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Estado de Minas COVID-19

Por causa da COVID-19, IMA prorroga prazo para vacinação de febre aftosa

Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) estende prazo até 30 de junho o prazo para a campanha de vacinação de bovinos e bubalinos de todas as idades, que foi iniciada em 1º de maio


postado em 14/05/2020 04:00 / atualizado em 14/05/2020 07:26

O produtor rural Sebastião Valter revelou dificuldade para encaminhar a declaração de vacinação, já que não tem acesso à internet(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
O produtor rural Sebastião Valter revelou dificuldade para encaminhar a declaração de vacinação, já que não tem acesso à internet (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)


Devido ao enfrentamento da pandemia da COVID-19, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) prorrogou até 30 de junho o prazo para a campanha de vacinação contra a febre aftosa de bovinos e bubalinos de todas as idades, que foi iniciada em 1º de maio. O estado tem o segundo maior rebanho bovino nacional, com 23,5 milhões de cabeças. O IMA, o órgão responsável pela gestão da vacinação em Minas, determinou que a entrega da declaração da imunização, cujo prazo vai até 10 de julho, deve ser feita pelo sistema on-line, já que o atendimento presencial nos escritórios do órgão em todo o estado está suspenso temporariamente, devido à pandemia.

O problema é que na prática, uma parte dos pequenos produtores não tem acesso a computador, dificuldade enfrentada, principalmente, por criadores que moram na zona rural dos pequenos municípios. De acordo com dados do IMA, o estado tem 357 mil proprietários de bovinos que devem fazer a entrega da declaração de vacina. Ainda segundo o órgão, 30% deles (em torno de 100 mil) são pequenos produtores, com até 10 cabeças.

De acordo com o IMA, com o atendimento presencial suspenso nos escritórios do órgão, o produtor deverá encaminhar a comprovação da vacinação dos seus animais pelo sistema online – na página do instituto na internet (www.ima.mg.gov.br), “usando o formato eletrônico de declaração ou, caso seja cadastro, acessando o Portal de Serviços do Produtor”. Também orienta que outra opção, “se o produtor preferir”, será o envio da declaração para o e-mail da unidade do IMA de sua região. A lista dos e-mails dos escritórios pode ser conferida no endereço: www.ima.mg.gov.br/atendimento/nossas-unidades.

De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuário, para comprar as vacinas contra a febre aftosa não é necessário que o criador apresente a “carta de vacina”, como ocorreu em anos anteriores. Agora, os produtores devem ir ao estabelecimento comercial e apresentar documento pessoal para aquisição das quantidades necessárias de doses para imunizar seus animais.

A dificuldade para a declaração de vacina pelo sistema virtual é enfrentada pelo pequeno agricultor Sebastião Valter Zuba, de 62 anos, da comunidade de Mimoso, na zona rural de Montes Claros. Ele cria 26 cabeças (entre vacas e bezerros) na sua pequena propriedade, onde mora com a família, a 15 quilômetros da área urbana.

DIFICULDADE

“Na hora de vacinar a reses, tudo bem. Vou vacinar como sempre fiz nos anos anteriores. Mas, não sei como vou entregar a declaração (de vacinação) porque não tenho conhecimento de computador (internet)”, reclama Sebastião. Ele disse que na sua casa não tem computador e que não sabe sequer como ligar o equipamento. “Acho que este problema não é só meu, mas de muitos pequenos produtores que moram na roça e têm pouco conhecimento (baixa escolaridade)”, afirma o analfabeto digital. “A leitura da gente é muito pouca. Antigamente, era muito difícil para o pessoal da roça estudar”. Declarou ainda que tem nove irmãos que também são agricultores. “Acho que nenhum deles sabe mexer com internet”, disse.

O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, José Avelino Pereira Neto, informou que a entidade chegou a solicitar ao IMA que, diante da pandemia do coronavírus, a primeira etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa fosse transferida para novembro, quando é feita a segunda etapa anual da campanha de imunização contra a doença. Mas, segundo ele, o órgão não aceitou, alegando que não poderia atender o pedido, para não prejudicar o trabalho de erradicação da moléstia animal.

Por outro lado, José Avelino disse que o Sindicato Rural de Montes Claros criou uma alternativa para que os pequenos produtores “sem internet” ou “analfabetos digitais” possam encaminhar as declarações de vacina ao IMA. Ele informou que foi montada pela entidade um serviço de atendimento presencial aos criadores para o encaminhamento da informação pelo sistema eletrônico.

De acordo com Avelino Neto, basta o produtor comparecer ao Sindicato Rural e apresentar os seus dados pessoais, o comprovante da compra de vacina e o número de animais imunizados que uma funcionária vai preencher a declaração no computador e fazer a comunicação pelo modelo virtual. Ele garantiu que foram adotadas todas as medidas para o atendimento presencial para evitar o contágio do coronavírus, com os agricultores devendo usar máscaras e respeitar distância mínima recomendada.


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