(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PESQUISA

Empreendedorismo no Brasil cresce com a pandemia e o desemprego em alta

"O Brasil foi o país onde a pandemia teve o papel mais forte de impulsionar o crescimento do empreendedorismo no longo prazo", disse o presidente do Sebrae


05/10/2021 12:49 - atualizado 05/10/2021 14:26

Carlos Melles, presidente do Sebrae, durante coletiva nesta terça-feira
Carlos Melles, presidente do Sebrae, durante coletiva nesta terça-feira (foto: Sebrae/Divulgação)

Com o desemprego formal em alta, o empreendedorismo individual deve crescer a taxas relevantes no Brasil. A taxa de empreendedorismo potencial, composta por cidadãos que não têm um negócio, mas pretendem abrir uma empresa em até três anos, teve um incremento de 75%, passando de 30%, em 2019, para 53%, em 2020.

Os dados fazem parte do relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizado no Brasil pela parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).

"A vocação empreendedora está no DNA do brasileiro", avalia o presidente do Sebrae, Carlos Melles. O dirigente destaca que a pesquisa estima que quase 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendem querem abrir um negócio. Desse total, um terço teria sido motivado pela pandemia, conforme assinala Melles.

Segundo ele, a falta de emprego causada pela pandemia do coronavírus pode ter motivado os brasileiros a considerarem mais seriamente a ideia de ter um negócio próprio em um determinado espaço de tempo.

"Apesar de a pandemia do coronavírus ter derrubado a taxa de empreendedorismo total no Brasil em cerca de 18%, em 2020, ter um negócio virou uma forte motivação para milhões de brasileiros. Tanto
que, pela primeira vez na série histórica da pesquisa, ter uma empresa passou a ser o segundo maior sonho do brasileiro, perdendo apenas para o desejo de viajar", comenta Melles.

Em 2019, esse desejo ficava em quarto lugar. O relatório da GEM destaca que o Brasil teve a maior variação da taxa de empreendedorismo potencial quando comparado com outras economias.

"O Brasil foi o país onde a pandemia teve o papel mais forte de impulsionar o crescimento do empreendedorismo no longo prazo, com um crescimento bem superior à taxa dos Países Baixos, que ficou em segundo lugar, com uma expansão de 42%", ressalta Melles.

Ranking

Mesmo com com esse forte crescimento, o Brasil ocupa a posição da 6ª maior proporção da população adulta que não é empreendedora, mas pretende abrir um negócio nos próximos três anos. O ranking é liderado por Angola, com uma taxa de empreendedorismo potencial de 83%, seguido pelo Cazaquistão, com 59%, e pelo Kuwait com 58%.

De acordo com a pesquisa GEM, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBPQ, mais de nove milhões de brasileiros injetam recursos financeiros próprios em empresas que não são suas.

A crise gerada pela pandemia de COVID-19 não apenas levou milhares de pessoas a buscarem no empreendedorismo uma alternativa de renda, como também mobilizou uma rede de investidores informais.

Também de acordo com a GEM 2020, o número de pessoas que investem financeiramente em um pequeno negócio do qual não são proprietários ou sócios dobrou no último ano em comparação com
2019, alcançando o maior patamar em uma série histórica iniciada em 2009. Com isso, a Taxa de Investidor Informal do país passou da 17ª posição no ranking mundial, em 2019, para a 10ª posição, em 2020.
 
De acordo com o levantamento, a proporção de pessoas físicas adultas que não possuem um negócio, mas emprestam seu capital para o negócio de outra pessoa subiu de 3,2%, em 2019, para 6,6%, em 2020, o que representa uma estimativa de aproximadamente nove milhões de brasileiros.

Necessidade

"A crise gerada pela pandemia levou milhares de pessoas a empreender por necessidade e elas não estão sozinhas. O levantamento mostra que cresceu a participação de parentes e amigos que dão suporte a esses empreendedores, a maioria deles iniciais e motivados pela necessidade", avalia Carlos Melles

"Desde 2018, o número de investidores informais tem dobrado ano a ano. Esse movimento pode ser explicado muito pela vontade de ajudar um parente a concretizar o seu sonho ou fazer com que ele tenha condições de obter renda de um negócio", analisa.

Metade dos investimentos são, em média, de até R$ 5 mil e são feitos, em maior proporção, por homens com alta renda e elevada escolaridade.

Os aportes de dinheiro em empresas de cônjuges, irmãos, pais, filhos e netos são os que mais ocorrem. Segundo a GEM, 62% dos investidores informais injetam dinheiro em empreendimentos de parentes próximos, 19% para amigos ou vizinhos, 13% para parentes mais distantes, 4% para um colega de trabalho e apenas 2% para um estranho que tenha uma boa ideia de negócio.

Esses dados revelam que há um peso muito grande da conexão emocional entre os empreendedores e investidores informais e que, de certa forma, ter um vínculo com o dono do negócio motiva o investimento. A proximidade pesa mais do que uma boa ideia", analisa Melles.

Feira do Empreendedor

Durante cinco dias, empreendedores terão oportunidade de fechar negócios com compradores nacionais e internacionais.

Entre os dias 23 e 27 de outubro, acontece a Feira do Empreendedor 2021 de forma totalmente on-line e gratuita e com uma ampla programação, que inclui a realização de rodadas de negócios virtuais.

A expectativa do Sebrae é que mais de 300 micro e pequenas empresas se reúnam no ambiente da feira para negociar seus produtos e serviços com compradores nacionais e internacionais. Considerada a maior feira de empreendedorismo do mundo, o evento é uma oportunidade para os donos de pequenos negócios encontrarem parceiros e se relacionarem com o mercado dentro e fora do país.

As rodadas de negócios serão realizadas dentro do ambiente virtual da plataforma Sebrae Experience, desenvolvida com uso de tecnologia 3D, de fácil acesso e navegação dos participantes.

Os agendamentos das sessões serão realizados previamente para os inscritos, sem  possibilidade de entrar na hora. Para os  compradores nacionais, as rodadas acontecerão entre os dias 23 e 25 de outubro. Já nos dias 26 e 27 de outubro será a vez dos compradores internacionais.


Renegociação de dívidas e acesso a crédito

A feira será o momento também para os interessados em obter informações sobre renegociação de dívidas. Um dos pavilhões virtuais da feira, o Espaço Retomada, será voltado especialmente para os empreendedores que buscam soluções inovadoras em gestão empresarial, além de informações sobre crédito consciente e serviços financeiros adequados ao seu negócio.

Neste espaço, haverá diversos conteúdos voltados ao tema Retomada, como também com grande foco no tema Crédito Consciente e Programas de Governo relacionados ao crédito. Esses conteúdos poderão ser acessados através de Palestras, Oficinas e disponibilização de e-books, que poderão ser baixados para leitura posterior.

Neste ano, o evento organizado pelo Sebrae será 100% online e gratuito para todo o país. As inscrições já estão disponíveis no endereço eletrônico https://feiradoempreendedor.sebraesp.com.br/.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)