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Estado de Minas EQUILÍBRIO

'Vamos gastar, mas vamos travar outras despesas', alerta Paulo Guedes

Segundo o ministro, Bolsonaro tem o direito de querer fazer obras públicas, mas também a responsabilidade de fazer isso dentro do teto de gastos


28/08/2020 21:37

Guedes diz que o governo está trabalhando para retomar as reformas econômicas e as discussões do pacto federativo (foto: Evaristo Sá/AFP)
Guedes diz que o governo está trabalhando para retomar as reformas econômicas e as discussões do pacto federativo (foto: Evaristo Sá/AFP)
 
O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta sexta-feira (28/08) que o governo federal vai liberar recursos para obras públicas de infraestrutura e segurança hídrica. Porém, garantiu que o Executivo vai travar outras despesas para garantir esses investimentos. Isso porque, segundo o chefe da equipe econômica, o presidente Jair Bolsonaro tem o direito de querer fazer investimentos, mas também a responsabilidade de fazer isso dentro do teto de gastos.
 
"O presidente tem reafirmado o compromisso de transformação do estado brasileiro. Vamos gastar sim na infraestrutura, na segurança hídrica e vamos travar outras despesas, principalmente com o pacto federativo", declarou Guedes nesta sexta-feira, em live realizada pelo setor industrial para discutir o processo de recuperação da economia brasileira no pós-coronavírus.

O ministro tentou minimizar "o carrinho" que levou nesta semana de Bolsonaro e também o mal-estar que se instalou no governo após a ala desenvolvimentista cobrar mais recursos públicos para a realização de obras no pós-pandemia e a equipe econômica resistir aos repasses, batendo na tecla da responsabilidade fiscal.

Ele disse que não tem nada de briga na equipe e que é normal haver debates desse tipo. "O trabalho do ministério é integrado. É natural que haja um choque entre o ministro que queira gastar mais e o ministro que saiba que tem que manter a responsabilidade fiscal", afirmou, ressaltando que, no fim, quem decide sobre o assunto é quem tem voto, ou seja, o presidente.

Nos últimos dias, Bolsonaro fez diversos acenos e elogios à ala desenvolvimentista do governo e ainda deixou claro o incômodo com algumas propostas da equipe econômica. Um dia depois de suspender a proposta de Guedes de bancar o Renda Brasil com o abono salarial, dizendo que não podia "tirar dos pobres para dar aos paupérrimos", por exemplo, Bolsonaro permitiu o remanejamento de R$ 6,5 bilhões do Orçamento para emendas parlamentares e obras públicas que serão capitaneadas pelos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio Freitas (Infraestrutura) - ministros apelidados de fura-teto por Guedes, que queria liberar no máximo R$ 5 bilhões para essas obras.

Guedes comentou que é natural um presidente eleito querer tocar uma plataforma de projetos. "O fato de ele estimular obras, pensar em estimular programas de infraestrutura, segurança hídrica no Nordeste, é normal", disse.

Mas logo destacou que, "ao mesmo tempo, o presidente tem a responsabilidade de fazer isso dentro das regras", como a Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gasto.

Segundo o ministro da Economia, Bolsonaro sabe que o desajuste fiscal pode piorar a situação da economia brasileira no longo prazo, elevando os juros e reduzindo os investimentos privados. Por isso, "tem decidido sempre na direção da responsabilidade fiscal. E tem afirmado isso sucessivamente".

Guedes disse, então, que o governo está trabalhando para retomar as reformas econômicas e as discussões do pacto federativo para conseguir "travar o piso" e conseguir liberar recursos dentro do Orçamento sem furar o teto de gastos. A principal aposta de Guedes nesse sentido é a desvinculação, a desindexação e a desobrigação do Orçamento, que podem desobrigar o governo a corrigir uma série de despesas pela inflação e, assim, "devolver a gestão do Orçamento à classe política", para que ela decida onde alocar os recursos.


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