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Estado de Minas

Após o turbilhão, Bolsa de Valores de São Paulo tem alívio incerto

Papéis na bolsa brasileira se recuperam e alta chega a 13,91%, mas a reação tende ainda a ser passageira


postado em 14/03/2020 04:00 / atualizado em 14/03/2020 10:29

Operadores na bolsa brasileira e em diversos países viram ações em alta, sem, no entanto, perspectiva firme(foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
Operadores na bolsa brasileira e em diversos países viram ações em alta, sem, no entanto, perspectiva firme (foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)


Depois de ter recuado 14,78%, caindo aos 72.583 pontos na quinta-feira, diante do terror nos mercados globais com a pandemia do novo coronavírus, a Bolsa de Valores de São Paulo (a B3) viveu fortes momentos de valorização, logo na abertura dos negócios ontem, chegando a alta de 15%. No entanto, perdeu ritmo e, às 12h07, o Ibovespa, principal índice de lucratividade das ações, subia 3,6%, acima dos 75 mil pontos, repercutindo o pacote que deverá ser anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com medidas de liquidez para enfrentar os riscos do coronavírus para a economia.

No balanço do pregão, o Ibovespa teve valorização de 13,91%, levando a bolsa brasileira aos 82.677 pontos, mas acumulou queda de 15,68% na semana. Da mesma forma, os mercados financeiros europeus se recuperavam fortemente ontem ao meio-dia, e Wall Street se preparou para acompanhar o passo, após queda histórica no dia anterior, frente à progressão da pandemia de coronavírus.

Em toda Europa, os mercados se recuperaram. A bolsa de Paris teve alta de 1,83%, a de Londres, 2,46%, e a de Frankfurt 0,77%. No mercado acionário de Madri, houve alta de 3,73% e Wall Street também se recuperava fortemente em sua abertura. O Dow Jones registrou aumento de 5,84%, e o Nasdaq, de 5,67%. “A questão é saber se os investidores manterão sua postura no fim de semana”, comentou Vincent Boy, analista de mercado da IG France.

Os atores do mercado temem, em particular, “um pouco mais de restrições em nível global, enquanto nenhuma estatística permite avaliar o impacto na atividade econômica na Europa, ou nos Estados Unidos”. Atrás da montanha-russa, srugiu uma avalanche de anúncios de estímulo. E, em particular, do governo alemão, que, rompendo o habitual discurso de disciplina orçamentária, prometeu ajudar as empresas “sem limites”.

“Somente o alcance do pico epidêmico global combinado com medidas de apoio monetário e orçamentário (e obviamente a descoberta de uma vacina) permitirá o retorno dos ativos de risco à serenidade”, estima Franklin Pichard, diretor da Kiplink Finances. “Enquanto isso, qualquer recuperação será apenas passageira”, alertou.

A China, onde o coronavírus surgiu em dezembro, considera que o pico da pandemia já passou em seu território, mas a COVID-19 arrasa outras partes do mundo, especialmente Itália e Irã. Diferentemente das bolsas europeias, na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou ontem com queda de 6,08%, depois de ter perdido 4,4% na quinta-feira. As bolsas chinesas também caíram.

Alta do dólar 

Os ativos brasileiros tiveram melhora ontem, mas não o real. O dólar teve o terceiro dia seguido de alta, acumulando valorização de 3,94% na semana devido à tensão provocada mundialmente pela pandemia do coronavírus. Foi a pior semana desde o início de novembro do ano passado, quando houve a frustração com o leilão do pré-sal. Desde que a crise gerada pela disseminação do coronavírus se intensificou, no final de fevereiro, o Banco Central já injetou quase US$ 18 bilhões no mercado de câmbio, por meio de diversos instrumentos.


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