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Estado de Minas

Economia desacelera no primeiro ano de Bolsonaro

Produto Interno Bruto do país em 2019, medido pelo IBGE, fica em 1,1%. Embora seja o terceiro período seguido de crescimento, resultado é menor que o registrado em 2017 e 2018


postado em 05/03/2020 04:00 / atualizado em 04/03/2020 22:56


 

Rio – No primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, a economia brasileira patinou e apresentou desempenho fraco, pior até que nos dois anos anteriores. Em 2019, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pelo IBGE, foi de 1,1%, fechando a R$ 7,3 trilhões. Esse percentual ficou abaixo das expectativas de analistas no início do ano passado e da expansão de 1,3% registrada em 2018 e 2017. Em 2016 e 2015, houve queda do PIB, com -3,3% e       -3,5%, respectivamente.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pequeno crescimento está dentro do previsto. "À medida que as reformas vão acontecendo, e elas vão ser implementadas, o Brasil vai reacelerando. Então, está tudo dentro do previsto. Eu nem entendi essa comoção toda: 'Ah, 1,1%'. O que eles esperavam? Era 1% que nós tínhamos dito que ia crescer no primeiro ano. No segundo ano, a gente acha que é acima de 2%, prosseguindo com as reformas", declarou o ministro.

O baixo crescimento da economia brasileira em 2019 explica-se por uma série de fatores. Entre eles, a incerteza em torno das reformas econômicas, que retardou investimentos; a desaceleração da economia argentina, que reduziu as exportações brasileiras; o desastre de Brumadinho, que puxou para baixo o resultado da indústria. Para os analistas, apesar da existência de 11,9 milhões de pessoas na fila do desemprego, o consumo das famílias sustentou a alta de 1,1% do PIB em 2019.

"São três anos de resultados positivos, mas o PIB ainda não anulou a queda de 2015 e 2016 e está no mesmo patamar do primeiro trimestre de 2013", analisa Rebeca Palis, coordenadora das Contas Nacionais do IBGE. "A maior contribuição para o avanço do PIB vem do consumo das famílias, que cresceu 1,8%. Pelo lado da oferta, o destaque foi o setor de serviços, que representa dois terços da economia."

O setor de serviços cresceu 1,3%, puxado por atividades de informação e comunicação (4,1%), atividades imobiliárias (2,3%), comércio (1,8%), outras atividades de serviços (1,3%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1%) e transporte, armazenagem e correio (0,2%). A atividade de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social se manteve estagnada no ano.

Na indústria, que apresentou crescimento de 0,5% em 2019, a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos aumentou 1,9% em relação a 2018, puxada pelo crescimento de 1,6% na construção. Já o destaque negativo ocorreu em indústrias extrativas, com queda de 1,1% no ano. Indústrias de transformação ficaram estáveis em, 0,1%. "A indústria teve um comportamento diferente em relação a 2018, puxada pelo crescimento na construção, após cinco anos de desempenho negativo. Já a indústria de transformação, que havia crescido mais em 2018, ficou estagnada em 2019", ressalta Rebeca Palis.

Na agropecuária, que cresceu 1,3% e tem um peso de apenas 5% no cálculo do PIB, os destaques foram lavouras como o milho, que registrou crescimento de 23,6% e expressivo ganho de produtividade; algodão (39,8%), laranja (5,6%) e feijão (2,2%). Em contrapartida, houve variação negativa em culturas como café (-16,6%), arroz (-12,6%), soja (-3,7%) e cana (-1%). O desempenho da pecuária em 2019 foi influenciado positivamente pelo estreitamento da relação comercial com a China, por conta da peste suína no país asiático. 


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