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Estado de Minas PANDEMIA

Coronavírus: PIB de MG pode cair 3,9% em 2020 com efeitos da pandemia

Estudo feito pela Fundação João Pinheiro mostra simulações de retração do PIB estadual, com grave impacto da doença respiratória no consumo e nas atividades do comércio, setor de serviços e indústria


postado em 07/04/2020 04:00 / atualizado em 07/04/2020 07:56

Com o fechamento das lojas, para conter propagação do vírus, e a redução do consumo, comércio deverá encolher 6,8%(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
Com o fechamento das lojas, para conter propagação do vírus, e a redução do consumo, comércio deverá encolher 6,8% (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )

As medidas de isolamento social, como o fechamento do comércio e das escolas, comprovadamente evitam a propagação do novo coronavírus, mas representam desafios para a economia. A quarentena, de fato,  altera o ritmo dos setores que geram riqueza, com tendência a levá-los para a retração, devido à quantidade menor de gente circulando nas ruas e consumindo. Isso significa redução do dinheiro que movimenta a economia. Segundo estudo exclusivo elaborado pela Fundação João Pinheiro (FJP), de Belo Horizonte, Minas Gerais poderá sofrer com encolhimento de 2,3%, na melhor hipótese, da sua produção de bens e serviços, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, em razão dos efeitos da pandemia.

 

A projeção considerada realista, base dos cenários traçados pela FJP, é de retração de 3,1% e na estimativa pessimista, a queda seria de 3,9%, frente a 2019. O estudo foi feito sob a coordenação da diretora de estatística e informação da fundação, a economista Eleonora Cruz Santos. O que deixa a situação ainda mais preocupante é que o ano passado não foi um bom período para o estado, que registrou queda de 0,3% do PIB frente a 2018, avaliado em R$ 632 bilhões.

 

Eleonora Santos explica que o estudo foi feito pela equipe da FJP a partir de dados de 30 de março de 2020 e que, com a evolução da crise da pandemia no mundo, os cenários se modificam rapidamente. “O cenário pessimista está se tornando o cenário-base, o mais realista”, observa. Um dos fatores que influenciam nos cenários, por exemplo, foi o anúncio do governo da China de que comprará soja apenas dos Estados Unidos por uma questão de segurança.

 

O país asiático é o principal comprador do produto brasileiro e a soja um dos mais importantes itens de exportação do Brasil. Embora o cultivo do grão não esteja entre as principais atividades econômicas de Minas, há uma produção relevante do grãono estado, o que impactará negativamente no comércio mineiro com o exterior. No cenário-base, a projeção é de queda de -1,2% no setor agropecuário em Minas, percentual que pode ser maior diante dessa mudança da conjuntura econômica mundial.

 

A queda na produção de bens e serviços do estado tem impacto direto na vida das pessoas. Dois dos efeitos colaterais são o desemprego e a redução dos salários. O estudo da FJP aponta para o fechamento de 590 mil postos de trabalho, no cenário-base, e 781 mil postos no cenário pessimista. “Teremos que ter políticas públicas. O mundo não vai acabar, vai se renovar. O preço é alto no mundo inteiro. A China, cuja economia expandia 7% ao ano, deve cair para 3%”, afirma Eleonora Santos.

 

O setor de serviços, que responde por 63% da atividade econômica de Minas – incluindo comércio, transportes e a administração pública – é um dos mais impactados pela quarentena. “O impacto no cenário realista é de queda de 6,8% no comércio e de 8,7% no cenário pessimista. Nem estamos falando no cenário otimista. O transporte teria queda de 3,4%, podendo chegar a 4,4%”, destaca a economista da FJP.

 

O cenário-base indica que o comércio e a construção devem ser os setores mais afetados direta e indiretamente pela contração da economia. Nessas projeções, a construção terá queda de 5,2% e no cenário pessimista pode ter retrocesso de 6,6%. O comércio tende a encolher 6% e 7,7%, respectivamente.

 

Metodologia Instituição de pesquisa do governo de Minas, a Fundação João Pinheiro é responsável por consolidar e elaborar relatório sobre os resultados dos indicadores econômicos de Minas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O estudo sobre o impacto da pandemia no PIB estadual foi feito com base na chamada Matriz de Insumo-produto, que permite identificar a interdependência das atividades produtivas no que se refere aos insumos e produtos usados e decorrentes do processo de produção. Num efeito dominó, um setor impacta no outro.

 

“A queda da atividade econômica não se dá por igual em todos os setores. Alguns sofreram bem mais e a indústria de transformação será a maior prejudicada”, afirma Eleonora Santos. O estudo leva em conta também o que ocorreu na economia de outro países que foram atingidos pela pandemia.Primeiro país afetado, a China teve queda 13,5% na sua produção industrial em janeiro e fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, devido ao fechamento de várias cidades, para conter a disseminação do novo coronavírus.

 

 

EXPECTATIVAS

 

Projeção do PIB 2020 de Minas

 

Cenário otimista -2,3%

Cenário base -3,1%

Cenário pessimista -3,9%

 

Emprego

 

Cenário otimista -4,24%

Cenário base -5,73%

Cenário pessimista -7,29%

 

Fonte: Núcleo de Contas Regionais/Direi da FJP

 

 

 


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