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Estado de Minas MERCADO CONTAMINADO

Dólar tem o maior valor desde o real

Cotação da moeda dos EUA tem maior alta para janeiro em 10 anos e chega a R$ 4,286 com o mercado ainda apreensivo


postado em 01/02/2020 04:00 / atualizado em 31/01/2020 22:21

Valor da divisa tem cinco valorizações seguidas e mercado acredita em novas altas nos próximos dias (foto: Rodirgo Clemente/D.A Press %u2013 22/5/12)
Valor da divisa tem cinco valorizações seguidas e mercado acredita em novas altas nos próximos dias (foto: Rodirgo Clemente/D.A Press %u2013 22/5/12)

Em um dia marcado por forte volatilidade no mercado financeiro, o dólar voltou a subir e fechou no maior valor nominal desde a criação do real. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,286, com alta de R$ 0,027 (0,63%). Foi a terceira sessão seguida de alta da moeda norte-americana, que encerrou janeiro com valorização de 6,8% em relação ao real. Essa foi a maior alta para meses de janeiro em dez anos. A divisa sobe há cinco semanas seguidas. O euro comercial também subiu e fechou o dia em R$ 4,753, alta de 1,5%. Nem a intervenção do Banco Central (BC) segurou a cotação. Ontem, a autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recomprar o dinheiro em junho.
 
A desvalorização da moeda brasileira acentuou-se nos últimos meses – em novembro passado, o dólar estava em 4,20 reais –, acelerando com o surgimento do coronavírus em janeiro. Alguns analistas projetam o real em 4,30. “Não acho que exista um limite para a valorização do dólar, até porque o Banco Central tem uma política bastante ortodoxa de não intervenção no câmbio, porém, de acordo com a gravidade dessa epidemia, o valor da moeda americana pode até transpor os R$ 4,30”, avalia Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.
 
Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto. Em casas de câmbio de São Paulo, por exemplo, o dólar em dinheiro vivo chega a custar R$ 4,51, já considerado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para quem compra no cartão pré-pago, o valor é ainda maior: R$ 4,73. No caso de quem vai comprar euro, os preços chegam a R$ 5,01 no dinheiro e a R$ 5,24 no cartão pré-pago.
 
O anúncio pelo governo chinês de que o coronavírus terá menos impacto na saúde e na economia do que a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), em 2003, foi insuficiente para acalmar o mercado. O confinamento dos habitantes de diversas cidades afetadas pela doença reduz a produção e o consumo da China. A expectativa de desaceleração da economia chinesa impacta diretamente países como o Brasil, que exporta diversos produtos, principalmente commodities (bens primários com cotação internacional) para o país asiático. Com menos exportações, menos dólares entram no país, pressionando a cotação para cima.

Ações A turbulência repetiu-se no mercado de ações. Depois de uma recuperação ontem (30), o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), fechou o dia com queda de 1,66%, aos 113.605 pontos. O indicador operou o dia todo em baixa. A sessão foi marcada pelo receio de que o novo vírus descoberto na China traga impactos para a segunda maior economia do planeta. Na quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de emergência global por causa da doença. A China e países próximos adotaram medidas para conter a disseminação da doença.
As expectativas em torno da política monetária também interferiram nas negociações. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define os juros básicos no Brasil. Caso a taxa Selic – juros básicos – caia para 4,25% ao ano, o país se tornará menos atrativo para os investidores externos, e a entrada de dólares diminuirá.&


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