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Estado de Minas COVID-19

Fiat paralisa produção, com férias coletivas

Montadora italiana manda 10 mil empregados para casa até 21 de abril, enquanto Itambé, Nestlé, Aymoré e Usiminas mantêm operações com algumas adaptações


postado em 21/03/2020 04:00 / atualizado em 20/03/2020 23:27

Área de prensas da Fiat: fornecedoras da montadora em Betim e Contagem deverão acompanhar a paralisação(foto: Léo Lara %u2013 11/4/16)
Área de prensas da Fiat: fornecedoras da montadora em Betim e Contagem deverão acompanhar a paralisação (foto: Léo Lara %u2013 11/4/16)


As fábricas da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) de Betim, na Grande Belo Horizonte; Goiana (PE) e Campo Largo (PR) vão paralisar a produção no dia 27, como medida de alinhamento da companhia às recomendações para conter a propagação do novo coronavírus. As unidades industriais entraram em processo de redução gradativa, com a determinação da montadora italiana, anunciada ontem, que incluiu a área de manutenção. A expectativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas é de que empresas fornecedoras da Fiat acompanhem a paralisação.
 
Ao todo, a medida adotada pela FCA atinge cerca de 10 mil funcionários ligados à produção. A empresa concederá férias coletivas aos empregados e as atividades fabris serão retomadas em 21 de abril. De acordo com o fabricante de veículos, a paralisação total da produção se dará mediante “rigorosas medidas preventivas já adotadas para garantir a saúde e integridade dos funcionários”.
 
Em Betim, a produção é de 1,5 mil carros por dia. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, João Alves de Almeida, informou ontem que a diretoria da entidade havia pedido à companhia a paralisação imediata da produção, como forma de dar maior proteção aos trabalhadores, mas não foi atendida. Outra reivindicação era a concessão de licença remunerada em lugar das férias coletivas.
Segundo Almeida, fornecedoras de peças e partes à Fiat, instaladas nas regiões de Betim e Contagem, devem acompanhar a paralisação do parque industrial da montadora italiana. Em Betim, estão pelo menos sete das empresas do cinturão que atende à companhia. A FCA anunciou também o adiamento imediato de todos os eventos e ações de produto (lançamentos, apresentações, cursos e treinamentos) previstos no Brasil, que serão reagendados oportunamente.

Alimentos A crise provocada pela pandemia de coronavírus não afeta, ao menos por ora, a produção de alimentos. Embora tenham aumentado os protocolos de higiene e restringido o trabalho nos escritórios, as companhias Itambé e Nestlé continuam com suas fábricas em ritmo normal de produção. A Aymoré, empresa do grupo Arcor, informou também que segue sem alterações no volume de produção.
 
“A indústria de leite tem uma função social muito importante e, apesar de tudo, precisamos manter a distribuição de alimentos às pessoas", explica Guilherme Portella, diretor de comunicação da Lactalis, grupo francês que, em 2019, adquiriu a marca mineira Itambé.
 
Segundo Portella, os colaboradores que dão expediente nos setores administrativos da empresa estão sendo incentivados a montar escalas de trabalho presencial e a adotar o home office. A Itambé passou a monitorar a temperatura corporal de seus funcionários antes e após o expediente.
 
O teletrabalho também é uma das medidas adotadas pela Nestlé para driblar as dificuldades impostas pela COVID-19. Enquanto isso, segundo a companhia, os funcionários das linhas de produção e dos centros de distribuição têm passado por severo controle para evitar possíveis infecções. A empresa optou por vetar viagens profissionais ao exterior até, ao menos, o próximo dia 15.
 
“Estamos comprometidos em garantir a produção e entrega contínuas de nossos alimentos e bebidas para consumidores em todo o mundo”, diz, em nota, a Nestlé. A linha produtiva da Aymoré também mantém a normalidade. “A Arcor reafirma seu compromisso com a população e mantém suas unidades fabris funcionando para suprir a demanda da cadeia varejista”, ressalta o grupo multinacional argentino dono da marca mineira.
 
A companhia diz ter área isolada de higienização, destinada aos trabalhadores das fábricas. Além do reforço nos procedimentos de assepsia, a Arcor orientou os colaboradores para que, caso sejam notados possíveis sinais da COVID-19, dirijam-se aos ambulatórios da empresa.
 
Cemig fecha agências 
 
Após recomendar que seus clientes evitassem buscar atendimento presencial, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou ontem o fechamento das agências de atendimento da companhia a partir da próxima segunda-feira, 23, por tempo indeterminado. Por meio de nota, a concessionária informou ter seguido orientações dos órgãos de saúde em relação às formas de lidar com a pandemia do novo coronavírus.
 
As agências de atendimento presencial da Cemig ficarão fechadas, segundo a Cemig, “até que a situação esteja controlada”. A empresa atende mais de 8,5 milhões de clientes no estado. Com a medida, os serviços demandados pelo consumidor devem ser solicitados por canais digitais.
Os clientes podem solicitar serviços por plataformas digitais como o aplicativo Cemig Atende (disponível para Android e IOS), a agência virtual Cemig Atende Web (disponibilizada no endereço www.cemig.com.br), o SMS (enviar um torpedo para o número 29810) e os aplicativos Telegram e Whatsapp.
 
No Whatsapp, o atendimento é feito pelo número (31) 3506-1116. Nesse canal, é possível consultar débitos, emitir a segunda via de fatura e informar a leitura do medidor. Já no Telegram, o cliente pode acessar três serviços: segunda via de conta, informe de leitura e aviso de falta de energia. Basta procurar a Cemig dentro do aplicativo ou adicionar o contato @CemigBot. Nesses canais, é possível realizar solicitações com agilidade e rapidez, sem a necessidade de sair de casa.
A concessionária disponibiliza, na forma digital de pedidos, todos os serviços, como a segunda via de conta, histórico de contas, histórico de leitura e faturamento, religação de energia, troca de titularidade, ligação nova, aviso de falta de energia e o cadastro de recebimento de fatura por e-mail. Internamente, a Cemig adotou o sistema de home office, entre as medidas para ajudar a conter a propagação do novo coronavírus.

Lucro Foi de R$ 3,127 bilhões o lucro líquido do grupo Cemig em 20191, dos quais R$ 1,640 bilhão correspondem ao resultado da distribuição de energia. O balanço foi divulgado ontem. A Cemig informou que o ganho foi reforçado pelo impacto de decisão judicial a respeito da incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadoprias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre o PIS/COFINS no valor de R$ 1,98 bilhão e pelo valor de R$ 224 milhões, com o recálculo do valor das ações restantes da distribuidora carioca Light em carteira, depois da venda de uma parcela da participação da Cemig na empresa.
 
No entanto, conteve o lucro da companhia a decisão judicial a respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com redução de R$ 862 milhões. A Cemig teve também de lançar no resultado baixa contábil de R$ 688 milhões relativa aos créditos que detém na Renova Energia.
 
Ainda de acordo com a Cemig, melhorou o perfil do endividamento da companhia. Ficou em 2,84 vezes a relação da dívida líquida sobre o Lajida (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no fim de 2019. No ano anterior, a relação foi de 3,21 vezes.
 
Teles substituem lojas por digital 
 
As operadoras de telefonia anunciaram ontem a criação de um comitê supervisor integrado para centralizar ações e alinhar prioridades durante a crise do novo coronavírus. Durante essa fase, Algar Telecom, Claro, Nextel, Sercomtel, Oi, TIM e Vivo vão trabalhar de forma conjunta e coordenada para atender a população. Entre as medidas está o pedido, aos clientes, que façam uso “sensato e responsável” das redes e dos serviços, “evitando sobrecarga”.
 
Para proteger os empregados, as empresas vão reduzir gradualmente pontos de venda e fechar lojas. Por outro lado, vão ampliar o atendimento digital e agilizar demandas como segunda via de pagamento, recarga de pré-pagos, solicitação de serviços e reparos emergenciais. As informações constam de carta enviada ao governo e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pelas empresas, representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móveis Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).
 
“Nesse momento, as empresas de telecomunicações estão deixando a competição em segundo plano, e têm o compromisso de atuar de forma conjunta para seguirem juntas na implementação ágil dos serviços de telecomunicações necessários para o enfrentamento dessa crise de forma segura e efetiva!, diz o documento. As operadoras destacaram que farão comunicação direta com os clientes, “informando sobre uso sensato e responsável das redes e serviços, evitando sobrecarga em um momento em que toda a sociedade exigirá conexão para manter suas atividades mínimas, essenciais e necessárias”. 
 


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