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Estado de Minas PORTAS ABERTAS

Cafeterias de BH estão otimistas e apostam na recuperação dos negócios

Retomada do movimento nos cafés ainda é pequena, mas empresários do segmento consideram um alento diante da retração provocada pelo fechamento na pandemia


23/05/2021 07:10 - atualizado 23/05/2021 07:19

André Menezes e Lucas Durães, sócios do Café Guaja: mesmo com movimento ainda menor do que costumava ser, eles apostam na retomada(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
André Menezes e Lucas Durães, sócios do Café Guaja: mesmo com movimento ainda menor do que costumava ser, eles apostam na retomada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 
 
Desde que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, determinou, em 22 de abril, a reabertura do comércio não essencial na cidade, logo na sequência do final da onda roxa, bares, restaurantes, lanchonetes e similares voltaram a funcionar, e também os cafés puderam levantar as portas novamente. Ainda que o movimento não esteja próximo do que sempre foi o normal, o momento pelo menos é de respiro.

O café Guaja Casa funciona desde 2016 no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH. O fundador, Lucas Durães, conta que esteve fechado por 14 meses, desde o princípio da pandemia, e a retomada começa só agora.

Voltaram a funcionar em 24 de abril, respeitando todos os protocolos de prevenção ao coronavírus, com disponibilização de álcool em gel e exigência de máscaras. Com leiaute diferente, a capacidade é de metade do que era em dias normais, e um ponto a favor é que as mesas estão colocadas ao ar livre, com boa circulação de ar.

O horário de funcionamento no Guaja Casa é de segunda a sábado, das 11h às 19h, com operação de cafeteria durante todo o dia e, para almoço executivo, entre segunda e sexta-feira, das 11h às 15h. Aos sábados, são servidos petiscos, sanduíches e pratos de happy hour.

Lucas lembra, porém, que, mesmo com a reabertura, o movimento está menor do que costumava ser. "Não é porque reabriu que as pessoas voltaram. Nossos clientes, em particular, são muito conscientizados, estão mesmo evitando sair de casa, muitos respeitando à risca a quarentena. O movimento está muito aquém do esperado", diz.

Para o empresário, a vacina é a luz no fim do túnel e, nesse ponto, ele está otimista. "Mesmo que a vacinação no início tenha sido desastrosa, que o Brasil tenha comido mosca, estamos vendo já alguns resultados. Estou confiante de que a vacinação vai surtir efeito, pelo menos evitar um novo fechamento da cidade. Continuo apostando nessa retomada. Afinal, é pra frente que se anda", acrescenta.
 
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 18/10/19)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 18/10/19)

"O fluxo de clientes ainda é pequeno. A expectativa é melhorar com a vacina, com a diminuição no número de casos e a volta às aulas"

Renato Moura Caldeira, sócio-proprietário do Café Nice

 

CLUBE DE ASSINANTES

O Noete Café, dos sócios Guilherme Hamers Costa e Daniel Cabral, funciona no Santo Antônio, na capital, também desde 2016. Além da cafeteria em si, eles coordenam um clube de assinantes que hoje está em 200 integrantes. Fazem pesquisas e vão em busca de cafés especiais em Minas Gerais e pelo Brasil, trazem para Belo Horizonte para fazer a torrefação, e enviam para os assinantes, uma vez ao mês, um café diferente.

Uma dobradinha de sucesso, como conta Guilherme, tem sido os queijos, que acompanham a bebida. "Esse clube de assinaturas foi nosso respirador na pandemia", diz, em analogia ao momento.

Entre idas e vindas do abre e fecha do ano passado para cá, Guilherme relata que ficou praticamente metade de 2020 fechado, e outra metade funcionando pela internet, com delivery, por aplicativos e retirada no local.

Agora, o funcionamento no Noete Café é de segunda a sexta-feira, das 11h às 18h (em época normal, abria às 10h), e sábado, das 9h às 14h (antes podia abrir aos domingos). Guilherme conta que as restrições no horário muitas vezes confundem os clientes.

Nessa retomada, no espaço da cafeteria, mesas grandes e distanciadas, como sempre foi, e capacidade para atender com segurança 28 clientes ao mesmo tempo. Álcool em gel em todas as mesas, uso obrigatório de máscaras por clientes, atendentes e pessoal da cozinha – todas as determinações estão respeitadas.

Ainda que o movimento não esteja normalizado, o sócio constata que, entre a primeira semana da atual reabertura, no fim de abril, até hoje, o fluxo de clientes cresceu 40%. "Estamos esperando passar essa fase difícil. Vemos um caminho para a melhora. Está devagar, mas o movimento está crescendo, a procura aumentando", diz Guilherme.
 
Sócios do Café Noete, Guilherme Hamers e Daniel Cabral: entre a primeira semana da atual reabertura, no fim de abril, até hoje, o fluxo de clientes cresceu 40%(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Sócios do Café Noete, Guilherme Hamers e Daniel Cabral: entre a primeira semana da atual reabertura, no fim de abril, até hoje, o fluxo de clientes cresceu 40% (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 

REGRAS DE ABERTURA

Quem sempre passa em frente ao tradicional Café Nice, instalado no Centro de Belo Horizonte desde 1939, deve estranhar a corrente na entrada. É com a barreira que o café abre às 8h, com atendimento da porta para fora – só é retirada a partir das 11h, respeitando as recomendações municipais.

O sócio-proprietário, Renato Moura Caldeira, diz que não pode correr o risco de ser multado e relata a insatisfação dos clientes – muitos que reclamam da situação, ainda mais diante do fato de que, como ele observa, o café é um dos únicos estabelecimentos da região que está seguindo todas as regras da reabertura.

O Café Nice funciona só com atendimento no balcão, sem mesas ou assentos, e o piso agora está demarcado. Esteve fechado por três meses em 2020 e, aberto, sempre funcionou com restrições. Renato lembra que, com o comércio restrito na região, o movimento fica entre 20% e 30% do normal, o que passa para entre 40% e 60% com as portas novamente abertas.

Ainda assim, da freguesia principalmente formada por aposentados, ele diz que muitos ainda não voltaram e, entre as pessoas que trabalham por ali e batem ponto no café, como advogados, contadores e dentistas, a maioria está em home office. "O fluxo de clientes ainda é pequeno. A expectativa é melhorar com a vacina, com a diminuição no número de casos e a volta às aulas", reforça.
 
 


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