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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Minas perderá R$ 50 bi a mais se desistir de isolamento, estima pesquisa da UFMG

Estudo projeta que cenário com manutenção das regras contra o coronavírus será favorável à economia do estado a médio prazo


postado em 14/05/2020 19:00 / atualizado em 14/05/2020 19:10

Regras de isolamento social estão em vigor desde março em Minas Gerais(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Regras de isolamento social estão em vigor desde março em Minas Gerais (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Em estudo publicado nesta semana, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) projetam que as perdas econômicas no estado serão menores se as medidas de isolamento social forem mantidas. A estimativa é de um ganho de R$ 50 bilhões até 2023 caso regras rígidas para frear a propagação do coronavírus continuem em vigor.

No estudo, os pesquisadores da Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) analisaram indicadores econômicos e epidemiológicos para três cenários: “distanciamento estendido” (modelo atual em vigor em Minas Gerais), “isolamento parcial” e “sem distanciamento”. Financeiramente, todas as opções apresentam perdas. No entanto, a pior alternativa foi justamente aquela em que não há medidas para reduzir a circulação de pessoas.

A estimativa é que o cenário atual de "distanciamento estendido" resulte numa queda de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, com uma perda econômica de R$ 19 bilhões até 2023.

Já a projeção para um estado “sem distanciamento” social é de 4% de redução do PIB, com perdas na casa dos R$ 69 bilhões.

“A flexibilização prematura do distanciamento social em Minas Gerais, em relação ao padrão que estava sendo adotado no estado, não é recomendada do ponto de vista econômico e social, tendo em vista os maiores custos à atividade econômica e a ausência de efeitos positivos relevantes que superem os impactos da crise”, defendem os responsáveis pelo estudo.

Resultados


Os resultados econômicos são piores sem isolamento social especialmente por conta dos reflexos epidemiológicos de uma sociedade que não adota regras rígidas para conter o avanço do vírus. A pesquisa aponta que esse cenário com mais fatalidades e internações pela COVID-19 acarretaria perda de produtividade e elevação de custos de produção das empresas, o que justificaria a queda maior no PIB mineiro.

“A elevada taxa de desemprego sugere que há certa facilidade em conseguir mão de obra, mas com produtividade inferior à que estava ocupada e foi perdida com a pandemia. Assim, um efeito que não pode deixar de ser considerado nas análises é o impacto dos diferentes cenários de isolamento na produtividade da mão de obra e os custos incorridos à produção”, citam os pesquisadores, que mencionam os setores de serviços e indústria como aqueles com maior impacto negativo.

Ao analisarem os resultados matemáticos do modelo adotado para o estudo, os pesquisadores apontaram que os problemas econômicos advêm da pandemia em si - e não da adoção de medidas de isolamento e o consequente fechamento do comércio. “Em nenhuma situação real da pandemia no mundo se verificou menor impacto da crise com o relaxamento de medidas de isolamento”, justificam os pesquisadores.

Eles frisam que a pesquisa não considera a totalidade dos impactos econômicos da pandemia, mas especificamente a disponibilidade e uso da mão de obra em Minas Gerais.

“Não estamos tratando dos demais impactos econômicos das estratégias de isolamento (como fechamento do comércio e interrupção de atividades produtivas) e da epidemia em termos globais (queda das exportações, investimentos, turismo, consumo) e locais (perdas de renda e emprego). Analisamos apenas o impacto das estratégias de isolamento sobre a disponibilidade e uso de mão de obra, e deste na economia de Minas Gerais. Trata-se de um primeiro passo na análise do impacto da pandemia”, explicam.

Por fim, os pesquisadores dizem não existir dilema entre saúde e economia durante o enfrentamento ao coronavírus. “O isolamento traz custos econômicos, mas abrir mão da única estratégia factível para as diversas regiões do país – o isolamento social - traz custos ainda maiores e mais deletérios tanto para a saúde como para o país. Podemos recuperar a economia, mas não as vidas perdidas”, escrevem.

O estudo é assinado por Edson Domingues, Gilvan Guedes, Rafael Ribeiro, Aline Magalhães, Débora Freire, Reinaldo Santos, Monique Felix, Jeferson Andrade, Thiago Simonato e Diego Miyajima.


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