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Estado de Minas Efeitos da pandemia

Com reuniões menores para as festas, a ceia de Natal também diminuiu

A ceia e as tradições familiares vão ser mantidas, mesmo com a pandemia, mas, para muita gente, em formato reduzido; há encomendas de ceia para até uma pessoa


21/12/2020 14:08 - atualizado 21/12/2020 18:18

"Estamos também incentivando as pessoas a buscarem seus pedidos com antecedência, para evitar aglomerações nas lojas", diz Julio Jacques (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Em 2020 tudo está diferente. E o Natal não foge à regra. Ainda que o perigo do coronavírus seja uma realidade, com cuidado dá para aproveitar a data com segurança. Realizar uma celebração mais intimista, sem tantos convidados, é uma das medidas para comemorar de forma menos arriscada. A ceia e as tradições familiares vão acontecer, mesmo com a pandemia, mas para muita gente em formato reduzido. Um cenário que reflete diretamente nos pedidos para as ceias que muitas empresas oferecem, mudando os tipos de encomenda neste período em particular.

Na Rivadavia Gourmet, as ceias de Natal encolheram de tamanho - agora são procuradas para quantidades menores de pessoas. Até 2019, como conta a proprietária, Carla Rivadavia, as demandas eram para cestas para, no mínimo, dez convidados, chegando até uma média de 25 pessoas. Agora, os pedidos são para ceias para de duas a cinco pessoas. O volume de encomendas aumentou, mas, considerando a quatidade de convidados, a conta vai no caminho oposto.

"Em 2020 não chegamos nem perto do que era no ano passado. Os pedidos dobraram, mas o número de convidados caiu", diz. O preço individual da ceia é de R$ 80, o mesmo de antes. A empresária diz que manteve o valor para não perder a clientela, porém, com o aumento dos preços dos itens da ceia, agora tem que fazer malabarismo para conseguir reunir os produtos sem reajustar o custo para os clientes. "Estou pesquisando para encontrar valores mais acessíveis", conta.

No Sentido do Gosto, empresa especializada em massas, o modo de fornecer as ceias para o Natal mudou com a pandemia. São quatro lojas em Belo Horizonte. Em situações normais, o cliente vai à loja, leva seu pirex, onde o prato é montado, para que ele busque, em um segundo momento, já pronto. A fim de fixar a ida do cliente à loja apenas uma vez, a marca agora entrega somente o produto (massa e molho à escolha), embalados à vácuo, para montagem direta na casa do consumidor. "Estamos também incentivando as pessoas a buscarem seus pedidos com antecedência, para evitar aglomerações nas lojas", diz o sócio, Julio Jacques.



Outra mudança observada pelo empresário é a diminuição nas quantidades de itens para a ceia. "As pessoas vinham, compravam a massa e complementavam com outros tipos de carne. Agora, estamos vendo a opção por apenas um tipo de carne." Os grupos de 15 a 20 pessoas normalmente reunidas para as ceias, em 2020 estão diluídos entre pessoas do convívio familiar mais próximo e direto. "Costumávamos ter encomendas para dois a três pirex, agora para apenas um. Um pirex geralmente tem dois quilos, e criamos uma linha especial família para o Natal, de 1,5 quilos", continua Julio.

Lúcia Cattoni é proprietária da Quitanda da Serra, que funciona em Belo Horizonte há 21 anos. No cardápio para a ceia de Natal, oferece carnes, frutas caramelizadas, massas, acompanhamento e saladas. O preço por pessoa é R$ 55. Em situações normais, as ceias eram feitas para entre dez a 30 pessoas. Agora, com a pandemia, e empresária tem fornecido ceias para entre três a seis pessoas, em média, e muitas vezes também individuais. Ela conta que, raramente, tem pedido para dez pessoas. "Tenho visto muitos clientes que acabaram de sair do hospital, vão passar a noite de Natal sozinhos, e pedem mais como um jantar especial, diferente da ceia tradicional", diz Lúcia.

O número de pedidos até aumentou, mas o tamanho da ceia é muito menor. "Algumas vezes, o cliente até revê o pedido. Pede primeira para dez pessoas, depois liga para diminuir. As pessoas estão cada vez mais conscientes de que neste ano o Natal precisa ser dessa forma", acrescenta. Pela perspectiva, enquanto lojista, o fato de ter sobrevivido à pandemia já é motivo para comemorar. "Muita gente teve que fechar as portas", finaliza Lúcia.


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