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Mapa da mina de 2021: o que você precisa saber para investir com segurança

Saber quando vai precisar do dinheiro, manter-se bem informado e diversificar são pontos essenciais para o investidor em ano que começa cercado de incertezas


02/01/2021 04:00 - atualizado 02/01/2021 07:36

Painel da Bovespa: para investidores com perfis mais arrojados, a sugestão são papéis dos grandes bancos nacionais e de companhias metalomecânicas ou de energia (foto: Miguel Schincariol/AFP %u2013 28/10/19)
Painel da Bovespa: para investidores com perfis mais arrojados, a sugestão são papéis dos grandes bancos nacionais e de companhias metalomecânicas ou de energia (foto: Miguel Schincariol/AFP %u2013 28/10/19)
Com a taxa básica de juros no Brasil em seu menor patamar da série histórica (2%), bem abaixo da inflação, que fechou em 4,31% no acumulado dos últimos 12 meses, as aplicações financeiras mais populares e de menor risco estão observando rendimento real negativo, com remunerações que não cobrem o aumento médio dos preços dos bens básicos de consumo.

Para superar a inflação e manter, pelo menos, o poder de compra de suas reservas, o investidor deve buscar um produto que lhe permita um rendimento melhor.

Mas, num ano que se inicia carregado de incertezas com relação ao enfrentamento à pandemia de COVID-19 e a capacidade de retomada da economia, o brasileiro precisa ter cautela na escolha da melhor forma para guardar o seu dinheiro.

Para o professor de economia e finanças Paulo Vieira, o brasileiro que neste momento tem um valor para investir, antes de buscar uma boa rentabilidade e optar por um dos vários produtos disponíveis no mercado, deve avaliar a real finalidade das suas reservas e entender quais os tipos de riscos está disposto a assumir.

Para as pessoas que têm a intenção única de guardar dinheiro para emergências, por exemplo, ele ressalta que o foco tem que ser na liquidez, na possibilidade de o dinheiro aplicado ficar disponível em curto prazo.

“Quando a pessoa vai investir mas o dinheiro já está carimbado para uma despesa em curto prazo, tem que privilegiar a liquidez. Para ela, a aplicação tem que virar dinheiro de uma hora pra outra para honrar um compromisso. O mercado dispõe de vários produtos financeiros que oferecem essa liquidez, a exemplo de alguns títulos do Tesouro Nacional que possuem liquidez diária e CDB’s na modalidade sem carência. Mas a pessoa tem que estar ciente de que quanto maior a liquidez, menor o ganho”, adverte.

Vieira destaca que o atual cenário da economia brasileira tirou o investidor de uma zona de conforto e impôs a ele a necessidade de acompanhar constantemente a conjuntura do mercado e a dinâmica dos produtos em que seu dinheiro está alocado.

Para minimizar os riscos, o professor destaca que é importante diversificar o portfólio de investimentos, o que fica mais confortável para o investidor que está bem informado e orientado.

“Durante muito tempo, as pessoas não se preocuparam em entender o funcionamento das aplicações financeiras, porque era só deixar lá, o risco é baixo e o rendimento era alto. Mas, agora, se a pessoa quiser ganhar um pouco mais tem que entender como funciona as coisas, pesquisar, conversar, buscar orientação responsável. Informação sempre foi fundamental para um investidor, mas neste momento se tornou obrigatória”, pontua.

SOB MEDIDA 

O professor desaconselha a adesão à portfólios ofertados pelas instituições financeiras sem uma investigação da tolerância ao risco de cada cliente. “Você direcionar o dinheiro de uma pessoa é como se fosse uma consulta médica”, compara.

Na escolha da instituição para confiar suas reservas, além de agilidade e bom atendimento, ele nota que o investidor deve buscar um banco associado ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura o pagamento do valor aplicado, até o limite de R$ 250 mil, nos produtos financeiros tradicionais, como a poupança e os CDBs.

Os bancos tradicionais, as cooperativas de crédito e muitas das fintechs oferecem essa segurança para o investidor de renda fixa.

Sobre a possibilidade de ganhos com investimentos em moedas digitais, tão ventilados nos últimos meses, Vieira alerta para os altos riscos de oscilação e de liquidez inerentes a esse tipo de produto.

Sobre o dólar, que está valorizado frente ao real e que também tem atraído muitos investidores brasileiros, o professor lembra que a moeda americana também está sujeita a inúmeros fatores de repercussões globais e que isso traz um enorme risco de oscilação do mercado.

“As criptomoedas, por não terem geralmente o respaldo de uma autoridade monetária de um país, são extremamente sujeitas a processos especulativos. Um gráfico de valorização da Bitcoin, por exemplo, parece um exame de eletrocardiograma e demonstra valorizações expressiva seguidas de quedas. Outra questão é que a pessoa pode ter uma grande valorização do seu investimento, mas não tem para quem vender” observa. O dólar pode até ser interessante, desde que não seja o principal investimento”, aconselha.

PRUDÊNCIA

 
Ricardo Jacomassi, economista-chefe da TCP Partners, também recomenda prudência nas decisões de investimentos no atual cenário. Ele espera uma inflação acima da meta em 2021, impactando as taxas de juros e alterando a dinâmica do mercado financeiro.

Para o investidor mais conservador, diante das incertezas com a inflação, Jacomassi indica os títulos de renda fixa na modalidade pós-fixado, que se adaptam melhor às condições do mercado.

Para os perfis mais arrojados e que já estão familiarizadas com as bolsas de valores, o economista sugere os papéis de empresas que são boas pagadoras de dividendos e que atuam em setores de maior sustentabilidade, como as ações dos grandes bancos nacionais, das grandes companhias metalomecânicas e das companhias de energia.

Jacomassi também alerta para a necessidade de uma orientação técnica e expressa ceticismo com os coachings de investimento das redes sociais. “Ter a paciência e a sabedoria para consultar especialistas sérios e responsáveis diminui bastante o risco de perda”, conclui.
 
*Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho 


DIREÇÃO SEGURA


Cinco conselhos para investir com eficiência e garantia


Invista de acordo com o seu perfil, suas necessidades e sua tolerância ao risco. Segundo o professor Paulo Vieira, “a melhor aplicação financeira é aquela que te permite botar a cabeça no travesseiro e dormir com tranquilidade”.


Diversifique seus investimentos e escolha uma instituição séria para depositar suas economias. Diz a máxima que “nunca se deve colocar todos os ovos numa mesma cesta!”


Fique atento! Estude, atualize o conhecimento e acompanhe constantemente os seus produtos de investimento. Segundo o economista- chefe da consultoria TCP, Ricardo Jaconassi, “o investidor não pode deixar de acompanhar o seu investimento e de acompanhar as discussões do mercado para formar as suas opiniões, avaliar orientações e apurar a hora de sair ou de insistir e ampliar sua participação em um investimento”.


Busque orientação técnica, profissional, responsável e idônea. Jacomassi ressalta que “ter a paciência e a sabedoria para consultar um especialista diminui bastante o risco de perdas”.


Questione sempre as promessas de grandes rendimentos. “O ganho é proporcional ao risco! Se a Selic está a 2% ao ano, desconfie de aplicações que prometem rendimento de 5% ao mês. Não é impossível, mas é improvável numa aplicação de baixo risco”, adverte o professor Paulo Vieira.
 
 



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