Como será a primeira Black Friday Brasil no pós-pandemia? A velha cena de lojas lotadas não deve se repetir. O comportamento do consumidor mudou, com mais pessoas comprando pela internet. Além disso, os protocolos de controle do novo coronavírus exigem distanciamento social. Reforçando que a edição de 2020 acontecerá em 27 de novembro.
Na edição de 2019, as vendas on-line aumentaram 23% no final de semana de ofertas. O total faturado na data, incluindo as vendas das lojas físicas, foi de R$ 3,2 bilhões. O mês de abril, no pico da pandemia em alguns centros comerciais, registrou faturamento de R$ 9,4 bilhões no e-commerce.
Embora o período seja maior que os dois dias da Black Friday 2020, é um dado a se analisar.
Mesmo com a força do comércio on-line, as lojas físicas também estão esperançosas para a data. Isso porque uma pesquisa da Criteo, realizada com 13 mil consumidores em todo o mundo, demonstrou que 27% dos clientes já se sentem seguros para voltar aos shoppings. Além disso, a inclusão digital ainda não é universal, e muitas pessoas preferem comprar após o cara a cara com o vendedor.
Pandemia intensificou as vendas on-line
Será que estamos vivendo uma Black Friday 2020 desde abril? Afinal de contas, desde o começo da quarentena, com os serviços não essenciais fechados, as pessoas passaram a comprar pela internet produtos que até então adquiriam nos pontos físicos.
Com mais tempo em casa devido à imposição do home office, as famílias começaram a consumir mais itens de uso doméstico. Isso se refletiu inclusive na abertura de mais lojas virtuais.
A mudança é confirmada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A associação registrou a abertura de mais de uma loja por minuto logo no início da pandemia. Já o Mercado Livre ganhou 5 milhões de novos clientes na América Latina, duramente afetada pela pandemia.
Portanto, a Black Friday Brasil, que nasceu on-line em 2010, deve repetir o feito em 2020. Isso porque, só para lembrar, a data é inspirada na promoção realizada nos Estados Unidos um dia após o Dia de Ação de Graças.
Originalmente, nos Estados Unidos, a data é motivo de comemoração para o varejo físico, que busca limpar o estoque, enquanto que para o consumidor é positiva para antecipar as compras de Natal.
Mobile
Quando o assunto é compras on-line na Black Friday Brasil, é interessante observar que em 2020 pode ocorrer mais uma mudança: as compras se concentrarem nos desktops.
Isso porque em 2019, mais da metade, ou seja 55% dos pedidos foram realizados pelo smartphone. Mas com muitas pessoas trabalhando em home office é possível que haja uma migração para o computador ou notebook.
Black Friday Brasil: como está a intenção de compra
Com o aumento da taxa de desemprego para 13,3%, em junho, e com as perdas salariais em decorrência da redução da jornada de trabalho, até podia-se esperar uma Black Friday 2020 mais tímida.
Porém, segundo pesquisas de intenção de compras, os consumidores estão animados para as ofertas. Afinal de contas, é a chance de antecipar os presentes de Natal e aproveitar os produtos com preços mais convidativos.
Uma pesquisa do Méliuz (maior plataforma de cashback do Brasil) apontou que 72,21% dos consumidores brasileiros desejam aproveitar as promoções do final do ano.
Ainda conforme a pesquisa, apenas 1,19% dos entrevistados não têm intenção de participar da Black Friday. Entre aqueles que ainda não se decidiram, 64% dizem que não estão confiantes com relação ao valor das ofertas.
Outro levantamento, desta vez da Rakuten Advertising, revelou que 57% dos consumidores vão aproveitar as liquidações da Black Friday 2020, sendo que o percentual é maior quando se pergunta sobre as compras de Natal: 87% desejam encher as sacolas. Ou melhor, os carrinhos das lojas virtuais e marketplaces.
Isso porque tudo indica que a data ganhará novos compradores virtuais. Afinal de contas, especialistas em consumo dizem que o brasileiro avançou cinco anos em apenas um com relação aos hábitos de compras como cliente virtual.
De acordo com o levantamento da Criteo, perto de 80% dos consumidores brasileiros continuarão comprando presentes on-line. Além disso, 67% deles descobriram uma nova forma de compra virtual que deverão manter.
Itens domésticos
O novo normal deixou as pessoas mais tempo em casa, os itens a serem adquiridos dizem respeito ao bem-estar no lar. Veja, nesse sentido, os produtos mais vendidos na pandemia, segundo a Criteo, e que devem manter a demanda:
- itens de cozinha;
- tevês e smartphones;
- roupas para usar em casa (moletons e camisetas);
- itens de decoração.
Ainda conforme a sondagem, 42% das pessoas querem aproveitar a Black Friday para comprar itens de necessidade, 25% querem adquirir itens de desejo, 17% vão trocar produtos antigos por novos e 6% almejam antecipar a compra de presentes natalinos.
Protocolos: deixando suas compras em lojas físicas mais seguras
Quem prefere pesquisar preços de loja em loja e levar o produto para casa logo após o pagamento, deve saber que os estabelecimentos comerciais são obrigados a seguir protocolos de biossegurança.
Em Belo Horizonte, por exemplo, foram exigidas medidas como: aferição da temperatura por meio de termômetro digital infravermelho; distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas, uso obrigatório de máscaras, entre outras determinações.
Para favorecer compras mais seguras, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também criou um protocolo de segurança para a reabertura de lojas de rua e shoppings.
Veja algumas medidas sugeridas no protocolo:
- observação dos decretos municipais e estaduais;
- área de chegada dos funcionários, com borrifador de álcool gel 70% ou tapete com desinfetante;
- espaço reservado para a recepção de mercadorias, com limpeza realizada pelo menos duas vezes por dia;
- instalação de telas de vidro ou acrílico no balcão para proteger os funcionários;
- uso de termômetros com aferição da temperatura de clientes, funcionários e fornecedores;
- uso obrigatório de máscaras;
- reforço na limpeza de superfícies de áreas de uso coletivo;
- limitação de pessoas dentro das lojas;
- incentivo ao atendimento agendado;
- sinalização no chão para forçar o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas nas proximidades dos caixas;
- espalhar dispensadores de álcool 70% em pontos estratégicos.
Além disso, os gestores devem incentivar os funcionários a usar a máscara corretamente e higienizar as mãos com frequência. Já os clientes devem se precaver, levando a sua própria embalagem de álcool gel na bolsa quando for às compras. Deve evitar aglomerações e ir às compras sozinho, sem levar mais membros da família a fim de evitar aglomerações.
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