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Estado de Minas

Petrobras diz que não há previsão para reajuste de preços

Por meio de nota, a estatal disse que está monitorando o mercado internacional de petróleo, em função dos ataques a uma refinaria na Arábia Saudita


postado em 17/09/2019 07:06 / atualizado em 17/09/2019 08:48

(foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil)
(foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

A Petrobras informou, nesta segunda-feira, que não há previsão para reajuste de preços dos combustíveis ao consumidor. Por meio de nota, a estatal disse que está monitorando o mercado internacional de petróleo, em função dos ataques a uma refinaria na Arábia Saudita.

Os ataques aéreos contra a refinaria de Abqaiq resultaram na elevação dos preços internacionais do petróleo.

Por enquanto, não há previsão de reajuste de preços nos produtos negociados pela estatal, como os combustíveis e derivados de petróleo.
 
Segundo a Petrobras, a cotação internacional do petróleo apresenta volatilidade e a alta súbita de preços “pode ser atenuada na medida em que maiores esclarecimentos sobre o impacto na produção mundial sejam conhecidos. A Petrobras decidiu por  acompanhar  a  variação  do  mercado  nos  próximos dias e  não fazer um ajuste de forma imediata”, diz a nota.

Nessa segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em busca de esclarecimentos sobre a situação do setor, disseram fontes da companhia. O executivo informou que não haverá repasse imediato nos preços dos combustíveis e que vai continuar seguindo sua política de paridade de preços.
A ideia da estatal é dar continuidade à política atual, que atrela os preços às cotações no mercado internacional, com repasses à medida em que há mudança de patamar dos valores. Nesta segunda a cotação do petróleo chegou a subir mais de 20% - a maior desde 1991, época da Guerra do Golfo. No fim do dia, o preço do barril fechou em alta de 14,67% em Nova York, a US$ 62,90. Em Londres, a alta foi de 14,61%, a US$ 69,02.

A preocupação de especialistas e investidores é que a empresa seja usada, novamente, para atender às demandas do governo, como aconteceu no passado para segurar a inflação. A companhia mantinha os preços dos combustíveis inalterados apesar das oscilações externas, o que gerou um rombo no caixa da companhia.

Se o mercado perceber que a mesma prática está sendo adotada pela gestão atual, seu programa de venda de refinarias será afetado, porque nenhuma empresa terá interesse em fazer parte de um setor comandado por interesses políticos e não econômicos.

A notícia de não repasse imediato pode não ser bem recebida pelo mercado e reverter os ganhos que a empresa teve nesta segunda na Bolsa. As ações ordinárias da petroleira subiram 4,52% e as preferenciais, 4,39%. O movimento fez a estatal ganhar R$ 16 bilhões em valor de mercado.

"Se essa alta não for repassada, por causa da pressão dos caminhoneiros, a imagem da Petrobrás pode ser afetada. Ou seja, a governança da petroleira está em jogo", disse Luís Sales, analista da Guide Investimentos.

No primeiro semestre, o presidente Jair Bolsonaro chegou a acionar o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, para intervir na política de preços da companhia, que acabou castigada por investidores.

O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, expressou preocupações com o mercado em uma série de posts no Twitter. Ele chegou a classificar a questão como uma "espécie de 11 de setembro", em referência ao ataque terrorista ocorrido em Nova York, há 18 anos.

O atentado de sábado interrompeu a produção de 5,7 milhões de barris diários de petróleo, montante que representa metade do exportado pelos sauditas e 5% da produção diária no mundo. (Com Agência Brasil e Agência Estado)


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