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Estado de Minas ECONOMIA

'Crescimento foi decepção anunciada'


postado em 05/03/2020 07:00

Para Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o crescimento do País em 2019 foi uma "decepção antecipada". A seguir, trechos da entrevista.

O PIB do ano passado veio abaixo das médias de 2017 e de 2018, que já foram anos de crescimento fraco. Podemos chamar o crescimento de 'pibinho'?

É um resultado que veio, mais ou menos, dentro das nossas expectativas. Os resultados do último trimestre do ano passado já haviam sido decepcionantes, o que acabou contribuindo para essa perda de velocidade. Eu diria que o resultado do PIB em 2019 foi uma decepção antecipada.

Por que a recuperação, que já era lenta, desacelerou?

É preciso lembrar que os resultados de 2017 e 2018 eram mais baixos e foram revistos depois. Nada impede que o mesmo aconteça com os números de 2019. De todo modo, parece que a economia está com uma dificuldade muito grande de se recuperar.

Após as eleições de 2018 e no começo do ano passado, havia um clima de otimismo e a expectativa era de que o País crescesse 2,5%. O que houve?

Há mais de uma interpretação para o crescimento mais fraco no ano passado. Uma discussão tem sido de que temos trabalhado em um estado permanente de expectativa e de choques: a gente fica otimista e logo vem um choque. Em 2017, o cenário era de otimismo também, então, veio o caso da delação da JBS, com uma gravação em que o presidente Michel Temer aparecia, que mudou o clima no País e eliminou a chance de aprovação de uma reforma da Previdência. Em 2018, aconteceu a greve dos caminhoneiros, que enfraqueceu muito o governo, e também teve uma mudança do cenário externo. No ano passado, veio a crise da Argentina, uma ducha de água fria na indústria, e mais problemas externos.

E a outra interpretação?

Uma outra visão, que parece mais correta, é que há travas mais profundas que impedem o crescimento do Brasil. Aconteceu uma mudança importante no modelo vigente no País, que antes era muito baseado em aumento do gasto público. Em 2019, essas mudanças permitiram a redução dos juros de uma forma nunca vista. Em certo sentido, foi a demanda privada, doméstica, que puxou o PIB.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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