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Estado de Minas ECONOMIA

Metade do PIB brasileiro estava concentrado em 71 municípios em 2018

Em 2018, oito municípios somaram quase 25% do PIB nacional


16/12/2020 14:05 - atualizado 16/12/2020 14:21

(foto: Wikipédia/Reprodução)
(foto: Wikipédia/Reprodução)
Quase metade do PIB de 2018 foi gerado por 71 municípios, o que corresponde a apenas 1,3% das 5.570 cidades brasileiras, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar o desempenho dos municípios brasileiros em 2018, nesta quarta-feira (16/12).

 
Em 2018, oito municípios somaram quase 25% do PIB nacional. Entre os 25 municípios de maior PIB, 12 eram capitais. Entre 2002 e 2018, a participação dos 100 municípios com os maiores PIBs reduziu de 60% para 55%.
 
Maricá, Niterói e Campos dos Goytacazes, municípios do estado do Rio de Janeiro, tiveram maior ganho de participação no PIB. Já São Paulo e Osasco (SP) as maiores perdas. A cidade-região de São Paulo, que reúne 92 municípios com forte integração econômica com a metrópole, concentrou 24% do PIB nacional. Presidente Kennedy, no Espírito Santo, teve o maior PIB per capita do país em 2018.
 
Em 2018, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), mais da metade do PIB de Minas Gerais veio de apenas 18 municípios e a capital, Belo Horizonte, foi responsável por 15,% do resultado total que, nesse ano, chegou a R$ 614,9bilhões. Já o município com o maior PIB per capita (R$ 337.288,81) foi São Gonçalo do Rio Abaixo. Na década, entre 2010 a 2018, Extrema apresentou maior aumento de participação no PIB estadual (1 %), impulsionado pelo comércio atacadista e serviços relacionados e pela indústria de transformação.  
 
A concentração espacial da produção apontou que aproximadamente dois terços (66,9%) do PIB foram gerados em apenas 49 dos 853 municípios do estado. Três quartos (74,9%) em 78; nove décimos (90,0%), em 240. Municípios das indústrias extrativas foram destaques em PIB per capita.
 
Metade dos municípios com os 10 maiores PIB per capita de Minas Gerais têm como principal atividade econômica as indústrias extrativas,  como São Gonçalo do Rio Abaixo. Com um PIB per capita de R$ 337.288,81, o município ocupou a primeira posição no ranking do top ten.
 
Destacaram-se também Extrema, pelo comércio, Jeceaba e Ouro Branco com a indústria de transformação, Araporã, com ageração de eletricidade e Confins, com os serviços aeroportuários.
 
A disparidade do registro da concentração dos maiores PIBs por habitante em cidades menores e com população mais pobre, revela a alta remuneração do capital, como nos casos dos municípios onde prevalece a atividade extrativa mineral, e a baixa remuneração da mão de obra.
 
Os resultados são reflexos de fatores diferentes que se complementam e atuam de forma específica em cada localidade, explica Raimundo de Souza Leal Filho, pesquisador, coordenador de contas regionais da Diretoria de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro. "Muitas atividades são a natureza do processo produtivo que produz economias de escala, caso do setor de geração de eltricidade, geandes usinas, fabriação de metais: siderurgia e metalurgia, extração mineral, veículos, refinarias."
 
Algumas atividades são espalhadas pelo estado, como os serviços públicos, oferecidos em cada um dos 853 municípios, nesses casos onde há maior concentração populacional o PIB tende a ser maior. Mas há influências também dos recursos naturais, que só existem em determinada localidade, como minérios ou rios com capacidade de geração de energia. 
 
E as chamadas "Sinergias" de transbordamentos que resultam das carateristicas das aglomerações urbanas e processo produtivos que operam com grandes ganhos de escala. As indústrias siderúrgicas ou metalúrgicas instalam um alto forno que opera com capacidade gigantesca de produção, o que não justifica outro desse equipamento na mesma região, explica o pesquisador da FJP, influenciando nas atividades econômicas de outros setores e no entorno.
 
Cidades que são principais vetores de desenvolvimento econômico, quanto maiores as aglomerações urbanas, maior a sinergia de serviços de alta complexidade, como proximidade de universidades e instituos de pesquisa, favorecendo a concentração econômica.
 
Em 2018, para 455 (53,3%) dos municípios mineiros, a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social foi a principal atividade econômica; 279 (32,7%) municípios com os demais serviços; 33 (3,9%) com a agricultura e indústria de transformação; 18 (2,1%) com as indústrias extrativas; 17 (2,0%) com a geração de eletricidade; dez (1,2%) com a produção florestal; cinco (0,6%) com o comércio e três (0,4%) com a pecuária.
 
No Valor Acrescentado Bruto (VAB), o resultado final da atividade produtiva no decurso entre 2017 e 2018 resulando na da diferença entre o valor da produção e o valor do consumo intermédio, originando excedentes, Unaí foi município que mais se destacou na agropecuária, com R$ 695,0 milhões. Cerca de um quarto do valor adicionado bruto da agropecuária mineira veio de apenas 20 municípios, metade de 76 municípios; dois terços, de 151; e nove décimos (90%) de 411.
 
Os dez municípios com os maiores valores foram Unaí, Uberaba, Paracatu, Uberlândia, Estrela do Sul, Coromandel, Patrocínio, João Pinheiro, Perdizes e Sacramento. Juntos, somaram 16% do valor adicionado bruto da agropecuária.
 
Quatro municípios responderam por um quarto do valor adicionado da indústria, a capital com R$ 11.387,7milhões (8,% do total), seguida por Betim (7,1%), Uberlândia (6,4%) e Contagem (4,0%). Junto com Nova Lima, Ipatinga, Ouro Preto, Uberaba, Itabira, Itabirito, Juiz de Fora, Sete Lagoas, São Gonçalo do Rio Abaixo e Araxá, ao todo, 14 municípios concentraram pouco mais da metade (50,6%) do VAB industrial do estado. Dois terços foram produzidos em somente 29 municípios (Belo Horizonte concentrou um quinto do valor adicionado dos serviços privados (inclusive comércio, exceto administração pública).
 
Nos serviços (exceto administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social), Belo Horizonte concentrou aproximadamente um quinto do VAB estadual, com a geração de R$ 55.821,3 milhões em 2018. Em seguida, Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Betim, Uberaba, Montes Claros, Extrema, Ipatinga e Pouso Alegre completam o ranking do "top ten" no VAB de serviços privados em Minas Gerais. Junto com Poços de Caldas e Governador Valadores, são 12 os municípios responsáveis pela geração de metade do VAB setorial no estado.
 
A atividade da administração pública teve o valor adicionado menos concentrado espacialmente: seis municípios concentraram um quarto do valor adicionado, 42 responderam por perto de metade; 114, por dois terços. 

Em uma década

Entre 2017 e 2018, os municípios com maior ganho de participação no PIB estadual foram Ouro Preto (indústrias extrativas) com avanço de 0,3%, Extrema (comércio), Ipatinga (manufatura), Itabira (indústrias extrativas), Uberlândia (manufatura) e Três Marias (manufatura) com 0,2%Outros 17 apresentaram um ganho de 0,1 %. 

As maiores perdas de participação (-0,5 %) ocorreram em Contagem e Belo Horizonte. Na Capital em serviço privados e no município vizinho por conta da retração no comércio atacadista. Com perdas de -0,1% por conta do desempnho das manufaturas Nova Serrana, Ubá, Ituiutaba e Belo Oriente,  Mariana (indústrias extrativas), Vespasiano  e Manhuaçu Comércio).
 
De 2010 a 2018, a participação de Extrema no PIB estadual foi a que mais cresceu. No mesmo períodos as maiores quedas registradas ocorreram em Betim (-2,6 %), Belo Horizonte (-1,9%) e Contagem (-0,9 %). 
 
Mariana perdeu 0,6% em grande medida em decorrência da interrupção de atividades da Samarco após o rompimento da barragem do Fundão.  Ipatinga, Sete Lagoas por conta da retração industrial no triênio 2014-16, já compensada por alguma recuperação no biênio 2017-18 e Congonhas, 0,3 % cada. E em Congonhas, predominantemente em função do menor volume de extração mineral. 
 
Extrema ganhou 1%, Uberlândia, 0,7%, Pouso Alegre, Uberaba, Itabirito e Araxá, 0,3 % cada. Com exceção de Itabirito, todos se beneficiaram da localização geográfica privilegiada em relação a grandes eixos de desenvolvimento territorial: Extrema e Pouso Alegre recebem transbordamentos do dinamismo econômico de Campinas-Guarulhos-São José dos Campos; Uberlândia e Araxá no eixo Ribeirão Preto-Catalão-Goiânia-Brasília. 
 
Outros oito municípios obtiveram ganho de 2%:  Paracatu, Patos de Minas, Poços de Caldas, Ribeirão das Neves, Nova Lima, Três Marias, Montes Claros e Unaí.

Pandemia

Raimundo Filho diz esperar melhorias em 2020 com o aumento das quantidades produzidas, principalmente na agricultura com preços favoráveis ao café e à soja. "Já era percebido que na crise dos anos 2014, 15 e mais evidenciada em 2016, o complexo metal mecânico perdeu muito e o agronegócio operou como colchão amortecedor."
 
O pesquisador da  Fundação, Thiago Almeida, credita esperanças no setor, principalmente onde predomina a cafeicultura, "ja indicado pela divulgado (pelo IBGE) do PIB trimestral", mas apontam também para grandes perdas nos municípios onde predominam atividades turísticas e de alimentação.

Ele aponta o grande crescimento  (entre 2017 e 2018) do PIB de Confins, na região metropolitana de BH, no que se refer ao setor de transportes, devido ao aeroporto internacional, e que deverá apresentar redução drástica diante da paralisação desses serviços durante a pandemia.


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