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Mais brasileiros mergulham nas aplicações arriscadas, mas rentáveis

Com juro baixo, universo de operadores em ações, hoje de 3,1 milhões, cresceu 600% nos últimos cinco anos. Só em outubro, R$ 50,9 bi saíram dos fundos de renda fixa


09/11/2020 04:00 - atualizado 08/11/2020 22:11

Os investidores pessoas físicas movimentam R$ 381 bilhões na bolsa e metade deles começou a comprar e vender ações somente neste ano(foto: Miguel Schincariol/AFP-24/8/15)
Os investidores pessoas físicas movimentam R$ 381 bilhões na bolsa e metade deles começou a comprar e vender ações somente neste ano (foto: Miguel Schincariol/AFP-24/8/15)


Brasília – Para fazer o dinheiro render, num cenário de juros baixos, mais brasileiros aceitam correr riscos no mundo das aplicações de renda variável. A queda da taxa básica de juros (a Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de base para as operações nos bancos e no comércio) diminuiu a rentabilidade dos investimentos mais comuns no país, como a tradicional caderneta de poupança. Por isso, entender e investir em ações e fundos imobiliários, entre outras opções de aplicação com renda variável, que podem oferecer taxas superiores de retorno do capital, atrai novatos. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está de olho nesse movimento para adequar as normas regulatórias ao perfil do novo investidor brasileiro.

A popularização do mercado de capitais fica clara em pesquisa realizada recentemente pela CVM. O estudo ouviu mais de 5 mil pessoas em todo o país para tentar entender o perfil dos atuais investidores brasileiros e constatou que 40% dessas pessoas começaram a aplicar na bolsa de valores nos últimos cinco anos, isto é, em meio ao ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic), que desceu de 14,25%, em 2015, para a mínima histórica de 2% ao ano em 2020. A pesquisa revelou que 25% dos aplicadores entraram no mundo dos investimentos de risco só nos últimos dois anos, quando surgiu clareza de a Selic dificilmente voltaria para a casa dos dois dígitos.

O rendimento da poupança e da maior parte dos títulos de renda fixa está atrelado à Selic. Quando a taxa básica de juros está abaixo de 8,5% ao ano, como ocorre hoje, por exemplo, a caderneta de poupança rende apenas 70% da Selic e, acrescidos da Taxa Referencial (TR). Como a Selic está em 2% e a TR está zerada, portanto, a poupança rende apenas 1,4% ao ano e, por isso, não compensa nem o avanço da inflação, que deve marcar 3,02% ao final deste ano, segundo o último Boletim Focus do Banco Central, que reúne as previsões de uma centena de analistas.

Da mesma forma, muitos investimentos de renda fixa e fundos de investimento acompanharam a queda dos juros, pois são atrelados à Taxa DI ou CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro, que segue a Selic e hoje está em 1,9%. Os famosos CDBs – Certificados de Depósito Bancário (CDB) –, por exemplo, rendem percentual do CDI.

Os investidores passaram a olhar para outros tipos de aplicações, mais rentáveis. Só no mês passado, por exemplo, R$ 50,9 bilhões saíram dos fundos de renda fixa, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) coletados pelo banco digital modalmais.

No mesmo período, foi registrado ingresso de R$ 20,7 bilhões em fundos de ações. O número de CPFs cadastrados na B3, antiga Bolsa de Valores de São Paulo, cresceu mais de 600% só nos últimos cinco anos. De acordo com a B3, 557 mil brasileiros (pessoas físicas) investiam na bolsa em 2015. Hoje, já são mais de 3,14 milhões de CPFs cadastrados na B3 e quase a metade disso começou a comprar e vender ações só neste ano. O investidor pessoa física movimenta, portanto, quase R$ 381 bilhões no mercado acionário.


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