O coordenador do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, afirma que a queda no preço da gasolina já era esperada, já que houve repasse de redução promovida pela Petrobras. “A queda foi repassada ao longo do tempo. Não sei se chegou na integralidade como deveria. Mas está dentro do contexto”, argumenta.
Abreu aponta que a discussão sobre a cobrança de ICMS sobre combustíveis, que envolveu o presidente Jair Bolsonaro e os governadores este mês, pode ter contribuído para a queda nos preços da gasolina. “Veio a público essa questão, de quanto pesa a carga tributária nos combustíveis. Pode ter influenciado tanto na redução do consumo como também na redução de preço, porque o consumidor ficou mais atento e pesquisou mais”, diz.
Por outro lado, Abreu acredita que a greve dos petroleiros – que está no 17º dia – não afetou na precificação dos combustíveis na Grande BH. O coordenador do site Mercado Mineiro afirma que se a paralisação tivesse afetado, a pesquisa teria verificado um aumento nos preços, e não uma queda.
A pesquisa ainda registrou que o preço médio da gasolina na Região Leste de BH é o menor: R$ 4,58. Por outro lado, o litro de gasolina mais caro foi encontrada na Região Centro-Sul, por R$ 4,75 em média. A variação de preço entre os postos da capital que participaram do levantamento foi de 13,39%. De acordo com o site, o consumidor de Belo Horizonte encontra o litro de gasolina custando desde R$ 4,497 a R$ 5,099. Já em Betim, o preço médio do litro da gasolina é R$ 4,69, enquanto em Contagem é R$ 4,60.
Ainda de acordo com a pesquisa do site Mercado Mineiro, o preço médio do litro de etanol subiu 0,34% entre janeiro e fevereiro. Em um mês, o preço médio do combustível saiu de R$ 3,258 para R$ 3,269. Segundo Feliciano Abreu, a variação no preço do álcool representa uma estabilidade e é uma boa notícia, já que o custo do combustível vinha aumentando nos últimos meses. Porém, Abreu acredita que não é possível indicar um único motivo para essa variação. “A gente não sabe se é devido à antecipação da safra ou à queda no consumo em virtude da gasolina ter caído de preço”, analisa
Assim como para a gasolina, o menor preço do litro do álcool em BH foi encontrado na Região Leste, por R$ 3,21. Já a Região do Barreiro registrou o maior preço médio: R$ 3,35. Entre os postos, o levantamento catalogou preços desde R$ 3,144 a R$ 3,699. Ou seja, uma variação de 17,65%. De acordo com a pesquisa, em Betim o litro de álcool custa em média R$ 3,273, contra R$ 3,241 em Contagem.
Levando em consideração os custos médios de se abastecer com gasolina e etanol em fevereiro, o site Mercado Mineiro concluiu que o motorista de Belo Horizonte pode escolher entre os combustíveis, sem muita diferença. Isso porque o preço médio do litro do álcool – R$ 3,269 – atingiu os 70% que servem de referência de comparação com o preço médio da gasolina – R$ 4,662. “Depende muito do que o consumidor quer, porque ele estará com as duas opções com a mesma viabilidade. O álcool está no limite de se tornar inviável”, afirma Feliciano Abreu.
A pesquisa também monitorou a variação do preço médio do litro de diesel. Segundo o levantamento, o preço médio do diesel S-10 caiu 1,83% em fevereiro em relação a janeiro. A média de preço no mês passado era R$ 3,993, e caiu para R$ 3,920 este mês. Na avaliação de Feliciano Abreu, a queda também se explica por uma redução promovida pela Petrobras. Entre os postos pesquisados, o preço variou entre R$ 3,67 a R$ 4,299, uma variação de 17%.
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz