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Estado de Minas ABAIXO DA INFLAÇÃO

Mensalidades de escolas particulares aumentam em BH e pais reclamam

Levantamento do site de pesquisas Mercado Mineiro mostra que de 2020 para 2021, as mensalidades aumentaram até 5,35% mesmo com ensino híbrido


16/08/2021 16:27 - atualizado 16/08/2021 17:32

Escolas particulares estão em ensino híbrido, com parte das turmas em ensino remoto
Escolas particulares estão em ensino híbrido, com parte das turmas em ensino remoto (foto: Divulgação/MEC)
O desafio de manter os filhos na escola particular durante a pandemia de COVID-19 pesou no bolso de muitos pais. Mesmo em ensino remoto, muitas escolas aumentaram o valor das mensalidades, como mostra levantamento feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro. A pesquisa foi realizada entre  10 a 14 de agosto de 2021 e foram consultadas as mensalidades da 1ª à 9ª série do ensino fundamental e do 1° ao 3° ano do ensino médio em 46 escolas particulares de Belo Horizonte.

Entre os anos do ensino fundamental, a maior variação de preço encontrada entre os colégios foi de 161%, índice correspondente à diferença entre os preços da mensalidade da 1ª série, que podem custar de R$ 836 a R$ 2.189.

Da 2ª à 5ª série, a variação encontrada foi de 160%. Os pais que desejam manter seus filhos nessas séries, podem encontrar valores da mensalidade que vão de R$ 839 a R$ 2.189. As 6ª, 7ª e 8 ª séries apresentaram valores de mensalidade que variam entre R$ 965 e R$ 2.319, o que representa uma diferença de 140%. 

Entre as séries do ensino médio, a que apresentou maior variação de preço foi a mensalidade do 3º ano, que pode custar de R$ 1.2190 até R$ 2.774, o que corresponde a uma diferença de 127%.

As mensalidades do 1º e do 2º ano do ensino médio têm uma variação de 115%, podendo custar de R$ 1.157 até R$ 2.496.

Feliciano Abreu, economista e coordenador do site Mercado Mineiro, avalia que essas altas variações podem ser justificadas. “Sempre hoje essas variações significativas porque é preciso levar em consideração a infraestrutura, tradição da escola, metodologia, carga horária”, observa.

Na mesma pesquisa foi feita uma comparação entre os preços médios de 2020 e 2021. O maior aumento encontrado foi encontrado no 1º ano do ensino médio, com aumento de até 5,35%, passando de R$ 1.636,50, em média, para R$ 1.723,99. 
 
No 2º ano do ensino médio, o aumento foi de 4,81%, com o preço médio em 2020, de R$ 1.652,33, indo para R$ 1.731,85. Já o 3º ano do ensino médio subiu 3,31%: o preço médio em 2020 era de R$ 1.828,44 e foi para R$ 1.888,93.
 
Na mensalidade da 7ª série do ensino fundamental, a alta foi de 4,24%, de R$ 1.445,16 para R$ 1.506,15.

A mensalidade da 8ª série do ensino fundamental, que em 2020 custava em média R$ 1.453,76, subiu para R$ 1.509,15 em 2021, aumento de 3,81%. 

A 6ª série do ensino fundamental apresentou aumento de 2,90% nas mensalidades, passando de R$ 1.464,53 para R$ 1.506.98, enquanto a mensalidade da 1ª série do ensino fundamental aumentou 2,5%, passando de R$ 1.295,22 para R$ 1.327,66. 

Apesar da alta, Feliciano explica que as mensalidades subiram menos que a inflação. “Pelo menos uma boa notícia. Quando comparamos 2019 com 2020 o aumento médio foi de 8%. Este ano a média está em cerca de 2%, chegando ao máximo em 5%”, aponta o economista. 

Pais queriam descontos

Apesar disso, a alta cria uma quebra de expectativa dos pais que estão lidando com os efeitos da pandemia. “Muitos pais estavam querendo desconto com a aula virtual há mais de um ano. Pagar um curso de EAD é sempre mais barato do que o presencial. Na verdade, as escolas estão elevando os preços das mensalidades”, lembra Feliciano Abreu.

No caso de Osmar Santos Júnior, 49 anos, que tem um filho de 17 anos no ensino médio, foi necessário tirar da particular e colocar em uma escola pública. “Tive que tirar meu filho porque, mesmo com um aumento abaixo da inflação, ainda assim a mensalidade pesou no bolso. As escolas tiveram uma redução de gastos na pandemia com custo de limpeza e manutenção do colégio, e as mensalidades aumentaram”, reclama.

Osmar, que é engenheiro eletricista, viu sua área de atuação despencar na pandemia com projetos cancelados ou congelados. Apesar disso, ele tentou buscar alternativas para manter o filho na escola particular. “A gente tentou uma negociação e, mesmo com uma bolsa de 40%, ficava acima do nosso orçamento e não conseguimos mantê-lo na escola”, acrescenta.

Alguns pais encontraram formas mais viáveis para manter os filhos na escola particular. Márcia Machado, que tem um filho de 7 anos, ganhou desconto por pagar adiantado. “Eu optei por pagar o semestre à vista para conseguir 5% de desconto. Estamos tendo desconto em torno de 10% por estar em ensino híbrido também”, disse.

Ela avalia, porèm, que, mesmo assim, não é um valor justo. “Acho que seria justo se tivesse aula todo dia. Tendo aula nesse modelo híbrido é pesado, e o desconto oferecido pela escola ainda é pequeno”, critica.


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