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Estado de Minas NOVIDADE

Primeiro azeite extravirgem da Bahia é produzido em Maria da Fé

Caminhão com 1,6 tonelada de azeitonas saiu da Chapada Diamantina em direção ao Sul de Minas, onde o óleo foi extraído


02/03/2021 08:52 - atualizado 02/03/2021 10:01

O primeiro azeite extravirgem com frutos originários da Bahia utilizará tecnologia desenvolvida em Minas
O primeiro azeite extravirgem com frutos originários da Bahia utilizará tecnologia desenvolvida em Minas (foto: Gabriela Azevedo/Agência Minas)


Um caminhão refrigerado, carregado com mais de 1,6 tonelada de azeitonas, partiu do município baiano de Rio de Contas, na Chapada Diamantina, na Bahia, com destino ao Sul de Minas Gerais. Foram 20 horas de viagem até Maria da Fé, onde foi extraído óleo para produção do primeiro azeite extravirgem do fruto plantado no nordeste do Brasil. 
 
A extração do azeite de azeitonas da variedade Arbequina foi realizada no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). No total, foram produzidos 280 litros do óleo, que serão analisados por especialistas da área. Atestar a qualidade final do produto será um passo para consolidar a entrada de municípios baianos no mercado de azeites do tipo extravirgem brasileiros. 

Essa foi a primeira vez que uma região da Bahia produziu azeitonas em quantidade e qualidade suficientes para produção de azeite. Segundo o empresário Christophe Chinchilla, o plantio das mudas foi realizado em uma fazenda experimental de Rio de Contas há cerca de quinze anos. A primeira colheita ocorreu em 2018. Três anos e algumas correções agronômicas depois, a nova colheita animou o empresário e outros produtores da região.
 
Christophe diz acreditar no potencial produtivo e no terroir das oliveiras de Rio de Contas. "Aqui na região já temos produtores em outros municípios com pequenas floradas. Tudo isso sugere que o potencial da Chapada Diamantina é grande. Sem contar no terroir de Rio de Contas, que é muito especial. Temos um microclima muito diferenciado e tudo que sai daqui possui uma qualidade incrível", destaca. 
 
Christophe conta que a história de plantio de azeitonas na Chapada Diamantina começou com o seu pai, Didier Chinchilla. Natural do sul da França, região de Provence, Didier queria encontrar no Brasil condições de clima,  relevo, temperatura, humidade do ar, radiação, tipo de solo,  vento,  composição atmosférica e a precipitação pluvial, que lembrasse de alguma forma sua terra natal, famosa pelo plantio de oliveiras e produção de azeite. Em Rio de Contas, o francês se sentiu "em casa" ao constatar dias com tempo seco, noites frias e ventos constantes.

O primeiro lote de azeitona produzido na Chapada Diamantina chegou a Maria da Fé para extração do óleo
O primeiro lote de azeitona produzido na Chapada Diamantina chegou a Maria da Fé para extração do óleo (foto: Gabriela Azevedo/Agência Minas)


A azeitona da variedade Arbequina,da qual foi feita a primeira extração de azeite extravirgem, foi trazida para o Brasil por pesquisadores da EPAMIG na década de 1990. Na Chapada Diamantina, também estão plantadas outros tipos de azeitona, adaptadas ou desenvolvidas pela EPAMIG, como a Grappolo 541, Ascolano 315 e a brasileira Maria da Fé (MGS Mariense).
 
Da Europa para o Brasil
 
As oliveiras são originárias do Mediterrâneo. A atividade da olivicultura precisa de frio para que as plantas produzam flores e azeitonas. Latitudes entre 30º e 40º são indicadas, tanto no hemisfério Norte como no hemisfério Sul. É por esse motivo que grande parte da produção de azeite no Brasil vem de regiões mais ao Sul do país, sobretudo de municípios do Rio Grande do Sul.
 
Mas foi em Minas Gerais que o primeiro azeite extravirgem do Brasil foi extraído. A extração ocorreu em 2008 após pesquisas da EPAMIG. Ao longo de treze anos, a atividade ganhou novos produtores, expandiu para outros municípios e estados, e já conquista paladares no Brasil e no mundo. 


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