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Estado de Minas NEGÓCIO EM CASA

Com talento, pequena produção de massas e refeições promove guinada

Delivery de alimentos abre horizonte de trabalho para empreendedoras na Grande BH que perderam renda após o fechamento do comércio


29/04/2021 04:00 - atualizado 30/04/2021 08:44

Experiência em serviços de alimentação foi essencial para que Pamela Cordeiro estruturasse na cozinha de casa cardápio variado com pratos por encomenda e agora em busca de clientela fixa (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Experiência em serviços de alimentação foi essencial para que Pamela Cordeiro estruturasse na cozinha de casa cardápio variado com pratos por encomenda e agora em busca de clientela fixa (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O fôlego das vendas de alimentos prontos para o consumo tem resistido aos efeitos da pandemia de COVID-19, com ajustes impostos pelo distanciamento social, mas sem perder o posto de liderança entre os setores mais buscados por quem se arrisca num negócio próprio, em momentos de crise ou bonança na economia. Além do investimento inicial, que pode ser mais baixo frente a outros segmentos, produzir refeições  abriu oportunidade de trabalho para as emprendedoras Suely Santos, de 41 anos, e Pamela Cordeiro, de 26, depois que a quarentena inviabilizou o ganhão-pão delas há cerca de um ano.

Registros de empreendimentos abertos no mês passado em Minas mostram que o setor de alimentação, principalmente para consumo domiciliar, se mantém como um dos que mais atraem  microempreendedores individuais, segundo levantamento feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae). As histórias de Suely Santos e Pamela Cordeiro, que o Estado de Minas conta hoje, em mais uma reportagem da série Negócio em Casa, confirmam o potencial dessa área no mercado do trabalho por conta própria.

''Como já estava na área de alimentação, familiarizada nessa atividade, pensei em investir e monto tudo com muito carinho''

Pamela Cordeiro, chef de cozinha


Dona de um salão de beleza, e com experiência de 24 anos nesse segmento, Suely Santos decidiu por uma mudança radical quando percebeu que o estabelecimento enfrentaria grande parte do tempo de pandemia de COVID-19 de portas fechadas. Ela optou por se reinventar e começou a fazer pizzas em casa para entrega em domicílio. Partindo dos clientes do negócio antigo, a nova produção começa a prosperar com o envolvimento de sobrinhos, da filha e do marido de Suely.

Empenhada no mesmo ramo de refeições prontas, Pamela Cordeiro, resolveu abrir a Cantina da Pam há cerca de um ano, tambem na cozinha de casa. Experiência não falta a ela, que já trabalhava na produção de alimentos antes da pandemia, mas ficou desempregada quando a crise sanitária avançou no Brasil. Atenta ao apelo dos alimentos saudáveis, montou e desenvolve em casaum cardápio de saladas customizadas, escondidinho de baroa, espaguete de abobrinha, arroz de couve-flor com estrogonofe de frango e legumes. Para manter a diversidade, não deixou de incluir até mesmo a feijoada.

“Eu e minha companheira separamos um dia da semana para preparar as marmitas, que vão para o congelador. Ao longo da semana vão saindo os pedidos nos aplicativos de entrega e também vamos preparando alguns pratos do dia na hora mesmo”, conta. Pamela confessa que o desemprego provocou um choque inicialmente, em plena pandemia, o que dificultaria a busca por outro trabalho.  “Como já estava na área de alimentação, familiarizada nessa atividade, pensei em investir e monto tudo com muito carinho”, diz.

''Com meu novo empreendimento familiar, consegui o sustento''

Suely Souza, dona de pizzaria


Com opções de pedidos variando de R$ 14,50 a R$ 18, Pamela consegue apurar R$ 2.500 por mês para se sustentar. “Tem sido difícil porque a gente vê um aumento significativo no preço dos alimentos todos os dias praticamente”, observa. Contudo, ela está confiante de que o novo empreendimento está apenas no começo e tem futuro. “A expectativa é de crescer e focar na divulgação para atender pessoas que gostam de uma alimentação saudável.” A cantina já tem o seu Instagram e agora parte para o desafio de conquistar clientes fixos.

Mão na massa 


Para Suely Santos, não foi tarefa fácil encarar os períodos de fechamento do comércio em Vespasiano, na Região Metropoltiana de Belo Horizonte, e ver escorrer pelas mãos a renda mensal de R$ 20 mil proveniente de um concorrido salão de beleza. “Com os fechamentos da cidade ficamos impossibilitados de trabalhar e isso nos causou um prejuízo imensurável”, lamentou.

Atenta às possbilidades do ramo de alimentação pelo sistema de delivery, ela encontrou o caminho para a nova atividade. A família passou a ajudar no empreendimento. Ela mora com outras quatro pessoas – marido, filha, enteado e uma amiga da filha – no Bairro Morro Alto, em Vespasiano.

“Não está sendo fácil. Meus sobrinhos estão me ajudando porque são  pizzaiolos. Um deles tem a própria pizzaria e o outro  está  comigo na produção  de massas, pizzas, lasanhas e espaguetes. Minha filha fica na administração, meu marido também está ajudando nas compras”, explica.

A venda tem se concentrado nas encomendas das próprias clientes de Suely no salão de beleza. “Uma vez que experimentam uma pizza, levam 10 ou mais e indicam para outras pessoas”, afirma. “As vendas têm alavancado bem graças a Deus”, comemora.

O rendimento mensal ainda está muito longe do faturamento obtido por Suely no salão de beleza, girando entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. As pizzas são vendidas a preços que variam de R$ 10, para o tamanho brotinho, a R$ 45,90, a opção gigante. “Com meu novo empreendimento familiar, consegui o sustento”, diz aliviada.

Agora, com a nova flexibilização do isolamento social e reabertura do comércio, com protocolos de segurança sanitária, Suely pretende retomar as atividades do salão de beleza. “O salão funcionava em dois andares, mas vamos dividir o espaço e colocar a pizzaria e um restaurante na parte de baixo”, revela. “Estamos esperançosos com a nova reabertura, para que assim possamos atender aos dois públicos, dos serviços de beleza e alimentício”, ressalta.

Consumo local é nova tendência

Pesquisa global feita pela consultoria PwC mostra que das mudanças provocadas pela pandemia de COVID-19 surgem novos hábitos e consumidores mais conscientes da importância da sustentabilidade, principalmente em relação a implicações ambientais e sociais. A edição 2021 da Global Consumer Insigths Pulse Survey mostrou que as compras digitais, realizadas por meio dos smartphones, são o canal preferido de 30% dos brasileiros.

Outros 24% preferem as compras presenciais. Amostra de 29% dá preferência às compras utilizando o computador e a opção de outros 14% é o consumo por meio de tablets.  Quando a análise é feita sobre as características das compras on-line, a pesquisa apurou que 49% dos brasileiros valorizam a entrega rápida e confiável como atributos mais importantes.

A disponibilidade de estoques foi apontada por outros 36%. Boa notícia para os pequenos negócios, segundo a pesquisa da PwC, é que 55% dos brasileiros afirmaram preferir os negócios locais ou independentes como forma de apoio aos empreendimentos afetados pela pandemia.






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