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Estado de Minas CARTEIRA ASSINADA

Emprego formal cresce acima da média em Minas, com o estímulo do interior

Saldo de 185.578 empregos formais no estado, de janeiro a junho, avançou 4,5%, frente ao aumento de 3,9% no país


13/08/2021 04:00 - atualizado 13/08/2021 08:57

Com mercado de tecnologia da informação aquecido, Fabrício Álvares conquistou nova oportunidade(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Com mercado de tecnologia da informação aquecido, Fabrício Álvares conquistou nova oportunidade (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A geração de empregos formais encerrou o primeiro semestre do ano em recuperação, embora insuficiente diante dos efeitos da tempestade que afetou a economia após a pandemia de COVID-19. Contudo, há sinais de trégua. Em Minas Gerais, foram criados 185.578 novos vínculos registrados de janeiro a junho, representando crescimento de 4,5% ante o mesmo período de 2020, variação superior à média nacional de 3,9%. Os dados são de estudo sobre o comportamento do mercado formal de trabalho feito pela Fundação João Pinheiro em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério da Economia.

Em junho, a diferença entre contratações e demissões também foi positiva no estado, em 32.818 oportunidades, acréscimo de 0,76% em relação ao mês anterior. A análise dos dados mostra ainda que a velociade de crescimento do emprego foi maior no interior de Minas. Regiões que têm como cidades-polos Uberaba, no Triângulo; Barbacena, na Região Central do estado; Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha; e Divinópolis, no Centro-Oeste, lideraram o ranking da expansão das vagas com a carteira assinada em junho.

Segundo a pesquisa, o acréscimo de 0,76%, na média, das contratações em Minas Gerais na comparação com o estoque do emprego em maio resultou da diferença entre 172.521 admissões e 139.703 desligamentos. Quanto ao volume total de carteiras assinadas, os números do estado também são mais favoráveis que os nacionais. Minas fechou junho com 4,3 milhões de vínculos formalizados, crescimento  de 8,6% ante maio, enquanto o Brasil totalizou 40,9 milhões, alta de 7,9% no mesmo intervalo.

A pesquisadora da Fundação João Pinheiro Denise Maia avalia os números com mais cautela do que otimismo. Ela pondera que o Novo Caged tem peso significativo na análise da conjuntura econômica mineira e do país, mas ressalta que ainda é cedo para dizer se o aumento dos empregos formais observado ao longo de 2021 é sustentável no médio e longo prazo.

Ela destaca que o resultado positivo do saldo do emprego formal reflete a retomada das contratações principalmente no setor de serviços e na indústria e a ampliação da vacinação no país, apesar de vagarosa. Outro fator que explica a reação é que, desde 28 de abril, está em vigor o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) 2021, relançado pelo Governo Federal por meio da Medida Provisória 1045.

Válida por 120 dias, a medida preservou os vínculos dos trabalhadores que formalizaram acordo de suspensão de contrato de trabalho ou redução salarial e de jornada durante a pandemia, o que evitou demissões em massa nos últimos três meses. “É evidente que o mercado de trabalhou reagiu ao avanço da vacinação e à consequente retomada das atividades do estado, o que se vê sobretudo pelo desempenho do setor de serviços e da indústria, os mais castigados pelas medidas de isolamento impostas no esforço de conter a pandemia de COVID-19. Com a reabertura das cidades, esses segmentos voltaram a contratar”, analise Denise Maia.

A pesquisadora chama a atenção para algumas variáveis que tornam o cenário indefinido para o mercado de trabalho. “Uma delas é certamente o BEm. Depois que a vigência do programa terminar, no fim de agosto, não sabemos como o mercado vai se comportar. Ou seja: se os empregos até então preservados serão mantidos, indicando uma recuperação sustentável da economia, ou se podemos esperar uma onda de demissões. O cenário ainda é incerto para fazer previsões muito otimistas”, complementa.

Denise Maia observa que a pesquisa do Caged abrange 40% da população economicamente ativa do país, que é a que tem carteira assinada. “Em Minas, isso é menos de 30% da população em idade ativa. Temos ainda um enorme contingente de desempregados e desalentados, conforme nos mostraram dados da PNAD Contínua (pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE) divulgados em 30 de julho. A desocupação está em 14,6%, o equivalente a 14,8 milhões de pessoas. A situação, portanto, ainda é crítica, mas vem dando sinais de trégua”, afirma.

Projetos

Depois de quase 5 meses de desemprego, a advogada Ana Paula Patrocínio investiu na área de marketing e voltou ao mercado de trabalho(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Depois de quase 5 meses de desemprego, a advogada Ana Paula Patrocínio investiu na área de marketing e voltou ao mercado de trabalho (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Nos primeiros seis meses de 2021, Minas obteve o segundo melhor resultado geral entre as unidades da federação, atrás somente de São Paulo, onde 491.021 oportunidades foram geradas na temporada. Foi boa notícia para a analista de marketing Ana Paula Patrocínio, de 29 anos. Após quase cinco meses desempregada ela voltou a trabalhar. “Fiquei muito preocupada, mas, no fim, as coisas se ajeitaram – até melhor do que eu esperava. Sou advogada e, pouco antes da pandemia, iniciei uma transição de carreira para o marketing. Enfim, consegui um emprego na área em que eu desejava. Foi um alívio”, afirma.

A recuperação também beneficiou o  Fabrício Álvares, especialista em tecnologia da informação. “Fiquei desempregado por cerca de dois meses, até conseguir uma vaga em outubro de 2020. Antes da pandemia, eu tinha planos de empreender, mas a crise econômica frustrou meus projetos. Dei sorte que o mercado de TI está aquecido. A empresa em que estou trabalhando ampliou bastante o quadro de funcionários”, conta.

Com reabertura, serviços recontratam

O maior crescimento relativo do saldo líquido de vagas em junho foi da Região Geográfica Intermediária (RGInt) de Uberaba, com incremento de 1,03% no total de vínculos gerados. O desempenho da área, composta de 29 municípios, foi alavancado sobretudo pelo comércio e pela agropecuária. A RGInt de Barbacena, que inclui 49 cidades,  ficou em segundo lugar, com 0,94% de acréscimo.

A terceira da lista é a região deTeófilo Otoni com 0,88%. Em contrapartida, os piores desempenhos foram verificados nos municípios do entorno de Patos de Minas (0,4%), no Alto Paranaíba,  e de Governador Valadares (0,5%), no Leste do estado.  Com o maior saldo em junho, a Região Intermediária de Belo Horizonte ficou em 7° lugar, com elevação de 0,78% nos postos de trabalho formais, na comparação com maio de 2020.

Considerando-se a evolução percentual do saldo de vagas criadas de janeiro a junho, Minas, com a variação positiva de 4,5%,ocupa o nono lugar no ranking geral. Os melhores resultados foram verificados em Mato Grosso (6,7%), Goiás (6,2%) e Santa Catarina (5,8%); enquanto os piores, em Alagoas (-1,6%), Sergipe (0,3%) e Pernambuco (1,6%).

Do ponto de vista dos setores da atividade econômica que mais apresentaram recuperação do emprego com carteira, o principal destaque ficou com o setor serviços, justamente o mais penalizado em 2020, quando prefeitos e governadores implantaram medidas mais duras de isolamento social no esforço de conter a pandemia de COVID-19. Em Minas, os prestadores de serviços abriram 11.871 empregos em junho, ou seja, 36% do total de contratações. No acumulado do ano, foram 60.517 admissões. A indústria é outro destaque da pesquisa, com balanço positivo de 49.569 novos vínculos no semestre. (CE)


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