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Estado de Minas TECNOLOGIA

Vale investe R$ 1 bi em produto inovador que reduz emissão de gases

Usado nas siderúrgicas, briquete verde vai evitar dependência da sinterização, uma das etapas da produção do aço


10/09/2021 17:10 - atualizado 10/09/2021 18:35

Investimento da empresa em novo produto vai gerar economia de recursos e maior sustentabilidade
Investimento da empresa em novo produto vai gerar economia de recursos e maior sustentabilidade (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)

Com ênfase no desenvolvimento sustentável, uma iniciativa da Vale pode reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa na produção de aço nas siderúrgicas. Durante encontro com analistas de mercado, a empresa apresentou o produto “briquete verde”, formado por minério de ferro em fusão com outros materiais e o uso da areia do tratamento de rejeitos, que pode resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar.
 
O investimento gira próximo a R$ 1 bilhão nos dois próximos anos, com expectativa de gerar 1 mil novos empregos. A capacidade inicial de produção é de aproximadamente 7 milhões de toneladas por ano, mas a companhia espera atingir a fabricação de 50 milhões de toneladas por ano, o que levaria a um potencial de redução de emissão superior a 6 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano.

Segundo a Vale, o novo produto vai contribuir para que as siderúrgicas não fiquem dependentes de uma das etapas da produção do aço, a chamada sinterização. O fino de minério é aglomerado a uma temperatura de 1.300ºC, com uso intensivo de combustíveis fósseis para gerar calor. Sem a etapa, a emissão de gás carbônico automaticamente é reduzida.

O produto reduz ainda a emissão de particulados e de gases como dióxido de enxofre (SOX) e o óxido de nitrogênio (NOX), além de dispensar o uso da água na sua produção. A solução do briquete atende todos os clientes e faz com que eles fiquem adequados às novas leis de emissão de gás carbônico”,  explica  Fernando Corrêa, gerente de novos produtos de minério de ferro da Vale.

“Com o briquete, conseguimos usar tanto o minério que usado na sinterização quanto o minério mais fino da pelotização. Não haverá a necessidade de queima em alta temperatura e nem a necessidade de moer o material. Ele é passado num rolo que comprime com o uso de um aglomerante específico, que permite o material secar numa temperatura de 200ºC para conseguirmos movimentar até os clientes”, diz Corrêa.

A tecnologia usada na fabricação do briquete foi toda patenteada no Brasil e publicada em outros mais de 40 países. As primeiras pesquisas começaram em 2004, mas a empresa somente me 2019 a empresa fez um teste industrial com alto-forno a carvão vegetação e, a partir daí, ampliou a fase de experimentos até chegar ao produto que poderá ser comercializado no mercado.

O especialista prevê também o reaproveitamento de compostos que seriam descartados: “Além das vantagens de menor emissão de gases, é um produto que não precisa de adicionar água. Podemos usar o rejeito da mineração para produzir um aglomerante. Separamos a sílica do minério e usamos no aglomerante para voltar para ele. Estamos deixando de colocar a sílica numa barragem ou empilhá-la nos rejeitos e damos um novo uso para ela. É uma economia circular”.
 

Plantas  


A produção do briquete será, inicialmente, realizada nas usinas 1 e 2 de pelotização, na Unidade Tubarão, em Vitória (ES), que estão sendo convertidas para este fim. Posteriormente, ele será fabricado no Complexo de Vargem Grande, em Nova Lima, cujas obras tiveram início neste ano, depois de obter licença em 2020.
 
Recentemente, a Vale fez alguns testes em siderúrgicas para avaliar a eficácia do produto nas operações. "Temos conversado com vários clientes, apresentando os testes de laboratório e industriais. A empolgação é muito grande de todos eles em cima dos resultados obtidos. Ninguém acreditava nisso, mas mostramos que é possível", afirma Fernando Corrêa.


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