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Estado de Minas CONSUMO

Shoppings populares confiam na emoção do Natal e reforçam estoques

Com a promessa de segurar os preços sem sacrificar a variedade de produtos de baixo custo, centros de compras de BH esperam driblar a crise. Comerciantes já veem o retorno da clientela


postado em 24/11/2019 04:00 / atualizado em 25/11/2019 19:16

A comerciante Nina Maria comprou mais sapatos e tênis do que em 2018, com o sentimento de que o comércio não ficará pior do que está(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A comerciante Nina Maria comprou mais sapatos e tênis do que em 2018, com o sentimento de que o comércio não ficará pior do que está (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


O apelo emocional que as festas de fim de ano costumam lançar sobre o consumo deve soprar mais alto nos shoppings populares, se forem confirmadas as apostas de comerciantes de três dos maiores centros de compras de Belo Horizonte, instalados no Centro da cidade – Oiapoque, Xavantes e Uai – nas vendas de dezembro. Diante da crise da economia, a promessa deles, que ancora previsões de aumentar os negócios em pelo menos 20%, é conter os preços nesta reta final até as festividades inspiradas por Noel. Os estoques estão prontos entre aqueles otimistas que reforçaram as prateleiras e os cautelosos que preferiram ser mais modestos em relação ao ano passado.
 
“O povo está sem dinheiro, mas quando chega na hora não deixa de comprar”, diz Cleverlene Soares, dona de quatro lojas no Shopping Xavantes. Uma delas, a Ester Modas, comercializa roupas de banho femininas. A comerciante conta que as peças vendem bem durante a época do calor, que coincide com as comemorações de fim de ano. A expectativa dela para os negócios motivados pelo Natal é boa, já que as vendas já vêm aumentando desde setembro. “A gente não pode reclamar. O comércio está ruim não é pra um, é pra todos”, explica.
 
A lojista Cleverlene Soares acredita que o movimento vai melhorar(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A lojista Cleverlene Soares acredita que o movimento vai melhorar (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 
 
Cleverlene acredita que se os preços aumentarem em dezembro, vai ser pouco. De qualquer forma, garante que, se depender dela, os consumidores não devem encontrar tabelas mais altas durante as compras natalinas. Atualmente, a média de preços na loja é de R$ 49.
 
O diretor do centro de compras, Leonardo Furman, aposta em acréscimo de 15% no fluxo de clientes em dezembro frente aos demais meses do ano, enquanto as vendas dão sinal de que devem crescer 20%. “Este é o melhor período para o comércio. Com a campanha forte, além da localização do shopping no Centro da cidade, esperamos ter um grande movimento”, argumenta.
 
Na loja de Nina Maria Ferreira, a Horizonte Calçados, também no Shopping Xavantes, o forte das vendas no Natal são os lançamentos. Para se preparar, desde agosto ela vem estocando produtos a um ritmo superior ao do ano passado. “Acredito que não vai ser muito ruim não, estou com esperança. Piorar é que não pode”, afirma. A lojista acha que os preços não devem aumentar. “Senão a gente não consegue as vendas que pretende.” Os sapatos e tênis na banca estão sendo vendidos na faixa de R$ 35 a R$ 110.
 
Determinada a decorar sua casa nova, Taciane Melo pesquisa os preços desde 2018 e reclama dos aumentos(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Determinada a decorar sua casa nova, Taciane Melo pesquisa os preços desde 2018 e reclama dos aumentos (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 
 
Apesar da promessa dos lojistas, os consumidores já estão sentindo no bolso a aproximação do Natal. Com crianças em casa para presentear, Daniele Dias ainda não comprou nada, mas já está pesquisando. “Tem lugar em que o preço está bem salgado. Se você for olhar direitinho tem muita variação de preço”, alerta. Por isso, para Daniele, o segredo é pesquisar antes de comprar. Ela deve deixar as compras para o início de dezembro.
 

Decorações natalinas

No concorrente Shopping Uai, Sônia Moreira, dona da Mania de Festa, loja especializada em fantasias, adequou os estoques ao “tema da época” e oferece roupas de Papai Noel, árvores e decorações natalinas. Hoje, as árvores de 1,50m custam R$ 59,99, enquanto uma fantasia infantil do bom velhinho é vendida a R$ 19,99. Sônia conta que a procura é grande por fantasias infantis como presente. Para este ano, ela tem fé no crescimento das vendas e encomendou mais produtos. “A gente sempre está crescendo. Com isso, a tendência é você ter que aumentar o volume de compras”, diz. Ela parece desdenhar da prática comum no comércio das projeções de vendas e se arrisca em qualquer número. “Sempre tem que acreditar. Sendo otimista, a gente consegue.”
 
Dona de uma loja de fantasias, Sônia Moreira acredita que com otimismo o comércio vai superar as dificuldades da economia no fim de ano(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Dona de uma loja de fantasias, Sônia Moreira acredita que com otimismo o comércio vai superar as dificuldades da economia no fim de ano (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 
Esse sentimento é compartilhado pelos colegas do centro de compras, também localizado no Hipercentro de BH. Lázaro Batista, que vende produtos para unhas de gel, diz que as vendas são potencializadas na época de Noel. “Muitos dizem que estão em crise, mas é o tipo de coisa que elas (as mulheres) compram muito”, comenta. Os kits mais baratos custam R$ 150 e os mais caros podem chegar a custar R$ 1 mil. Batista já preparou o estoque e comprou mais para este ano, acreditando no aquecimento do varejo. “Final do ano agora vai ser ótimo. Mês passado eu já comecei a vender muito mais”, anima-se.

'Preços pela hora da morte'

Aberto há mais de 10 anos na avenida de mesmo nome, no Centro da capital, e abrigando 900 lojas, o Shopping Oiapoque também já entrou no clima natalino. Uma das maiores demandas no centro de compras é por brinquedos. Para atender esse público, Luiz Carlos Cataldo, dono da Fuzarca Brinquedos, preparou estoque reforçado neste ano.
 
Mirando-se no bom desempenho das vendas motivadas pelo Dia das Crianças, comemorado em outubro, ele espera boas vendas também durante o Natal. “Houve crescimento com relação ao ano passado, então também estou com boa expectativa para o Natal”, afirma. O comerciante explica que não deve haver nenhum brinquedo que seja sucesso absoluto de vendas. Na verdade, para cada faixa etária há uma saída maior. Os brinquedos da loja variam de R$ 50 a R$ 400.
 
Por sua vez, Charles Rondinelli, dono da Blau Presentes, também no Oiapoque, não está tão empolgado. Ele vende objetos de decoração de Natal em novembro e brinquedos em dezembro. “A expectativa era boa, a realidade é que não está muito boa”, comenta. O comerciante aponta como referência a baixa contratação de funcionários temporários. “Há cinco anos eu tinha 11 funcionários. Este ano, ainda não tive que contratar nenhum.” Além disso, Charles diz que está vendo pouco movimento nos corredores do shopping, e isso o levou a encomendar alguns produtos em menor quantidade do que no ano passado.
 
A consumidora Taciane Melo adotou cautela. “Os preços estão pela hora da morte. Em relação ao ano passado, as coisas subiram muito”, afirmou Taciane, enquanto comprava peças de decoração natalinas no shopping Oi. Ela conta que está pesquisando preços desde o ano passado, já que se mudou recentemente e precisa decorar a casa nova. Mas as lojas físicas não devem ser seu principal destino de compras. Para comprar os presentes de amigo-oculto, que normalmente são roupas, Taciane prefere comprar pela internet, no fim de novembro.
 
*Estagiário sob a supervisão da subeditora Marta Vieira 


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