manutenção estão cada vez mais caros, principalmente para carros importados. Na verdade, a escalada de preços está em todos os lugares", constata Flávio Maia.

A questão da mobilidade é algo primordial. Mais que ter um carro como lifestyle, é um item necessário, e isso nunca fez tanto sentido como em tempo de pandemia. É o carro como serviço - um veículo próprio significa até mesmo segurança em relação ao coronavírus. "O carro deve responder a cada necessidade em particular", acrescenta o empresário.

Flávio Maia percebe ainda, no dia a dia da AutoMAIA, pessoas trocando o veículo por modelos que gastam menos combustível, um fato diretamente ligado à alta absurda de preços da gasolina no país. "Uma solução seriam os carros elétricos ou híbridos, ou o abastecimento com o gás natural veicular (GNV), mas é uma realidade ainda pouco concreta no Brasil", salienta.

Ao contrário do momento em família que costumava acontecer na hora de ir à loja escolher o possante, agora tem se visto muitos casais recém divorciados (o número de separações cresceu com a pandemia) indo às revendas para se desfazer do bem.

Em outros recortes, a geração Z, de 18 a 25 anos, que era mais inclinada ao uso de veículos de aplicativos e menos à posse, também passou a considerar a aquisição de um veículo, enquanto pessoas que perderam os empregos e viram o trabalho como motorista de aplicativo ou delivery como uma chance de ter renda sentiram a necessidade de possuir um carro.

"Tudo depende do momento financeiro ou do momento de vida desse consumidor. É uma fase de transformações. O carro sai do centro, e entra o cliente. A experiência entra em jogo. Para quem está por trás do negócio, é uma questão de reformulação e aprendizado. E tem espaço para todo tipo de cliente. Temos que definir estratégias em cada caso e empacotar a melhor proposta", ensina Flávio Maia, que também é diretor de marketing e planejamento da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (ASSOVEMG).

Com a disseminação do coronavírus, a lacuna na produção de veículos novos fez com que o mercado de zero quilômetros ficasse abaixo do volume de vendas (nacionais e importados) em relação a 2020. "Os reflexos dessa situação continuam sendo sentidos, e é um dos motivos que impulsiona o ramo de seminovos e usados. E hoje, no Brasil, não é todo mundo que pode comprar um carro zero", observa o empresário.


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