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Estado de Minas CRISE HÍDRICA

Governo avalia programa para bonificar redução do consumo de energia

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o ministério vai lançar um programa para evitar racionamento e apagão


12/08/2021 13:47 - atualizado 12/08/2021 14:58

Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na FIEMG nesta quinta-feira (12/8)(foto: Sebastião Jacinto Júnior/FIEMG)
Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na FIEMG nesta quinta-feira (12/8) (foto: Sebastião Jacinto Júnior/FIEMG)
O governo federal articula uma bonificação para os consumidores de energia elétrica - tanto industrial, como residencial - para redução de custos. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (12/8) na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e deve ser colocada em prática a partir de 1° de setembro. A ideia é equilibrar o consumo para evitar apagões e racionamento provocados pela crise hídrica que o país enfrenta.
 

Em 91 anos, o Brasil passa pelo pior nível de chuvas e esta seca provoca uma crise hídrica. Consequentemente, este problema afeta também as usinas hidrelétricas fornecem aproximadamente 90% de energia elétrica em todo o território brasileiro. No entanto, o ministro descarta a possibilidade de racionamento, que é uma redução compulsória do consumo.

“Nós não trabalhamos com a hipótese de racionamento porque temos oferta de energia suficiente para atender a demanda. A nossa preocupação é preservar nossos reservatórios de água das nossas hidrelétricas, eles são vitais, funcionam como uma bateria de armazenamento de energia e por conta da baixa afluência, estes reservatórios estão baixando seus níveis. É neste sentido que trabalhamos para que não tenhamos mais este tipo de problema”, disse o ministro Bento Albuquerque.
 

Em relação ao apagão, ele explicou que ocorre não pela falta de energia, e sim, pela insuficiência na potência de distribuição. “Em determinado momento do dia, tem uma demanda maior e tem que ter energia firme. O apagão não se dá por falta de energia, se dá por falta de potência suficiente para atender uma determinada demanda num determinado momento do dia. Temos energia suficiente, temos oferta de energia suficiente, o que precisamos balancear neste momento para que não haja possibilidade de apagão”, ressalta.

Segundo o ministro, a retomada da economia coloca em risco a possibilidade de um apagão. “A nossa economia está voltando ao seu período de normalidade, ou seja, naturalmente o consumo está aumentando por conta deste reaquecimento”, afirma. 
 

Por isso, ele informou que o ministério está trabalhando em uma bonificação para o setor da indústria e também para o consumidor residencial que reduzir o consumo de energia. A ideia é incentivar a redução do consumo de energia nos horários de pico e concentre em outros horários do dia. 

O ministro informou que até o fim de agosto o projeto estará pronto para dar início em 1° de setembro. Mas, ele também pediu o apoio da sociedade. "Estamos nas piores afluências dos últimos 91 anos e observamos que a sociedade está sensibilizada para isso. Cabe a cada um fazer a sua parte, tanto do grande consumidor como do residencial”, reforça.

Medidas para reduzir custo da energia

O consumidor também sentiu no bolso todo este impacto da crise hídrica no país, que refletiu no aumento das contas de luz. O ministro ressaltou que tem trabalhado para reduzir os custos das tarifas. 

“Estamos construindo linhas de transmissão, que são importantes para que haja o intercâmbio de energia entre as diversas regiões, e isso vai reduzir o custo da energia”, disse.

Ele também lembrou que com o pagamento da dívida da construção da usina hidrelétrica binacional de Itaipu vai haver redução para o consumidor. “A energia que vem de Itaipu, que será totalmente amortizada até 2023 e ano a ano, o custo dessa dívida está reduzido e isso vai refletir no custo da tarifa para o consumidor.”

Outras fontes de energia

Bento Albuquerque também ressaltou o trabalho do ministério para reduzir a dependência das usinas hidrelétricas. “Temos que entender que a nossa matriz elétrica é ainda bastante dependente da geração hidrelétrica e da fonte hidráulica, que corresponde a cerca de 61%. Isso gradativamente está se transformando, nossa matriz está se tornando mais diversificada, com outras fontes de energia. É esse trabalho que fazemos para que tenhamos segurança energética e uma geração com menor custo possível”, destaca.

Ele exemplificou que o Nordeste, por exemplo, está batendo recorde na produção de energia eólica e solar. “Está produzindo mais do que o suficiente e agora estamos transmitindo para outras regiões”, comemora.

Neste sentido, ele ressalta os investimentos que estão sendo feitos para transformar este cenário. “A geração solar, que Minas Gerais é um estado privilegiado neste sentido, cresceu 200% nos últimos três anos, e a geração distribuída solar cresceu 2.000%. Nos próximos 10 anos, 100 bilhões de reais vão ser investidos em geração solar.”

Hoje, a energia eólica representa 12% e a solar 2% da produção de energia no país. “A eólica e a solar representarão em 2030, mais de 25% da nossa matriz elétrica. A hidráulica, que hoje é 61%, será em torno de 45%”, afirmou o ministro.


Hidrogênio Verde

Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, vice-governador de MG, Paulo Brant, e presidente da FIEMG, Flávio Roscoe(foto: Sebastião Jacinto Júnior/FIEMG)
Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, vice-governador de MG, Paulo Brant, e presidente da FIEMG, Flávio Roscoe (foto: Sebastião Jacinto Júnior/FIEMG)

 
O ministro esteve na Fiemg nesta quinta-feira (12/8) para participar do lançamento do programa “Minas do Hidrogênio”, que promoverá o desenvolvimento do hidrogênio verde em Minas Gerais.

Flávio Roscoe, presidente da FIEMG explica como funciona o hidrogênio verde. “Ele vem de fontes alternativas, como um fator auxiliar do desenvolvimento, por exemplo, da energia solar e eólica. A geração original é solar, por exemplo, e pode ser convertida em hidrogênio. Em vez de pegar a energia e jogar na rede instantaneamente, utiliza o processo de conversão da energia em hidrogênio verde e você transporta ele para o destino. Desta maneira, você pode estocar”, afirma.

Ele ressalta que é uma alternativa para os reservatórios. “Hoje nossos reservatórios cumprem essa missão, dessa maneira você pode estocar energia das fontes alternativas. Desta maneira, é possível estocar essa energia que hoje não têm essa oportunidade. Energia solar, por exemplo, só gera enquanto tem sol. Então é possível converter em hidrogênio e depois consome este hidrogênio 24h”, completa.

Bento Albuquerque destacou as iniciativas pró-hidrogênio que o governo federal está tomando, como o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2). “Nós temos muito para oferecer e também muito o que aprender com os programas exitosos em todo o mundo. O nosso compromisso é com a descarbonização mundial”, disse.

A ideia, futuramente, segundo o ministro e o presidente da Fiemg, é exportar o hidrogênio verde para outros países e colocar o Brasil, e principalmente Minas Gerais, no centro deste mercado.


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